Vitória da França pela Paz
Prosseguimos a publicação por episódios da obra de Thierry Meyssan, Sous nos yeux. Neste episódio, tal como na Líbia, as duas Franças enfrentam-se na Síria : pela paz ou pela guerra. Desta vez, com a classe política a não perceber nada da Guerra de 4ª geração conduzida pelos Estados Unidos, Claude Guéant consegue convencer Nicolas Sarkozy a retirar o país deste atoleiro. Mas tal será apenas um adiamento..
Rede Voltaire | Damasco (Síria)
Este artigo é extraído do livro Sob os nossos olhos.
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- 24— Síria: a guerra de 4ª geração
A 5 de Setembro de 2011, o Presidente Sarkozy recebe no Eliseu o Patriarca maronita, S. B. Bechara Rai. Ele explica sem rodeios ao prelado que os Aliados vão colocar os Irmãos Muçulmanos no Poder em Damasco. Os católicos e os maronitas da Síria, e provavelmente, em breve, os do Líbano, serão acolhidos em França. O Senador Adrien Gouteyron está a tratar de verificar as condições de acolhimento. Os ortodoxos serão massacrados. Sua Beatitute indigna-se antes de mostrar boa cara à desgraça [1].
Na Síria, os Estados Unidos testam uma nova estratégia. Eles vão inverter os papéis e utilizar contra a República os métodos que os Resistentes habitualmente usam contra o Império, mas tendo em mãos um ás de trunfo: o poder dos seus média. É o princípio da «guerra de quarta geração» (4GW): dar a impressão de que se está em toda parte quando apenas se intervêm o mínimo [2].
Nestas condições, os Aliados vão recorrer apenas a algumas Forças especiais, altamente móveis, que agirão junto com Sírios para criar a confusão. Três tipos de operações serão realizadas: – acções contra símbolos do Estado, por exemplo contra as estátuas de Hafez al-Assad, o fundador da Síria moderna e pai do actual Presidente; – sabotagens, por exemplo fazer descarrilar comboios ou destruir centrais eléctricas; – assassinatos ao acaso de maneira a dar a impressão de um conflito generalizado.
- O inamovível General Benoît Puga. Ele começou a sua carreira saltando sobre Kolwezi (1978) e sonha apenas com aventuras coloniais. Foi Chefe de Estado-Maior particular dos Presidentes Nicolas Sarkozy (UMP), depois François Hollande (PS). Hoje em dia é Grande-Chanceler da Ordem da Legião de Honra.
Tendo o Exército francês «reservas» sobre estes métodos, o Presidente Sarkozy, confia a direcção de operações ao seu Chefe de Estado-Maior pessoal, o General Benoît Puga. Este foi sucessivamente Comandante de Operações Especiais (COS) e da Inteligência Militar. Oriundo de uma família de militares de extrema-direita (o seu pai participou no putsch de Argel), é um católico lefebvrista (o Arcebispo Lefebvre fora bispo de Dakar). Oficial para-quedista, participou em inúmeras operações coloniais em África e no Líbano. Foi conselheiro militar do antigo Primeiro-ministro sueco Carl Bildt, quando este foi encarregado da administração do Kosovo, no final da guerra, e quando ele se tornou administrador da Bósnia-Herzegovina. Puga supervisionou a construção da extensão do Muro de separação entre Israel e o Egipto. [3].
A sua inegável coragem confere-lhe uma autoridade sobre os responsáveis políticos que serve. Ele destacou soldados da Legião Estrangeira e do COS para os enviar, sob o seu comando, para o terreno.
É impossível estabelecer as posições das forças Francesas durante a guerra. O mais que se sabe é que 19 soldados franceses acabarão prisioneiros do Exército árabe Sírio durante o mandato de Nicolas Sarkozy, e que, pelo menos, outros tantos encontrarão a morte. As suas famílias, quando eles as têm, serão informadas da sua «morte em missão», sem especificação do país nem outros detalhes [4].
