Um passado e o presente cheios de crimes: ‘A entidade sionista e os Estados Unidos’

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Por Ruba Youssef  Shaheen*

 

Está registrado nos livros de história que os Estados Unidos foram estabelecidos sobre as ruínas dos nativos americanos, uma vez que não havia algo chamado ‘Estados Unidos da América’. A América do Norte testemunhou conflitos e confrontos violentos, nos quais os britânicos desempenharam um papel importante, pois cederam vastas áreas de terras indígenas aos Estados Unidos.Guerra Civil Americana - História - InfoEscola

A América, foi criada à custa daqueles que confiaram nela, pois os Estados Unidos na época estavam envolvidos em duas guerras, uma guerra contra o domínio britânico e outra contra os nativos americanos, chamada ‘Guerra da Revolução Americana’, onde os dois países competiram pelas terras localizadas a leste do rio Mississippi. Os nativos americanos foram enganados antes da Grã-Bretanha, e os conflitos terminaram em guerras nas quais os nativos americanos perderam suas terras local aonde os Estados Unidos da América se estabeleceram.

De acordo com um artigo educacional publicado pela Biblioteca do Congresso, intitulado ‘The Destruction of Native American Civilizations’, o número total de nativos americanos era de 900 mil pessoas.

Existe uma metodologia paralela entre os Estados Unidos da América e Israel, onde este último foi estabelecido na terra árabe da Palestina desde o mandato britânico e francês sobre o mundo árabe, e o povo palestino foi deslocado de sua terra na Nakba (diáspora) palestina de 1948, e as guerras começaram na região do Levante* para impedir que esta entidade se expandisse. Quando a entidade israelense foi estabelecida em 1948, seu número não ultrapassava 806 mil pessoas.Por que o controle do vale do Jordão é chave para o conflito entre Israel e Palestina - BBC News Brasil

Desde então e até agora, durante a guerra da ‘Inundação de Al-Aqsa’, este inimigo continuou a praticar seus crimes, bombardeando civis e matando crianças, como fez no massacre do Hospital Al-Ahly Baptist e da Igreja Ortodoxa na Faixa de Gaza, onde o Ministério da Saúde palestino estimou que 40% das vítimas da agressão israelense eram crianças.

A situação não para por aí. Pelo contrário, o inimigo tenta brutalmente intensificar sua invasão criminosa, privando os moradores da Faixa de Gaza de água, eletricidade e combustível, transformando a região em uma área isolada da vida, ao mesmo tempo em que continua direcionando seus mísseis a edifícios residenciais e aumentando o grau de destruição sobre o povo palestino na Faixa de Gaza.

Apesar das tentativas dos governos árabes preocupados na questão palestina, liderados pelo Egito e pela Jordânia, que assinaram um tratado de paz com esta entidade israelense, de abrir o cruzamento de Rafah** e a possibilidade de trazer ajuda ao setor afetado, a chamada reunião de paz não conseguiu elaborar uma declaração que pudesse condenar a entidade usurpadora e atender às necessidades de instalações vitais e setores de saúde em termos de combustível, a fim de que esses setores possam concluir seu trabalho, salvando os feridos e enfermos do povo da Faixa de Gaza, diante do mundo e na presença de representantes de organizações humanitárias e da comunidade internacional, que, ao longo de 75 anos, têm sido capazes de fazer isso.

A entidade sionista vem conseguindo reduzir as intervenções dessas organizações humanitárias para prestação de socorro a povos oprimidos a um mínimo de assistência possível.

Por último, mas não menos importante, esta entidade sionista, juntamente com os Estados Unidos da América e o Ocidente sionista, está tentando impor suas políticas criminosas e terroristas por meio desta entidade bastarda, mas a realidade confirma que o povo palestino, com sua resistência valente, foi capaz, apesar do custo horrível que isso representa, de conter este inimigo e revelar a sua verdadeira face para o mundo inteiro, sobre o que aconteceu e está acontecendo na terra ocupada da Palestina.

Como disse Sua Excelência, o Bispo Atallah Hanna, Arcebispo Ortodoxo Grego da Palestina ocupada: “Esta ocupação não faz distinção entre uma igreja e uma mesquita. Mesquitas foram bombardeadas, hospitais foram atacados, e aqui está uma igreja histórica  na orgulhosa Gaza sendo bombardeada. É um ataque a todo o nosso povo, de fato a toda a nossa nação. É um ataque à orgulhosa Gaza.

A Igreja de São Porfírio Ortodoxa em Gaza é uma igreja histórica cuja construção remonta ao quinto século d.C., e atacá-la é um ataque a nossa história, a nossa civilização, a nossas raízes e à nobreza de nossa existência neste local abençoado no mundo. O sangue de nosso povo em Gaza não é barato.

O sangue de nosso povo palestino não é barato em toda a Palestina. Aqueles que atacam Gaza são os mesmos que atacam na Cisjordânia e em Jerusalém, e conspiram contra a causa palestina e contra o povo palestino. Estamos enfrentando uma conspiração sem precedentes, visando liquidar a questão palestina, pondo fim à existência de nosso povo.”

 

Notas:

* Levante: área geográfica que inclui partes da Síria, Líbano, Palestina, Israel e Jordânia, e tem uma conotação específica associada a essa região histórica e culturalmente rica.

** cruzamento de Rafah: importante ponto de passagem na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito.

 

Ruba Youssef Shaheen*, é jornalista desde Síria, especial para Oriente Mídia.

Edição de texto: Alexandre Rocha, Heresis Editora.

 

 

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