Assad fica e Erdogan é quem se vai?

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Moon of Alabama. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu.

A Agência Reuters noticia que os governos de EUA e Grã-Bretanha dão sinais de que podem ter desistido da “mudança de regime” na Síria: Nações ocidentais indicaram à oposição síria que as conversações de paz do próximo mês podem não levar à remoção do presidente Bashar al-Assad e que sua minoria alawita permanecerá como força chave em qualquer governo de transição – disseram fontes da oposição. Nossos amigos ocidentais deixaram claro em Londres que não se pode permitir que Assad saia agora [sic], porque entendem o caos que decorreria na Síria com o avanço dos militantes islamistas – disse alto membro da Coalizão, muito próximo de altos funcionários da Arábia Saudita.

Quer dizer então que o “ocidente” “decidiu” que Assad ficará. E também “decidiu” que ficará também todo o governo de Assad. Excelente. Mas logo adiante, na mesma matéria, há más notícias: Ativistas da oposição na Síria disseram que a Turquia entregou carregamento de armas dentro da Síria à Frente Islâmica, o grupo rebelde que invadiu a fronteira em Bab al-Hawa semana passada e tomou armas e equipamento entregues pelo ocidente a não islamistas.

Que Erdogan está fornecendo armas à Frente Islâmica financiada pela Arábia Saudita, cujo líder tem opiniões nas quais não se vêem diferenças ideológicas significativas em comparação com a Al-Qaeda, é notícia que não agradará aos aliados da Turquia na OTAN, que querem ver-se livres desses sujeitos. Essa questão só fará aumentar as atribulações de Erdogan. Ontem, a polícia em Istambul prendeu dúzias de pessoas ligadas ao partido AK de Erdogan, inclusive filhos de três ministros envolvidos em vários casos de propina. Poucas horas depois, os cinco comandantes da Polícia responsáveis pelo caso foram demitidos e foram nomeados outros procuradores para supervisionar a faxina.

Hoje, mais chefes de Polícia foram demitidos, depois de intervenção do ministro da Justiça. Esses movimentos rápidos parecem mostrar que as acusações são válidas e graves. Esse escândalo de corrupção e do Judiciário surge logo depois de uma rixa entre Erdogan e o poderoso movimento Gülen, que apoiou Erdogan nas últimas eleições. Sem o apoio do Gülen, as chances de Erdogan vencer as três eleições de 2014 estão agora gravemente reduzidas. É muito mais do que provável que Erdogan deixe o governo da Turquia antes de Assad deixar o governo da Síria. Será resultado histórico muito justo.

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