Décimo dia da Operação Especial russa no Banderastão 

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5/3/2022, The Saker, The Vineyard of the Saker [excerto]
Tradução automática por Google Translate, revista e corrigida para o português do Brasil. Para finalidades acadêmicas. Sem valor comercial.

Caros amigos

É o décimo dia da Operação Especial russa, e nesse comentário tentarei resumir alguns dos desenvolvimentos mais críticos. Vamos lá:

Não vou comentar muito, porque ou o mapa é evidente para você (e meu comentário não é necessário), ou o leitor só vê aí alguma vitória ucraniana iminente sobre um “Putin que calculou mal” [aqui, um lamentável exemplo da mídia BR (NdR)], caso em que nenhum comentário meu poderia ajudar). Assim sendo, sem mais comentários sobre o mapa, por enquanto.

Primeiro, o já obrigatório mapa da situação, na noite de ontem (vide mapa).

Seguimos adiante,

  • De acordo com documento interno ucraniano que está circulando na rede Runet, teria havido um vazamento do Conselho de Segurança ucraniano, que admitia que 40% do território ucraniano está sob controle russo e mais de 75% do exército ucraniano foi destruído. Considerando a quantidade de notícias forjadas (ing. fake news) que circulam, não posso garantir a autenticidade desse documento. Observo contudo que esses dois números (40% do território e 75% dos militares) correspondem aos valores que venho estimando, especialmente as dimensões do pessoal militar restante – indicador muito mais importante do que dimensões do território já libertado).
  • – Por que os russos estão chamando essa ação de “operação especial”?

    Eu diria que se trata de um tipo de operação que jamais visto. Nunca. Meu amigo Andrei Martyanov cunhou um termo muito bom: para ele seria “operação policial de armas combinadas”. Na terminologia militar russa, “armas combinadas” é a “principal forma de combate dos exércitos modernos, na qual esforços de formações, unidades e as próprias unidades de vários tipos de forças terrestres são combinados e coordenados com as ações de outros tipos de forças armadas”. “Operação Especial” é um tipo de guerra só pode ser conduzido por unidades de armas combinadas e implica uma dimensão de nível operacional. Em outras palavras, uma operação de armas combinadas nada tem em comum, em teoria, com operação policial. Nesse caso contudo Andrei Martyanov está certo: o que estamos vendo na Ucrânia é uma operação policial, cujo objetivo é desarmar e apreender/neutralizar uma força criminosa, ela mesma tão grande que, em nível operacional tem capacidade para guerra.Normalmente, as operações policiais ficam no extremo inferior do spectrum de nível tático (divisão, brigada, regimento, batalhão, companhia, pelotão) e raramente envolvem mais do que alguns poucos blindados para transporte de pessoal e armas. Claramente não é o caso hoje na Ucrânia, onde as operações de combate alcançam níveis operacionais e até estratégicos.
  • – Na prática, o que isso significa? Em primeiro lugar, significa que o objetivo da operação é negar ao inimigo o uso de todas as tecnologias e infraestrutura necessárias para combate em nível operacional: comunicações, munições, petróleo, diesel, lubrificantes, apoio aéreo, reconhecimento e seleção de alvos, etc. Novamente: o objetivo não é matar número máximo das forças ucranianas ou arrasar cidades. O objetivo é diminuir o nível ou as operações de combate de que os Ukies são capazes.A partir do momento em que esse objetivo foi alcançado, já não se fala de “forças armadas ucranianas”, só de subunidades específicas, que lutam em nível tático. Repito: o objetivo não é matar número máximo de ucranianos ou arrasar cidades. O objetivo é baixar o nível de operações de combate das quais os ucranianos são capazes.Esse objetivo foi quase completamente alcançado.

    O principal indicador desse sucesso é que as forças ucro-nazistas perderam a capacidade para manobras coordenadas. Ainda melhor (ou pior, dependendo de quem você apoia), os russos têm total superioridade aérea, o que torna qualquer movimento muito perigoso para os ucro-nazistas (as operações CAS russas de asa fixa e rotativa incluem “caças livres” em zonas de fogo livre).

  • – Mas e as cidades, então?

