Sputnik 27/09/2020 ( diversas publicações)
A região é disputada pelos dois países há mais de 30 anos, quando a Região Autônoma de Nagorno-Karabakh se separou da então República Socialista Soviética do Azerbaijão.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, telefonou a seu homólogo do Azerbaijão, Ilham Aliyev, expressando apoio completo em relação à situação de conflito com a Armênia na região de Nagorno-Karabakh, relata o serviço de imprensa de Aliyev à Sputnik.
Turquia afirma apoio ao Azerbaijão no conflito com Armênia em Nagorno-Karabakh
“Em 27 de setembro [domingo], Recep Tayyip Erdogan, presidente da República da Turquia, telefonou a Ilham Aliyev, o presidente da República do Azerbaijão. O presidente da Turquia expressou condolências ao presidente e ao povo do Azerbaijão pela morte de civis e soldados azeris como resultado da provocação militar da Armênia”, relata o serviço de imprensa presidencial do Azerbaijão.
O comunicado confirma o contínuo apoio de Ancara a Baku, agradecendo sua intervenção no conflito com Erevan.
“O presidente Ilham Aliyev informou sobre os eventos na linha de frente. Os chefes de Estado expressaram confiança de que as relações amigáveis e fraternais entre o Azerbaijão e a Turquia continuarão se desenvolvendo com sucesso”, indica.
O Ministério de Defesa do Azerbaijão anunciou no início de domingo (27) que as Forças Armadas da Armênia dispararam contra assentamentos na linha de contato em Karabakh, relatando também vítimas civis. Por sua vez, segundo o Ministério da Defesa da Armênia, Karabakh “foi submetido a ataques aéreos e de mísseis”, com os militares da Armênia derrubando dois helicópteros e vários drones do Azerbaijão.
Vahram Poghosyan, porta-voz do presidente da república não reconhecida de Nagorno-Karabakh, informou que diversos povoados em Karabakh, bem como a capital Stepanakert, foram submetidos a fogo de artilharia, e apelou para que a população se abrigasse.
Hostilidades em Nagorno-Karabakh
O conflito em Nagorno-Karabakh começou em fevereiro de 1988, quando a Região Autônoma de Nagorno-Karabakh anunciou sua separação da República Socialista Soviética do Azerbaijão.
Baku perdeu o controle sobre Nagorno-Karabakh e sete áreas vizinhas em 1992-1994 como resultado do confronto armado. Desde 1992, as negociações para a solução pacífica do conflito têm sido conduzidas pelo Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa, liderado por três países: Rússia, EUA e França.
A Rússia apelou hoje (27) a um cessar-fogo entre os dois países, depois que o conflito se voltou a intensificar.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia apelou para que as partes cessem as hostilidades imediatamente e iniciem negociações para estabilizar a situação em Nagorno-Karabakh.
O governo russo expressa preocupação com a escalada da tensão na linha de contato em Nagorno-Karabakh, apelando para um cessar-fogo imediato.
“De acordo com as informações de que dispomos, a situação em Nagorno-Karabakh se agravou drasticamente. Ao longo da linha de contato ocorrem intensos disparos de ambos os lados. Há informações sobre perdas”, afirma um comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Anteriormente, o Ministério da Defesa da Armênia informou que as forças do país abateram dois helicópteros e três drones do Azerbaijão na zona de conflito de Nagorno-Karabakh, adicionando que o “inimigo sofreu baixas e perdeu material”.
Por sua vez, o Exército do Azerbaijão anunciou que ao menos 12 sistemas de mísseis da defesa antiaérea da Armênia haviam sido destruídos, e que lançaria uma contraofensiva “em toda a linha de frente”.
Armênia declara lei marcial após escalada de conflito militar com Azerbaijão em Nagorno-Karabakh
Após o conflito, o presidente da república não reconhecida de Nagorno-Karabakh decretou a lei marcial no território, além de uma mobilização geral.
As forças armênias derrubaram dois helicópteros e três drones do Azerbaijão na zona de conflito de Nagorno-Karabakh, segundo o Ministério da Defesa da Armênia.
A porta-voz do ministério arménio, Shushan Stepanian, publicou no Facebook que “houve um ataque aéreo e com mísseis contra Artsaque [designação arménia de Nagorno-Karabakh]”.
“A Armênia derrubou dois helicópteros e três drones inimigos. Os combates continuam”, ressaltou.
O governo armênio declarou a lei marcial e a mobilização geral devido à escalada na região de Karabakh, informou o primeiro-ministro do país, Nikol Pashinyan.
“Por decisão governamental, na República da Arménia é declarada a lei marcial e a mobilização geral. A decisão entrará em vigor após a publicação oficial. Apelo a todos os que estão adstritos às tropas para se apresentarem aos seus comissariados militares territoriais”, escreveu o ministro no Facebook.
Após surgir a informação de que a Organização do Tratado de Segurança Coletiva teria sido chamada para resolver o conflito em Nagorno-Karabakh, o porta-voz da organização, Vladimir Zainetdinov, declarou o seguinte:
“No momento não há informações de que a Armênia tenha pedido ajuda […] Nós sempre somos a favor da resolução do conflito, mas é preciso entender que o mecanismo de regularização é o Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa”.
Até o momento, o Azerbaijão confirmou a perda de um helicóptero militar, segundo o Ministério da Defesa. A entidade disse não ter ainda informações sobre mortos e feridos durante os ataques armênios contra as posições de suas tropas na zona de conflito de Nagorno-Karabakh e em suas proximidades.
O Exército do Azerbaijão, por sua vez, anunciou uma contraofensiva “em toda a linha de frente“, com o apoio de carros de combate, forças de artilharia, mísseis, aviões e drones.
“Segundo a informação disponível, 12 sistemas de mísseis da defesa antiaérea da Armênia foram destruídos”, ressaltou a nota.
O presidente da república não reconhecida de Nagorno-Karabakh decretou a lei marcial no território, além de anunciar uma mobilização geral, segundo o porta-voz Vahram Poghosyan.
“Com base na atual situação, foi convocada uma reunião extraordinária da Assembleia Nacional. Falando ante os deputados, anunciei ter decretado a lei marcial e a mobilização geral de pessoas maiores de 18 anos”, declarou Harutyunyan.
Anteriormente, as autoridades de Nagorno-Karabakh informaram sobre disparos da artilharia do Azerbaijão contra a capital, Stepanakert, e diversas outras cidades, enquanto o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, informava sobre o início de uma ofensiva inimiga.
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