Líbano: Candidato a Premiê do Líbano Mostafa Adib se despede de sua missão

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Mustapha Adib, terceiro primeiro-ministro a jogar a toalha em um Líbano em crise | Mundo: Diario de Pernambuco

Por Assad Frangieh para o Oriente Mídia
26-setembro-2020

Em sua visita ao Líbano o presidente Macron reuniu as lideranças políticas na Embaixada Francesa, deu uma bronca em seus tradicionais aliados por suas ineficiências de comandar um país, passou uma lição de moral sobre governança e surpreendeu com moderação e respeito descrevendo o Hezbollah como elemento integrante da Sociedade Libanesa, na contra mão da política norte americana.

A indicação do Élysées do nome Mostafá Adib parecia em primeira instância, um entendimento internacional de resgatar o Estado Libanês no intuito de reformas administrativas, politicas, financeiras, monetárias e consequentemente econômicas. A atuação do candidato à Premiê veio para impor uma composição ministerial respaldada por um clube de ex-premiês sem o tradicional entendimento na formação dos gabinetes. A insistência do Presidente Berri na manutenção da pasta da Finanças, a única com acesso aos gastos do Governo, denunciava que o verdadeiro intuito de Mostafá Adib, era conduzir uma agenda política unilateral, internacionalizada pelas influências norte americanas em prol de Israel e da Arábia Saudita, em ressonância com a formação de um eixo contra o Irã sob a cortina de “acordos de paz” com os países do Golfo. A persistência do Presidente Berri que não poderia haver unilateralidade no poder é respaldada por todas os setores políticos libaneses (abertamente ou apenas se silenciando) exceto naturalmente o Presidente Hariri.

Mostafá Adib pediu a conta hoje e não recebeu nenhum agradecimento. Apenas uma resposta clara dos Presidentes Aoun e Berri que a iniciativa francesa deverá ser mantida no intuito de se chegar à um mínimo consenso para a governabilidade do Líbano. Portanto o Líbano deve continuar em “Banho Maria” talvez até as eleições norte americanas que certamente não mudará suas estratégias no Oriente Médio, porém adotará novas táticas menos desastrosas, ou não?

Por Assad Frangie para o Grupo de Estudos Geopolíticos do Oriente Médio

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