- No Conselho de Segurança, a Rússia e a China opõem o seu veto ao projeto de intervenção militar ocidental [5]. Uma multidão enorme, talvez 1 milhão de cidadãos, marcha pelas ruas de Damasco para agradecer a Moscou e a Pequim, e mostrar o seu apoio ao Presidente Bashar al-Assad [6]. A Liga Árabe, presidida pelo Catar, coloca uma missão de observação que constata a inanidade dos relatos da imprensa ocidental e dá razão à República Árabe Síria [7]. Não haverá, pois, nem apoio regional, nem legitimação a uma ingerência comparável à cometida contra a Líbia.
- Nestas condições, os Ocidentais tentam o tudo por tudo. Washington reúne umas seis dezenas de Estados para formar uma aliança, os «Amigos da Síria». A Rússia e a China, que foram convidadas, descobrem que a ordem do dia não lhes permitirá exprimirem-se. Os participantes deverão adoptar um documento que somente ficarão a conhecer no momento. Moscovo e Pequim boicotam, pois, a reunião. Esta realiza-se em Túnis e é aberta com atraso pelo Presidente Moncef Marzuki por causa de manifestações hostis do seu Povo. Marzuki tem a imagem de ser uma personalidade laica de esquerda, no entanto serve há longo tempo de cobertura aos Irmãos Muçulmanos. Ele pronuncia, entretanto, um discurso convidando o Presidente al-Assad a fugir e a Rússia a conceder-lhe asilo político, afim de que a Irmandade se possa instalar no Poder. Alain Juppé apela à aplicação de sanções contra a «ditadura alauíta» [8], enquanto Hillary Clinton anuncia que os Ocidentais irão fechar as suas embaixadas em Damasco [9].
Este espetáculo põe em evidência uma série de erros de cálculo. – Primeiro os Ocidentais nunca compreenderam porque é que a Rússia apoia a Síria. Aos seus olhos, é uma questão de fidelidade a um antigo aliado da época soviética. Eles, não desistirão, no entanto, em esperar «convencer» Moscou a segui-los «para o lado certo da história». – Em seguida, vítimas da sua própria propaganda, persistem em afirmar que a Síria é uma ditadura e que ela é controlada pela seita dos alauítas. No entanto, se a autoridade do Presidente al-Assad se exerce sobre o exército, muitos altos-funcionários civis só fazem o que lhes dá na cabeça e não obedecem cegamente. Além disso, a República é laica e não confessional. Ela foi fundada pelo Partido Baath, que durante muito tempo controlou todas as engrenagens. Esta formação política bate-se pela unidade do Povo árabe em nome dos princípios da Revolução Francesa. No máximo pode-se argumentar que é um Estado em guerra desde 1948 face a um vizinho expansionista, Israel, e que dispõe de um regime militarizado e em grande parte controlado pelo Baath laico. – Finalmente, acompanhando o movimento iniciado por Hillary Clinton, os «Amigos da Síria» vão, ao chamar os seus diplomatas, privar-se de meios legais de verificação de informações. Apenas os Estados Unidos e o Reino Unido disporão, agora, de um vasto sistema de espionagem satélite comum (os «Cinco olhos») permitindo-lhes distinguir o verdadeiro do falso .
O papel das autoridades francesas permanecerá limitado. Primeiro são encarregados de enquadrar a Brigada Omar al-Faruq, em Homs, e ainda o ataque a Maalula, a primeira cidade cristã histórica.
- O jornalista da France 2, Gilles Jacquier —que trabalhava igualmente para a DGSE e para a Mossad, em violação da Carta de Munique— morre de um tiro de morteiro em Homs, a 11 de Janeiro de 2012. Ele devia entrar em contato com a Brigada Omar al-Faruq. De início, tinha pedido para ser adstrito ao Exército Árabe Sírio e poder seguir os Generais Maher al-Assad e Wajih Mahmud —sobre os quais os Serviços secretos Ocidentais tentam reunir informações—. Chegado a Damasco, ele precipita-se para um hotel conhecido dos Serviços de Segurança por ser o local de encontro dos Irmãos Muçulmanos e dos seus patrocinadores Ocidentais. Convidado a encontrar-se com famílias de mártires e dirigentes da Oposição doméstica, acusa-os de «fazer a propaganda do regime». Recusando uma escolta governamental parte sozinho para Homs, convencido que nada há a temer dos «revolucionários». Entretanto, acaba por ir ter ao bairro alauíta bombardeado diariamente pelos jihadistas, a essa hora, e é morto como tantos Sírios [10].
