Contando só catástrofes recentes, nosso Workers World chora a perda trágica das 30 pessoas assassinadas pelos EUA em ataques aéreos contra um hospital de caridade no Afeganistão; dos 224 passageiros e tripulação russos assassinados no avião explodido sobre o Egito; dos 102 assassinados em ataque contra manifestação pacífica de cidadãos em Ancara, Turquia; das 34 pessoas assassinadas em Ancara, Turquia; das 34 pessoas assassinadas em Beirute; e das incontáveis famílias que os EUA assassinaram em ataques com drones contra festas de casamento e que morrem todos os dias tentando cruzar o Mediterrâneo fugindo da guerra e a perda de vidas e lares.
Choramos a morte de centenas de afro-norte-americanos assassinados pela polícia racista nos EUA.
E choramos o assassinato de pelo menos 120 pessoas, a maioria muito jovens, em Paris, na noite de 13-14 de novembro de 2015.
Só esse último massacre provocou reações públicas furiosas – dos governos de EUA e França e da OTAN.
Mas a maior ameaça que essas forças altamente militarizadas fazem, querendo sempre mais guerras e mais destruição, atinge diretamente os trabalhadores e os povos do mundo, inclusive o movimento por Direitos Humanos dentro dos EUA.
Quem é o responsável de fundo pelo que aconteceu em Paris, que nova agressão está sendo planejada nesse momento e como podemos reagir contra ela?
A mídia-empresa ‘noticia’ incansavelmente que o governo francês culpa o ISIS pelas mortes, e que o chamado ‘Estado Islâmico’ [não é estado, não é islâmico, não tem capital, nem nome definido tem; que diabo é isso de que tanto falam os ‘especialistas’?! (NTs)] declarou-se autor dos crimes. Essa ‘versão’ predominará.
Mas do início ao fim, os reais responsáveis por todas essas desgraças são EUA, França, Grã-Bretanha e outras potências militares imperialistas da OTAN e seus governos-fregueses em Israel e na Arábia Saudita. Esses governos criaram as condições inadmissíveis e insuportáveis que levaram aos ataques terroristas.
As guerras em curso, inventadas e geridas por EUA-OTAN em toda a Ásia Ocidental e no Norte da África destruíram estados e sociedades estáveis naquela vasta parte do mundo, mataram milhões de inocentes e arrancaram dezenas de milhões de pessoas, de terras e casas que lhes pertencem.
Ao inventar e gerir guerras infindáveis, que levam desgraça, tumulto e miséria a milhões de seres humanos, as potências imperialistas deliberadamente atiçaram antagonismos religiosos e nacionalistas, além de empurrar centenas de milhares de pessoas a procurar abrigo na Europa.
Hoje, depois dos ataques em Paris, três grandes ameaças óbvias pesam sobre todos os pobres do mundo:
– A primeira, que governantes de França, EUA e outras potências da OTAN sirvam-se daqueles ataques e respectivos mortos como pretexto para escalar sua já terrivelmente perigosa intervenção militar [clandestina] na Síria. Por essa via, cria-se o risco de guerra regional que envolveria Irã e Rússia.
– A segunda, que racistas & nacionalistas ampliem os crimes de islamofobia e estimulem o ódio a todos os estrangeiros, com campanhas cada vez mais violentas contra migrantes; na Europa, contra africanos e emigrados da Ásia Ocidental; nos EUA, contra latino-americanos.
– A terceira, dentro dos EUA, é que policiais desafiados pelo Movimento Black Lives Matter [Vidas Negras também Contam] passem a usar os ataques em Paris como pretexto para manter e ampliar a guerra que fazem hoje contra cidadãos negros e mulatos.
Os interesses da “Segurança Nacional” e de Wall Street aos quais aqueles policiais servem tentarão aumentar a vigilância e a repressão contra movimentos de protesto.
Todos que queiram combater essas ameaças devem usar suas próprias redes, seus próprios veículos e as mídias sociais para expor os crimes que estão sendo cometidos pelas classes dominantes nos EUA e na França.
Todos os trabalhadores do mundo têm de levantar-se em solidariedade a todos os migrantes, em todos os continentes – eles são os povos oprimidos, nossos companheiros trabalhadores.
Temos de nos levantar em solidariedade aos movimentos que lutam para ter justiça e direitos respeitados, que hoje resistem contra a pressão que fazem os ricos e poderosos. Os ricos e poderosos nunca desistem de ‘ensinar’ aos pobres e aos trabalhadores, servindo-se para isso da mídia-empresa comercial, que desistam da luta.
Quem impõe hoje ao mundo as guerras contra Síria, Líbia, Afeganistão e Iraque são os super-ricos.
Não deixemos que usem os horrores e os incontáveis cadáveres que eles mesmos produzem pelo mundo, para nos empurrar para guerras e conflitos cada dia mais destrutivos.
Não à intervenção por EUA, França, OTAN, Arábia Saudita ou Israel, na Síria, no Iraque, no Iêmen e por toda a Ásia Ocidental!
Pelos direitos dos migrantes em todos os continentes!
Solidariedade a todos os trabalhadores e oprimidos do planeta, contra os conservadores e o imperialismo! *****