    As cidades fornecem ambiente muito desejável para operações defensivas, especialmente se você aceitar fazer alto número de baixas civis. No nosso caso, os ucro-nazistas não só aceitam o alto número de baixas civis: eles montaram todo um sistema para maximizar o número de mortos entre os civis. Por isso atacam nas cidades. Em várias cidades, os ucro-nazistas mantêm presos os habitantes locais como escudos humanos (lembre-se que sob a ideologia de Bandera, os ucranianos do leste são “separs” [separatistas], que só merecem a morte; nenhum ucro-nazista cogita de preservar a vida deles. Em alguns casos, os lados concordaram com corredores humanitários, mas todas as cidades em que há um esquadrão da morte nazista hardcore, os civis são proibidos de sair e, inclusive, são postos em dormitórios específicos, escolas, prédios usados pelos ucro-nazistas.– Voltando à “operação policial de armas combinadas” de Martyanov, compreendam bem, por favor, que não se trata de “operação policial” no sentido norte-americano da palavra, como se viu na guerra contra a Coréia. Ali, a Força Aérea dos EUA ficou sem alvos para bombardear, porque destruíra todo o norte da Coréia, completamente.No caso presente, os russos estão REALMENTE se esforçando para poupar vidas e também para poupar a infraestrutura civil. Isso, não apenas porque os russos veem os ucranianos como seu próprio povo, mas também porque cada prédio destruído pela Rússia é prédio cuja reconstrução terá de ser paga pela Rússia. Portanto, essa operação é muito especial, no sentido de que é conduzida em escala e com métodos nunca vistos em toda a história humana.– Agora temos de examinar novamente as PSYOPs (“Operações Psicológicas”). Eu diria que as PSYOPs ocidentais foram absolutamente soberbas, na coordenação e na eficácia. Ah, sim, claro, os russos esperavam em certa medida que fossem assim, mas acho que a escala de alta qualidade deve ter chocado o Kremlin.

    Mas agora, com uma semana de tudo isso, os russos estão claramente fartos. A Rússia acaba de aprovar lei que cria o crime de divulgar deliberadamente notícias forjadas [ing. fake news] sobre os militares.

    Efeito dessa lei, todas as agências ocidentais de Operações Psicológicas estão deixando a Rússia: ABC News, BBC, Bloomberg, CBC, CBS News, CNN, e haverá mais.

    Além disso, Twitter e Facebook já estão bloqueados na Rússia. Quanto aos piores veículos da 5ª Coluna na Rússia (Dozhd, Meduza), também estão sendo fechados.

    Francamente, e considerando que o Ocidente está bloqueando não apenas RT e Sputnik, mas nomes inteiros de domínio, como .ru ou .su, parece-me que, sim, já era hora de retaliar contra os canais ocidentais de PSYOP.

    Considerando o modo como EUA e outros governos agiram para calar até blogs e websites individuais pró-Rússia e até neutros, entendo que a reação dos russos é caso claro de “melhor tarde do que nunca”.

    A atual narrativa disseminada pelas Operações Psicológicas midiáticas dos EUA sobre os russos foi derrotada; está em retirada e não sobreviverá a esse fim de semana. Prevejo que agora mudará para “o Mordor Gulag de Putin está sendo imposto a toda a sofredora Ucrânia”.

    Além disso, lembrem-se de todas as acusações de genocídio contra os sérvios na Bósnia, Croácia e Kosovo? Acontecerá novamente contra a Rússia: onda massiva de acusações de atrocidades e genocídio.

    Como alguém que teve acesso a informações confidenciais durante a guerra contra a nação sérvia, posso atestar que, mesmo quando número incontável de notícias corretas e de fatos corretamente expostos inequivocamente mostrem o que aconteceu, as PSYOPs ocidentais e respectiva mídia e agentes prostitutas e prostitutos ainda assim dominam as narrativas ‘midiáticas’.

    A realidade absolutamente não preocupa tampouco, sinceramente, os que voluntariamente ouvem, ou leem, o fluxo constante de mentiras e falsidades expelido pela chamada “imprensa livre e democrática”.

    O Império das Mentiras está mentindo, sim, é claro. Mas – e isso é crucial – ao mesmo tempo, sim, ele conhece o verdadeiro placar do jogo.

