24 de Abril: Genocídio Armênio 2

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A luta de milhões de armênios e não-armênios ao redor do mundo hoje é pelo reconhecimento das atrocidades cometidas pelos Jovens Turcos durante o Genocídio Armênio. Mais de 20 importantes países reconhecem que aconteceu um genocídio entre os anos de 1915 e 1923 , porém nessa lista não figura o Brasil. Todos os anos no dia 24 de Abril e no domingo mais próximo são feitas manifestações e rememorações às vitimas do genocídio em São Paulo e em outras cidades brasileiras, com o objetivo de informar o acontecido e pedir o reconhecimento brasileiro e turco. Como diria um movimento Armênio de 2005, “Não há ódio, só mágoa”.

A República da Turquia foi fundada após 1918. Ela não acreditava que a Diáspora Armênia seria suficientemente forte para dar qualquer importância à Causa Armênia. Por décadas inteiras as autoridades turcas recusaram-se a responder perguntas sobre o Genocídio Armênio. Parecia que a Causa Armênia seria arquivada na memória das vitimas e das testemunhas.

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O que o governo turco não podia prever era que as comunidades organizadas na diáspora se desenvolveriam e progrediriam, tal como fizeram os armênios em suas terras ancestrais e no Império Otomano antes de começarem as matanças. A Causa Armênia se institucionalizou e como resultado a Turquia teve que mudar seu discurso e estratégia.

Se o primeiro discurso turco alegava o desconhecimento absoluto da questão armênia, o segundo pregava a distorção múltipla dos fatos, desvirtuando a verdade acerca de um plano premeditado e sistemático de genocídio.

A inteligência turca realizou tantas modificações de sua própria história que os motivos que apresentaram para alegar sua inocência no “caso armênio” muitas vezes distorcem os próprios anais da historia turca.
O crime mais hediondo seria a indiferença armênia. Muitos armênios se perdem na diáspora e se diluem culturalmente aplicando o conceito chamado “Genocídio Branco” que imaginou Ahmet Talaat Pasha ao idealizar o plano genocida no contexto de seu partido político.

Orhan Pamuk e o Artigo 301
Um Artigo na constituição turca (Artigo 301) possibilita a condenação de crime quem denegrir o governo turco e suas instituições ou ofender publicamente a identidade turca, a República ou a Assembléia Nacional Turca com pena que pode chegar a até três anos. Alguns intelectuais e escritores turcos que defendem o reconhecimento do genocídio já foram enquadrados nesse artigo. Entre eles o escritor mais proeminente da Turquia, Orhan Pamuk que em 2006 foi o primeiro turco a receber um primeiro Nobel na história. O que deveria ser motivo de orgulho para o governo turco passou a ser ameaça após a declaração de Pamuk em 2005: “Trinta mil curdos e um milhão de armênios foram mortos nestas terras, e ninguém senão eu ousa falar sobre isso” em uma entrevista à publicação Das Magazin da Suíça. Foi aberto processo criminal contra o escritor após processo aberto pelo advogado ultranacionalista Kemal Kerinçsiz, porém as acusações foram retiradas em 22 de janeiro de 2006.

Comícios foram realizados para queimar seus livros. Pamuk afirmou que foi sujeito a uma campanha de ódio que o obrigou a fugir do país. Regressou mais tarde, ainda em 2005, no entanto, para enfrentar as acusações contra ele. Em entrevista à BBC, ele disse que queria defender a liberdade de expressão, que era a única esperança da Turquia para chegar a um acordo com a sua história: “O que aconteceu aos Armênios Otomanos em 1915, era uma coisa importante que foi escondida da nação turca, era um tabu. Mas temos que ser capazes de falar sobre o passado.” Em 29 de dezembro de 2005, procuradores do estado turco retiraram a acusação de que Pamuk insultou forças armadas da Turquia, embora a acusação de “insultos à identidade turca” manteve-se. As acusações contra Pamuk causaram um protesto internacional e levou a questionar-se contra sobre a proposta de adesão da Turquia à União Européia. Em 13 de dezembro, oito mundialmente renomados autores, José Saramago, Gabriel García Márquez, Günter Grass, Umberto Eco, Carlos Fuentes, Juan Goytisolo, John Updike e Mario Vargas Llosa, emitiram uma declaração conjunta de apoio Pamuk e condenando as acusações contra ele como uma violação dos direitos humanos. Em 22 de janeiro de 2006, o Ministério da Justiça recusou-se a emitir uma aprovação do Ministério Público, dizendo que não tinha autoridade para abrir um processo contra Pamuk ao abrigo do novo Código Penal.

