Por Nathaniel Braia.
Chacina na base de marines localizada nas proximidades da Casa Branca:
Barbárie da agressão imperial de volta a sua própria caserna
Às 8:00 h da manhã de segunda, dia 16 de setembro, um homem identificado como Aaron Alexis começou a atirar sobre os marines no patio de um quartel da Marinha nas vizinhanças da Casa Branca. Doze morreram, além do próprio atirador.
A militar Patricia Ward, presente no local, descrito como sede do Comando de Sistemas Navais, retratou o clima que reinou durante o tiroteio. “Escutei três tiros, pou, pou, pou, em sequência”, afirmou, acrescentando que “três segundos depois ouvi mais quatro tiros de escopeta, o pânico se generalizou com todo mundo procurando para onde correr”.
Policiais chegaram em grande quantidade. Houve troca de tiros e Aléxis, que atirava de cima sobre um pátio cheio de marujos norte-americanos, foi mortalmente atingido.
As informações dão conta de mais três feridos inclusive um dos policiais.
O atirador que era reserva da marinha dos EUA (havendo recebido duas medalhas, inclusive uma por combate ao ‘terrorismo’, Alexis era técnico em eletricidade e na realidade não havia entrado em combate) trabalhava como terceirizado na instalação onde praticou o ataque armado. Segundo informações locais, foram localizadas três armas com Aaron: um rifle AR15, uma escopeta e uma pistola semiautomática. O FBI diz que havia mais um atirador acompanhando Aaron, mas que conseguiu fugir.
Obama declarou que as vítimas eram “patriotas”. A Casa Branca expediu comunicado dizendo: “instamos os cidadãos a ouvirem as autoridades e atenderem às diretivas”.
Pouco depois novo pandemônio na cidade: um homem de meia idade foi detido por policiais após atirar fogos para dentro da grade que circunda a Casa Branca, provocando alguns pipocos e pânico no prédio da presidência do país.
Não é a primeira vez que isso acontece. Em 2009, um tiroteio na base texana de blindados, Fort Hood, deixou 29 mortos e 12 feridos. Tiroteios em outras bases dos norte-americanos pelo mundo também já ocorreram.
Não é de surpreender que em uma cultura doentia, forjada para produzir centenas de milhares de soldados dispostos a atacar o território de outros povos (cuja característica comum – desde a Coreia, o Irã, Cuba e Vietnã e mais recentemente Iraque e Síria – é a de que lutavam para manter sua soberania e independência e portanto contra a pilhagem de suas riquezas), tirar milhões de vidas, para quem – no dizer do presidente russo, Vladimir Putin – virou “lugar comum”, surja esse tipo de manifestação.
O menosprezo pela vida do semelhante é a norma vigente entre os que partem para atacar outros povos a serviço do Império (sempre de forma covarde, com as vítimas sob grande inferioridade militar). É só ver o tratamento dado pelos soldados ianques aos vietnamitas que lutavam para expulsa-los do seu país: “goose” (patos). O resultado só pode ser este: normas de convivência civilizada entre seres – que deveriam ser educados a compartilhar uma sociedade e integrar a Humanidade – anuladas pela ideologia da dominação e da pilhagem dos demais povos.
Aaron Alexis é uma expressão condensada dessa barbárie constituída em Estado comandado pelos maiores terroristas e criminosos de guerra do mundo que retorna para dentro de casa, ou melhor, de suas casernas.
Nathaniel Braia é editor internacional do Hora do Povo.
Se Aaron Alexis era louco, então no dia 16 de setembro, às 8h, ele teve um surto de lucidez.