Hezbollah: o partido de Deus é o pior dos demônios?

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Em discurso, líder do Hezbollah pede cessar-fogo na Faixa de Gaza | CNN  Brasil
12 de novembro de 2023

O partido de Deus nunca escapou de ser acusado de terrorismo por aqueles que dedicam os seus esforços a rotular os outros. Ele é o pior dos demônios. As potências ocidentais dedicaram a maior parte das suas energias à subjugação dos países árabes e, quando acreditaram que a sua missão estava cumprida, as milícias começaram a proliferar nos locais mais inesperados, do Iémen ao Líbano.

O principal deles é o Hezbollah. Outro dia, Abdel Malak Al Houhtí, o líder do Ansarollah, declarou, após o discurso de Hassan Nasrallah, que o líder libanês falava na qualidade de “comandante do eixo da resistência”.

O “comandante” falou durante uma hora e 40 minutos diante das câmeras, e não só os árabes (xiitas, sunitas, cristãos) ouviram o seu discurso, mas também os israelenses. O Hezbollah tem repetido – uma e outra vez – que a causa palestina é sua e todos no Médio Oriente sabem que isso significa negócio.

No dia 3 de novembro, em seu primeiro discurso após o ataque palestino, Nasrallah surpreendeu. Todos esperavam uma declaração de guerra a Israel em solidariedade com os palestinos, mas não houve nada disso. Ele pediu moderação e um cessar-fogo imediato.

Como sempre, falava devagar, com o sotaque característico do sul do Líbano e, mais do que um líder religioso, dava a impressão de estar usando um uniforme camuflado.

Os meios de comunicação social esperaram pacientemente pelas suas palavras, embora já tivessem escrito as manchetes de antemão: a organização terrorista Hezbollah provoca uma escalada na guerra em Gaza… Incendeia o Médio Oriente…

Ele não lhes deu a menor chance, e até mesmo muitos árabes se sentiram decepcionados. Eles esperavam por Nasrallah com a faca entre os dentes. Alguns acusaram-no de ter abandonado os palestinos à sua sorte.

O seu discurso foi completamente contra a corrente da propaganda imperialista. A imagem do Hezbollah e do Nasrallah era mais forte que a realidade.

Não houve necessidade de declarar guerra a Israel porque a guerra também é uma realidade no sul do Líbano, mas o papel de liderança pertence aos palestinianos. Nasrallah esforçou-se por deixar isto claro em diversas passagens do seu discurso.

Também deixou claro que o inimigo não é Israel, mas também os Estados Unidos, outro elemento que muitos esquecem, mas não no Médio Oriente.

A direção de inteligência militar israelita, AMAN, designou 16 analistas exclusivamente dedicados a decifrar os discursos. Em 2010, um alto funcionário dos serviços secretos israelitas, o coronel Runin, dedicou a isto uma tese na qual concluiu que, desde o tempo de Nasser, é o primeiro líder árabe com capacidade para influenciar os israelitas.

Naturalmente, o peso do Hezbollah no Médio Oriente não é apenas ideológico, mas também militar. O exército israelita não está preparado para uma guerra como a que o espera em Gaza, mas o Hezbollah está. Ele tem 12 anos de experiência na Síria, onde não se limitou ao combate, mas liderou o exército regular em diversas batalhas, como em Qusseir, Yabrud e Qalmun.

Que Yahweh lhes dê confissões aos sionistas…

Fonte: mpr21 em espanhol

Encaminhado por Amyra Al Khalili

 

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