- A DGSE tenta fazer atribuir a morte de Jacquier a «um complô do regime». Alain Juppé dirige-se ao Conselho de Segurança, em Nova Iorque, para «se inclinar perante a memória de Gilles Jaquier, o jornalista francês morto no exercício das suas funções»; um lapso infeliz já que a expressão «morte no exercício das suas funções» é habitualmente reservada para funcionários em missão e não para jornalistas, mesmo que empregados do serviço público.
A França participa igualmente ao lado do Exército turco no enquadramento de jihadistas que atacam por duas vezes a pequena cidade de Maalula, símbolo do cristianismo histórico. Eles destroem a estátua da Virgem que encima a vista da cidade, e saqueiam também as relíquias da «décima terceira apóstolo», Santa Tecla, assim como os mosteiros de S. Sérgio e S. Baco, o único casal canonizado pela Igreja Católica. Vários soldados franceses morrerão na aldeia vizinha de Sanayeh.
A Brigada Omar al-Faruq instaura a sua lei sobre a província de Homs. Tal como Nicolas Sarkozy o havia anunciado previamente ao Patriarca maronita, os pregadores anunciam pelos alto-falantes que os Cristãos devem-lhe pagar a taxa devida pelos infiéis, depois dão-lhes alguns dias para partir ou, então, morrer. É uma política recorrente, desde o plano Beaudecourt de 1848, da França e da Turquia (então otomana), a de deslocar os cristãos católicos e maronitas (ambos fiéis a Roma) e exterminar os ortodoxos.
As Forças Especiais francesas enquadram por fim os taqfiristas, um ramo dos Irmãos Muçulmanos, que se entrincheiram num pequeno quarteirão de Homs, Baba Amr. Aí, proclamam um Emirado Islâmico. Segundo eles, os muçulmanos que não seguem a doutrina da Irmandade devem ser excomungados, condenados à morte e executados em público [11]. Durante a guerra do Iraque, pregadores taqfiristas tinham percorrido as áreas rurais sírias e tinham conseguido recrutar adeptos. Como, em certas regiões, o habitat rural não está organizado em aldeias, mas em quintas isoladas, ninguém tinha avaliado o seu número. No total eram cerca de 2.000 homens. O seu número aumentara com cerca de um milhar de fugitivos à justiça, que os tinham seguido na sua aventura a troco de dinheiro vivo, sonante. A ideia era fazer deste emirado o ponto de partida para a conquista do país. É neste contexto que, pela segunda vez, a Rússia e a China opõem o seu veto no Conselho de Segurança a um projecto de intervenção militar da OTAN.
O Emirado Islâmico de Baba Amr fica seguro porque o Exército Árabe Sírio apenas pode cercar o quarteirão que lhe serve de território. Uma unidade de 70 dos seus soldados está bloqueada no interior, dentro de um supermercado. É, portanto, impossível bombardear os jihadistas sem correr o risco de matar os soldados regulares.
Também não é possível, seja como for, entrar em Baba Amr porque as vias de acesso estão todas protegidas por baterias de mísseis anti-tanque Milan (100. 000 euros por bateria, mais de 12.000 euros por tiro), instaladas pelas Forças Especiais Francesas, e baterias 9K115-2 Metis-M, de fabrico soviético [12]. Quando muito, pode-se tentar avançar casa a casa, sem usar as ruas. O pequeno Emirado islâmico é aprovisionado com comida e munições através de uma vasta rede de túneis, que foram construídos a partir dos canais de esgoto aquando da montagem da guerra.
Gravação áudio (em inglês) da espera de Abu Saleh antes de entrar em direto na Al-Jazeera.
