Andrey Fomin*
Enquanto os aviões da Coalizão internacional bombardearam um acampamento do Exército Árabe Sírio, a 6 de dezembro, os Ciber-Berkut ucranianos tornaram público novos documentos. Eles mostram que o Catar comprou bombas de fabrico russo na Ucrânia, de modo a poder acusar a Rússia.
- Anton Pashynskyi tem 25 anos de idade. Ele é funcionário da agência ucraniana de exportação de armas. É filho de Sergei Pashynskyi, conhecido pelo seu papel controverso no tiroteio quando do golpe de Estado em Kiev, em fevereiro de 2014. Este último é atualmente membro da Verkhovna Rada (Parlamento) da Ucrânia.
A 7 de dezembro, os Ciber-Berkut ucranianos tornaram público um novo conjunto dados expondo a preparação de ataques de falsa-bandeira na Síria, pelo Ministério da Defesa do Catar. Eis, pois, num “e-mail” hackeado a Anton Pashynskyi, um funcionário da SpetsTechnoExport (exportador oficial de armas ucraniano), datado de 21 de Outubro de 2015, escrito para o seu parceiro polaco(polonês-br) de nível 11, o que se segue :
«Boa tarde! Eu tenho uma nova proposta. O exército do Catar quer comprar 2.000 bombas de fragmentação OFAB 250-270. Este é um assunto urgente. Eles estão dispostos a pagar 2.100 US $ a unidade. Veja como entregar, desde que possível. O destinatário final é o Ministério da Defesa do Catar.
Certificado de utilizador final (EUC) junto».
A OFAB 250-270 é uma bomba de 250 kg, não guiada, actualmente utilizada pelos jatos russos Su-25 e TU-23m3 para rebentar as posições dos grupos terroristas do Daesh e associados na Síria :
A Força Aérea do Catar possui Mirages franceses (aviões de combate multifunções) e jatos Alpha de ataque. Nenhum deles pode, em princípio, ser equipado com OFAB 250-270. Daí a pergunta:
Porque é que o Ministério da Defesa do Catar procurou comprar um arsenal considerável de bombas, não só inadaptadas aos seus aviões, mas a um preço três vezes (!) maior que o do mercado? (as OFAB 250-270 são vendidas a 700, 800 US$ a unidade).
A resposta é horrivelmente simples: qualquer perito independente, que constatasse o emprego das OFAB 250-270 na Síria, concluiria, rapidamente, que se trata de bombas russas, e que habitualmente elas só são empregues pelos Russos.
Ora, essa é precisamente a questão que se pôs após o bombardeamento, a 6 de dezembro de 2015, de um acampamento do Exército Árabe da Síria. De acordo com a Síria, dois aviões desviaram-se de um grupo de quatro aeronaves da Coligação, despejaram bombas não guiadas, mataram 3 soldados e feriram outros 24, enquanto os jiadistas atacavam no solo. Mas o Pentágono negou qualquer envolvimento no incidente e a imprensa Catari acusou a Rússia de ter cometido um erro.
Abaixo está o certificado de destino final:
Tradução Alva
Fonte Oriental Review (Rússia)