Relatório:Tel Aviv gastou milhões influenciando legisladores dos EUA com campanha online baseada em IA

Share Button

Desde o início da sua guerra genocida em Gaza, Israel recebeu dezenas de milhares de milhões em assistência militar e proteção política dos EUA contra investigações de crimes de guerra por tribunais internacionais.

Redação de notícias
5 DE JUNHO DE 2024

(Crédito da foto: Florence Lo/Reuters)

O governo israelense gastou pelo menos US$ 2 milhões em uma campanha de influência on-line que usou centenas de contas falsas de mídia social e pelo menos três sites falsos de notícias em inglês com artigos pró-Israel, instando os legisladores dos EUA a financiar o genocídio dos palestinos em Gaza por Israel, de acordo com uma investigação do New York Times (NYT).

“A campanha secreta foi encomendada pelo Ministério de Assuntos da Diáspora de Israel, um órgão governamental que conecta judeus de todo o mundo com o Estado de Israel”, disseram a publicação dos EUA, citando quatro autoridades israelenses.

No início deste ano, uma investigação do grupo israelense de vigilância da mídia Fake Reporter revelou a existência da campanha de influência online. No entanto, o relatório de quarta-feira do NYT é a primeira confirmação de que o governo israelita financiou a operação.

De acordo com autoridades, a campanha gerou muitas postagens usando o chatbot ChatGPT com inteligência artificial e foi gerenciada pela empresa israelense de marketing político Stoic.

O Ministério de Assuntos da Diáspora de Israel negou envolvimento na campanha de influência e alegou não ter ligação com o Stoic.

A operação financiada pelo governo, lançada dias após os acontecimentos de 7 de Outubro, também procurou recrutar “soldados digitais” entre as start-ups tecnológicas israelenses. Uma reunião foi convocada em meados de Outubro, e os participantes foram informados de que “poderiam oferecer as suas competências técnicas para ajudar no esforço de guerra do país”.

“Membros de vários ministérios do governo também participaram”, disseram vários participantes ao NYT. “Os participantes foram informados de que poderiam ser ‘guerreiros de Israel’ e que ‘campanhas digitais’ poderiam ser realizadas em nome do país”, relata a publicação norte-americana.

A operação israelense teve como alvo mais de uma dúzia de membros do Congresso dos EUA, muitos deles afro-americanos e democratas.

De acordo com o relatório, a empresa-mãe do Facebook, Meta, e a Open AI confirmaram na semana passada que Stoic estava por trás da campanha de influência online. Meta disse que pelo menos 510 contas do Facebook, 11 páginas do Facebook, 32 contas do Instagram e um grupo do Facebook vinculado à operação foram excluídos.

Por sua vez, a Open AI – que administra o ChatGPT – confirmou que Stoic “criou personas fictícias e biografias destinadas a substituir pessoas reais em serviços de mídia social usados ​​em Israel, Canadá e Estados Unidos para postar mensagens anti-islâmicas”.

A revelação surge num momento em que os EUA continuam a fornecer prontamente as armas utilizadas por Israel para assassinar em massa os palestinos em Gaza. Segue-se também à aprovação de um projeto de lei pela Câmara dos Representantes dos EUA que procura impor sanções contra o Tribunal Penal Internacional (TPI) pela sua decisão de solicitar mandados de prisão para líderes israelenses.

Fonte: The Cradle

Share Button

Deixar um comentário

  

  

  

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.