Quem é o novo Patriarca da Igreja Melquita (Grego-Católica) Antioquina?

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Resultado de imagem para igreja melquita ortodoxa de damasco

Gustavo Chacra

De Beirute a Nova York

 

22 Junho 2017 | 11h06

O bispo Joseph Absi foi eleito o novo patriarca da Igreja Melquita Antioquina, também conhecida como Grego-Católica – em árabe, Rom-Catholic, sendo “Rom” o equivalente a Grego de Constantinopla. Infelizmente, como sempre escrevo, no Ocidente há pouco conhecimento das Igrejas Cristãs Orientais – tanto que serei dos raros a noticiar este acontecimento no Brasil.

A sede da Igreja Melquita é em Damasco e a maior parte dos seus membros vivem na Síria e no Líbano. Minha avó Lorete, libanesa, era cristã-melquita. Meu avô Adib era cristão grego-ortodoxo. Os melquitas respeitam a autoridade papal, embora sigam o rito grego e tenham patriarca próprio que, depois de eleito, recebe aval do Papa. Tanto no Líbano como na Síria, os melquitas são minorias. A maioria dos cristãos libaneses é maronita, que também respeita a autoridade do Vaticano, embora tenha patriarca próprio (Beshara Rai) e rito siríaco. Já a maioria dos cristãos sírios é grego-ortodoxa da vertente antioquina.

Na Síria, os melquitas, assim como os cristãos grego-ortodoxos antioquinos, cujo patriarcado também está em Damasco, apoiam o regime de Bashar al Assad. O líder sírio é visto como protetor dos cristãos. Os cristãos sírios também possuem uma boa imagem do Irã e da Rússia e adotam uma posição pró-Palestina no conflito com Israel. Muitos criticam a aliança dos EUA com a Arábia Saudita, a quem consideram o mais extremista e anti-cristão regime do planeta.

A escolha do novo patriarca foi em Alley, nas montanhas sobre Beirute em direção ao Vale do Beqaa. Esta é a sede de verão do patriarcado. Absi substitui Gregório III Laham. Um dos nomes cotados para o posto era o Issam John Darwich, arcebispo de Zahle, a quem conheci e conversei bastante no Líbano três anos atrás.

http://internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/

GUGA CHACRA, comentarista de política internacional do Estadão e do programa Globo News Em Pauta em Nova York, é mestre em Relações Internacionais pela Universidade Columbia. Já foi correspondente do jornal O Estado de S. Paulo no Oriente Médio e em NY. No passado, trabalhou como correspondente da Folha em Buenos Aires”.

 

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