A France 24 e a Al-Jazeera dispõem de correspondentes oficiais em Baba Amr, entre os quais o jovem Abu Saleh. Este relata ao mundo inteiro os bombardeamentos quotidianos. Mostra as vítimas e ele próprio é ferido. Ele apela, em vão, ao Ocidente por socorro. Mas, a realidade é completamente diferente. Os ruídos de explosões provêm das casas de cristãos e dos partidários do regime que estão a ser destruídas. A fumaça preta vem dos pneus que são queimados no cimo dos telhados. Os feridos são apenas figurantes. O teatro é tão bem encenado e corresponde tanto aos desejos dos Ocidentais que todos acreditam nele, até que um jornalista britânico filma Abu Saleh a dirigir a encenação.
A República Árabe Síria receia que o cerco de Baba Amr acabe num banho de sangue, como durante o golpe de Estado dos Irmãos Muçulmanos de 1982. O General Assef Chawkat entra em contato com o Ministro francês do Interior, Claude Gueant, que é totalmente contrário a esta guerra, tal como também foi contra a da Líbia. Os dois homens concordam numa «paz dos bravos». Os oficiais franceses presentes no local poderão sair livremente, mas os taqfiristas sírios terão de se render. Guéant envia para o local um brilhante oficial da DCRI, anteriormente Adido na Embaixada da França, e no momento colocado na Jordânia: ele é recebido por Michel Kassua, o homem que tinha sido declarado injustamente persona non grata em França, em 1982.
As duas partes acordam que eu seja o seu «terceiro de confiança» [13]. Não é a primeira vez que o Eliseu me pede um serviço ao mesmo tempo que ordena à DGSE para me «neutralizar». Já me tinha solicitado como intermediário numa negociação secreta com o Presidente Hugo Chávez, afim de não utilizar o canal do Quai d’Orsay e de agir às escondidas dos Estados Unidos. Evidentemente, eu agi no interesse dos dois países.
As negociações são interrompidas ao fim de vários dias de modo a que Moscovo possa interceder junto de Paris. Finalmente, o acordo é aplicado. Os Franceses são evacuados junto com «jornalistas». Os 19 outros oficiais que foram feitos prisioneiros durante a guerra são igualmente libertados [14]. O Embaixador da França em Beirute, Denis Piéton e o Chefe do Estado-Maior das Forças armadas, o Almirante Édouard Guillaud, vem acolher os dois grupos à fronteira libanesa. Oficialmente, os Franceses eram «desertores» da Legião Estrangeira, no entanto, alguns deles tinham sido presos carregando uma maleta de comunicações encriptadas da OTAN e foram acolhidos pelo Chefe de Estado-Maior em pessoa.
A França retira-se da guerra. Ao fazê-lo, ela tira o tapete sob os pés de Angus McKee, o agente do MI6 que dirige as operações a partir das embaixadas britânicas de Damasco e de Beirute, e de Lord David Richards, o Chefe de Estado-Maior britânico, cujo plano previa atacar a Síria com 100.000 homens [15]. O pânico invade Washington. A NSA recebe a ordem de piratear os computadores do Eliseu para perceber a reviravolta francesa. O que é feito.
O caso dos prisioneiros franceses é tratado na imprensa não-ocidental, nomeadamente pela Russia Today. Mas, o Eliseu intervêm junto dos grandes média franceses e nenhum reproduz a informação
Em Paris, a hora é de ajuste de contas. O embaixador da França em Damasco, cujas instalações foram fechadas e o pessoal repatriado, Éric Chevalier, recebe os jornalistas. Ele revela, «em off», que o ministro falsificou os seus relatórios para que correspondessem às suas fantasias coloniais. Os dois homens teriam começado a contradizer-se desde o início da guerra, Alain Juppé exigindo que ele validasse as imputações da France24 acerca das crianças a quem se teriam arrancado as unhas e das manifestações pela democracia [16].
O Embaixador a manter não ter tido condições de verificar a primeira informação, que as manifestações não eram tantas como se tinha querido fazer crer e que não mostravam nenhum slogan a favor da democracia. A 1 de Abril, Alain Juppé participa na segunda Conferência dos «Amigos da Síria», em Istambul. Aí, participam 83 Estados e Organizações internacionais. É melhor que em Túnis. Mas, a França não joga aí nenhum papel. A Conferência reconhece que não será possível aplicar na Síria o plano inicial, e tratá-la como a Líbia, sem entrar em conflito directo com a Rússia e a China.
