Os anglo-saxões vão à guerra contra o Iêmen

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Rede Voltaire | 13 de janeiro de 2024

Em Novembro, o movimento iemenita Ansar Allah iniciou uma campanha de ataques contra navios mercantes israelitas ou navios ligados aos interesses israelitas que transitavam pelo Mar Vermelho.

O movimento iemenita especificou naquela altura que os ataques continuariam até que Israel acabasse com o massacre contra a população de Gaza. Quando as potências ocidentais manifestaram o seu apoio a Israel, Ansar Allah estendeu os ataques aos navios desses países – os navios mercantes chineses e russos nunca foram atacados.

Os Estados Unidos anunciaram o início da Operação Prosperity Guardian, com uma nova “coligação” internacional, para proteger o tráfego marítimo ocidental no Mar Vermelho.

França e Espanha, países que inicialmente formaram a “coligação”, anunciaram mais tarde a sua retirada da Operação Guardião da Prosperidade.

O movimento iemenita Ansar Allah – pejorativamente referido no Ocidente como “Houthis” ou “Hutistas”, ou seja, “o bando da família al-Huthi” – organizou esta semana uma gigantesca manifestação de apoio ao povo palestiniano. No vídeo a seguir você pode ver uma amostra do que o Ocidente chama de “gangue al-Huthi”.

Em 10 de janeiro de 2024, o Conselho de Segurança da ONU reuniu-se para discutir o assunto e condenou os ataques a navios mercantes. Argélia, China, Moçambique e Rússia abstiveram-se durante a votação.

Contudo, por proposta da Rússia, a resolução do Conselho de Segurança especifica que a paz só pode ser restaurada agindo sobre “as causas profundas, principalmente os conflitos que alimentam as tensões regionais e que contribuem para perturbar a segurança marítima”.

No dia seguinte, 11 de janeiro, os Estados Unidos e o Reino Unido conduziram uma extensa operação de bombardeio contra o Iêmen (73 ataques aéreos) e supostamente destruíram uma dúzia de posições da Ansar Allah. Austrália, Bahrein, Canadá e Holanda participaram dos atentados. A operação foi realizada sob a supervisão do chefe do comando das forças dos Estados Unidos no Oriente Médio (CentCom).

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que ordenou os bombardeamentos contra o Iémen para proteger “uma das vias navegáveis ​​mais vitais do mundo”.

Contudo, a resolução do Conselho de Segurança da ONU não autoriza qualquer tipo de ação militar. Pelo contrário, a resolução apela ao reforço do embargo às entregas de armas às diferentes facções iemenitas, o que permite apontar a operação dos Estados Unidos e dos seus parceiros ocidentais como uma tentativa de prolongar o conflito de Gaza.

A agência de notícias Reuters informa que os bombardeamentos atingiram alvos em todo o Iémen, principalmente na capital, Sanaa, nas cidades de Saada e Dhamar e na província de Hodeida.

O movimento iemenita Ansar Allah acaba de sair vitorioso de uma guerra cruel de 9 anos com a Arábia Saudita e Israel, que contou com o apoio activo dos Emirados Árabes Unidos. Durante 8 anos de bombardeamento, os iemenitas aprenderam a proteger-se e é altamente improvável que a agressão anglo-saxónica os intimide.

Fonte: Rede Voltaire

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