Fonte: www.genocidioarmenio.com.br

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2 thoughts on “24 de Abril: Genocídio Armênio

  1. Responder Fuad Achcar abr 22,2013 8:52

    Companheiros,
    A velha Turquia que destruiu a cultura e a civilização árabe não tem e nunca teve limites para os crimes que comete.
    Mataram um milhão e meio de armênio esperando que o tempo os faria esquecer, pois segundo sua ótica, não haveria mais armênios para cobrar justiça. Hitler teria citado esse fato, segundo alguns historiadores, quando disse (ou teria dito) “quem se lembra dos armênios?”, se referindo aos judeus.
    Nossos irmãos armênios não esqueceram do ocorrido e, cada vez mais cobrarão do mundo o reconhecimento do genocídio de seu povo. Diversos países já reconheceram a existência desse ato como Argentina, Alemanha, Bélgica, França, entre tantos outros, sendo certo que o Brasil ainda deve esse reconhecimento ao povo armênio que aqui se instalou e tanto colaborou para o crescimento desta nossa Pátria.
    Ontem a coletividade armênia e seus amigos, se reuniram para lembrar aquela data que deve ficar na memória dos atos abomináveis perpetrados pelo turcos durante sua história. A perseguição aos Cristãos na Síria e no Líbano no final do século 19 e início do século 20 provocou a grande imigração da população dessas duas nações.
    Essa mesma Turquia que hoje colabora umbilicalmente com o massacre do povo sírio e com a destruição da Síria, fornecendo apoio logístico e permitindo que milhares de terroristas/mercenários de diversos países usem seu território para invadir a Síria e assassinar seu povo.
    A velha Turquia continua com sua história de sangue. Não contavam que o povo armênio na diáspora tivesse a garra e sabedoria de se unir e de não deixar o mundo esquecer a tragédia que sobre ele se abateu.
    Viva a Armênia e seu povo lutador, em especial o da imigração que se integrou aos países onde se instalou, porém, não deixou o passado ser esquecido.

  2. Responder Kevork Djanian abr 25,2013 18:27

    Prezado Dr. Fuad,

    Faço de suas palavras as minhas, e acrescento que os turcos nunca conseguirão nos eliminar da face da terra. Nós, armênios e sírios não deixaremos que isto ocorra. Já dizia um ilustre escritor armênio-americano William Saroyan:
    “Eu gostaria de ver qualquer força deste mundo destruir esta raça, esta pequena tribo de pessoas sem importância, cujas guerras foram todas lutadas e perdidas, cujas estruturas foram todas destruídas, literatura não lida, musica não ouvida, e as preces não são mais atendidas. Vá em frente, destrua a Armênia. Veja se consegue. Mandem-os para o deserto sem pão ou água. Queimem suas casas e igrejas. Dai veja se eles não vão rir novamente, cantar e rezar novamente. Quando dois deles se encontrarem novamente em qualquer lugar neste mundo, veja se eles não vão criar uma nova Armênia”

    Os turcos não sabem com quem estão se metendo. Os recentes atos somente corroboram com o fato de que são um povo sem escrúpulos e sem dignidade, que não respeitam os direitos humanos, povo ladrão em todos os sentidos, aliás recentemente roubaram milhares de fábricas da Síria e estão instalando-as do outro lado da fronteira. Isto é um absurdo. E a comunidade internacional não faz nada. É lámentável!!!

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