    Significa que agora que o Ocidente perdeu a guerra na Ucrânia, precisa de duas coisas:

    (1) o maior número possível de mortos (de todos os lados); e

    (2) extrair dessa guerra o máximo possível de capital político.

    É o mesmo que dizer que, não só a guerra deve ser prorrogada pelo maior tempo possível, mas que tem de “entregar” o maior número de mortos, mutilados e feridos.

    Esse tipo de conversa – e imagens sangrentas e lacrimosas – aciona simultaneamente todos os “botões emocionais” conhecidos e impede que a opinião pública faça operar as capacidades analíticas pessoais, que sempre existem, por menores que sejam.

    Qualquer comandante militar 50% competente que olhasse para o mapa acima veria imediatamente que a única via racional nesse momento para os ucranianos é a rendição: esse mapa é realmente definitivo, sem volta.

    Mas como as ordens vêm do tio Shmuel e como o tio Shmuel odeia os negros da estepe tanto quanto odeia os negros da neve, o tio Shmuel agora direcionará seus imensos recursos para prolongar essa guerra o mais possível e para que haja o maior número possível de baixas.

    Em termos mais pessoais, devo dizer que ser russo no Ocidente é terrivelmente doloroso. Posso fazer ideia do que sentiam os judeus nos anos 30 na Alemanha. A pior parte é ver as manadas de idiotas infantilizados à frente da TV, passivos, sendo idiotas. É muito doloroso ver pessoas que você ama e respeita sendo totalmente enganadas e aceitando totalmente a narrativa ocidental disseminada pelas ‘operações psicológicas’. No meu caso, aconteceu com amigos íntimos e até com clérigos que realmente deveriam saber melhor. (Se você é ortodoxo, então você é herdeiro espiritual do Império Romano. Significa que você tem de saber não apenas o que os francos e cruzados fizeram no passado. Você também tem de perceber a plena continuidade entre eles: dos francos e cruzados do passado, aos modernos francos e cruzados. Que lástima que nem todos os cristãos ortodoxos consigam conectar esses pontos. Realmente, que pena!

    Enfim, esses têm sido dias solitários para mim e minha família. Então, em rápida sucessão, assisti à entrevista de Roger Waters para a RT ontem, que recebeu as seguintes manchetes israelenses:

Naquela entrevista à RT, Roger lembrou o dia em que perguntou ao amigo Etienne de onde extraía tanta coragem; e Etienne respondeu: “Roger, e se eu não estiver sozinho?”.

Bem, Roger, se você ler essas linhas, saiba que graças a você, sinto que eu talvez tampouco seja o único. Você me deu coragem durante toda a minha vida. Sua voz me consolou nos meus momentos mais sombrios, e aqui, novamente, você está comigo. Obrigado Roger, não consigo colocar pôr em palavras o quanto isso significa para mim!

Francamente, eu tinha certeza de que o tamanho das ‘operações psicológicas’ dos EUA afetaria Roger, assim como afetou até alguns de meus amigos russos e ortodoxos. E Roger é artista, compositor, poeta, músico, mas com certeza não é um geek de ciência política.

E Roger pode não entender todos os detalhes do que está acontecendo (para começar, ele tem de trabalhar!), mas seu coração o guiou. Assim se vê que o que falta ao Ocidente hoje não é cérebro, embora também haja carência disso, mas falta, sim, um coração bondoso.

O autor francês Rabelais (século XV) escreveu certa vez que “ciência sem consciência [só mostra] a ruína da alma”.

Epitáfio apropriado para o túmulo do Ocidente, se você me perguntar.

E também um aviso para a Rússia: que não siga o caminho vergonhoso do Ocidente rumo à autodestruição: Que sentido teria a vitória militar, se a Rússia se transformar em nada melhor que cópia de uma nação em estado terminal de ocidentalização?

Como a Rússia poderá salvar a Ucrânia, se não puder nem se salvar espiritualmente? (…)

A próxima atualização dessa página, a menos que algo importante aconteça, será amanhã. Primeiro, porque preciso passar algum tempo com minha família; segundo, porque amanhã à noite (horário de Moscou) as coisas devem estar muito mais claras (mesmo que, na verdade, não haja qualquer dúvida quanto aos resultados).

Atenciosamente
Andrei
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga

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