Será, todavia, talvez possível atacá-la sem autorização do Conselho de Segurança, como foi feito contra a Jugoslávia (actual Sérvia) no Kosovo. Para este fim, o Embaixador norte-americano, Stephen Rapp, é encarregado de criar o Syria Justice and Accountability Centre, uma «ONG» sediada em Haia. Ela irá recolher todos os testemunhos possíveis para estabelecer o dossiê de acusação que permitirá condenar o Presidente al-Assad perante um Tribunal Internacional. Nicolas Sarkozy, esse, só se preocupa com a sua reeleição.
(Continua…)
Tradução
Alva
[1] « L’Église maronite s’inquiète des intentions de l’Occident », par Pierre Khalaf, New Orient News (Liban), Réseau Voltaire, 12 septembre 2011; « Le Patriarche, les catacombes et la “révolution” », « Les chrétiens d’Orient s’érigent en remparts face au nouveau colonialisme occidental », par Mère Agnès-Mariam de la Croix, Réseau Voltaire, 22 septembre. “Os cristãos do Oriente erguem-se como muralhas face ao novo colonialismo ocidental”, Mère Agnès-Mariam de la Croix, Rede Voltaire, 18 de Outubro de 2011.
[2] Maneuver Warfare Handbook, William S. Lind, Westview Press (1985); “Understanding Fourth Generation War”, William S. Lind, Military Review, September-October 2004; On War: The Collected Columns of William S. Lind 2003-2009, Castalia House (2014).
[3] «Gaza: Francia supervisa la ampliación del muro de separación», Red Voltaire , 27 de diciembre de 2009.
[4] «La guerra secreta de Francia contra el pueblo sirio », Red Voltaire , 3 de marzo de 2012.
[5] « Réunion du Conseil de sécurité sur la situation en Syrie – Vétos russe et chinois », Réseau Voltaire, 4 octobre 2011.
[6] «Un millón de manifestantes en Damasco, Siria», Red Voltaire , 14 de octubre de 2011.
[7] « Rapport du chef de la Mission des observateurs de la Ligue Arabe en Syrie pour la période du 24/12/2011 au 18/01/2012 », Réseau Voltaire, 2 février 2012.
[8] « Intervention d’Alain Juppé lors de la conférence des Amis du peuple syrien », par Alain Juppé, Réseau Voltaire, 24 février 2012.
[9] « Intervention d’Hillary Clinton lors de la conférence des Amis du peuple syrien », par Hillary Clinton, Réseau Voltaire, 24 février 2012.
[10] “Síria: O fiasco dos agentes secretos franceses em Homs”, Boris V., Komsomolskaïa Pravda (Rússia) , Rede Voltaire, 25 de Fevereiro de 2012. «Admite Washington que Bachar al-Assad no será derrocado», Red Voltaire , 17 de febrero de 2012.
[11] “Rebellen in Syrien : Der Henker von Bab Amr”, Ulrike Putz, Der Spiegel, 26 mars 2012. English version : “The Burial Brigade of Homs : An Executioner for Syria’s Rebels Tells His Story”
[12] « Le bastion de l’Armée « syrienne » libre était équipé de missiles Milan », Réseau Voltaire, 16 février 2012. «Los terroristas del “Ejército Libre Sirio” equipados con sofisticados misiles franceses Milán», Red Voltaire , 29 de febrero de 2012.
[13] «Los periodistas-combatientes de Baba Amro », por Thierry Meyssan, Red Voltaire , 5 de marzo de 2012.
[14] «Francia negocia con Siria la devolución de los 18 agentes franceses capturados en ese país árabe»; «Francia reinstaura la censura militar », Red Voltaire , 2 y 8 de marzo de 2012.
[15] “Syria conflict : UK planned to train and equip 100,000 rebels”, par Nick Hopkins, BBC, 3 juillet 2014.
[16] «Alain Juppé acusado por su propia administración de haber falsificado los informes sobre Siria», Red Voltaire , 22 de marzo de 2012.