Por Assad Frangieh.
Depois de 11 meses, um novo Gabinete ministerial acaba sendo formado no Líbano. O acordo entre as partes políticas libanesas aconteceu após “luz verde” dada principalmente pela Arábia Saudita e os Estados Unidos que prezam pela “estabilidade da segurança pública” no Líbano, segundo os analistas da mídia libanesa. O entrave que segurava a formação do Gabinete era a condição que os aliados do Movimento “14 de Março” exigiam e seria a retirada de combatentes do Hezbollah na Síria. Após as vitórias de campo do Exército Sírio que começou repelir de volta os fundamentalistas e os takfiristas, concentrando-os na cidade libanesa de Arsal e após as ondas de carros bombas que atingiram Beirute e outras cidades de forte simpatia com o Hezbollah, o controle de tais grupos passou ser um desafio principalmente aos seus mandantes que lhes deram cobertura política, logística e de armas.
Os planos de transformar o Líbano numa ponta de lança em direção à Damasco tem ido cada vez para o fracasso e se voltando contra seus organizadores. A luta internacional contra o Terrorismo e que tem no território sírio seu principal campo de ação, já começa ser costurado nos bastidores da Política Internacional. O Líbano é um desses palcos. Daí que se formou um novo Gabinete e nele três pastas mais interligadas para a estabilidade da Segurança Pública foram delegadas a três membros do Movimento “14 de Março” que até ontem choviam críticas ao Hezbollah e protegiam politicamente os grupos fundamentalistas – São as pastas do Interior, Justiça e Telecomunicações.
O grande desafio desse Gabinete é antecipar a organização e os atos de terrorismo no Líbano e preparar a eleição presidencial indireta a ser realizada em sessão dos parlamentares libaneses em maio de 2014.
O novo Gabinete formado por 24 ministros será presidido pelo estreante Tamam Salam que completa 70 anos este ano, indicado pelo presidente Michel Sleiman e tutelado pela Arábia Saudita. São 14 ministros novos e apenas uma mulher do corpo do Judiciário libanês.
Indicados pelo bloco centrista:
- Tammam Salam, 1º Ministro
- Samir Mokbel, Vice-Primeiro-Ministro e Ministro de Defesa (Pres. Sleiman)
- Ramsy Greige, ministro da Informação – (Presidente Sleiman)
- Abdul Mutalib Hinnawi, ministro da Juventude e Desportos – (Pres. Sleiman)
- Alice Chabtini, ministro dos Deslocados – (Presidente Sleiman)
- Akram Chehayeb, ministro da Agricultura – (Walid Jumblatt)
- Wael Bou Faour, ministro da Saúde – (Walid Jumblatt)
- Mohammed Al-Mashnouk, ministro do Meio Ambiente – (Tamam Salam)
Indicados pelo Movimento “8 de Março”:
- Gebran Bassil, ministro do Exterior – (General Aoun)
- Arthur Nzeraan, ministro da Energia e das Águas – (General Aoun)
- Elias Bou Saab, ministro da Educação e Ensino Superior – (General Aoun)
- Rony Areiji, ministro da Cultura – (Suleiman Frangieh)
- Ghazi Zaiter, ministro de Trabalho – (Nabih Berri)
- Mohammed Fneish, ministro de Estado para Ass. Parlamentares – (Nabih Berri)
- Ali Hassan Khalil, ministro das Finanças – (Hezbollah)
- Hussein Hajj Hassan, ministro da Indústria – (Hezbollah)
Indicados pelo Movimento “14 de Março”:
- Boutros Harb, ministro das Telecomunicações,
- Nihad Al-Mashnouk, ministro do Interior (equivalente à Segurança Publica),
- Ashraf Rifi, ministro da Justiça,
- Michel Pharaon, ministro do Turismo,
- Nabil Freij, ministro de Estado para os Ass. Adm. Para o Desenvolvimento,
- Rashid Derbas, ministro dos Assuntos Sociais,
- Alan Hakim, ministro da Economia e do Comércio (Partido Falange)
- Sojaan Azzi, ministro do Trabalho – (Partido Falange)
Por fim, o Gabinete terá as pastas em formato rotatório portanto esse artigo tem validade de três meses… ou menos.