Presidente da Síria considera ilegais os bombardeios do Reino Unido no seu país

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Da Agência Lusa

Os bombardeios aéreos feitos desde quinta-feira (3/12) pelo Reino Unido contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria são “ilegais” e “farão o terrorismo espalhar-se”, afirmou o presidente sírio, Bashar Al Assad, em entrevista publicada hoje (6/12) no jornal Sunday Times. “Isso é prejudicial, ilegal e será uma forma de ajuadar o terrorismo [a espalhar-se], como aconteceu desde o início da intervenção da coligação há um ano, ou mais”, declarou Assad. “Você não os pode derrotar somente com bombardeios aéreos. Você não os pode derrotar sem a cooperação com tropas em terra. Você não os pode derrotar se não tiver a aprovação do povo e do governo”.

O presidente sírio também ironizou os “70 mil combatentes sírios moderados” mencionados pelo primeiro-ministro britânico, David Cameron, em que a coligação poderia apoiar-se em terra. “Onde estão eles? Onde estão os 70 mil combatentes moderados de que ele fala? Não há 70 mil. Não há nem 7 mil”, afirmou.

Bashar Al-Assad, em contrapartida, elogiou a intervenção russa no seu país, descrevendo-a como “legal” porque responde a “um pedido” de sua parte. “Quantas células extremistas existem agora na Europa? Quantos extremistas têm vocês exportado da Europa para a Síria? O perigo é a incubadora. Os russos compreenderam bem isso. Eles querem proteger a Síria, o Iraque, a região e mesmo a Europa. Eu não estou exagerando ao dizer que eles estão protegendo, hoje, a Europa “, disse.

Questionado sobre uma possível intervenção no terreno de soldados russos, Assad respondeu que o assunto “ainda não tinha sido discutido”. “Não acho que precisamos agora [desta intervenção no solo] porque as coisas estão evoluindo com bom senso”.

O presidente sírio deixou igualmente em aberto a possibilidade de uma cooperação com os países ocidentais, se estes estiverem “verdadeiramente prontos a ajudar a combater o terrorismo”. “Nós somos pragmáticos. Em última análise, queremos resolver a situação na Síria e evitar mais derramamento de sangue”.

Questionado se iria concorrer à presidência de seu país, em caso de eleições, respondeu que, “se não se chegar a um acordo sobre esse processo, eu sou como qualquer outro sírio, com o direito a candidatar-me”. “Minha decisão será baseada na minha capacidade de agir e [depende de saber] se eu tenho o apoio do povo sírio”, avaliou.

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