Voltando ao seu plano original, a pedido do Presidente Erdoğan, Washington prepara- se para criar, de forma ilegal, uma zona de exclusão aérea sobre o norte da Síria. Este plano, uma vez aplicado no Iraque, abriria o caminho para o futuro desmembramento do país.
A Turquia está na vanguarda da operação militar contra a Síria: a Otan tem lá mais de vinte bases aéreas, navais e de espionagem eletrônica, reforçadas em 2013 por 6 baterias de mísseis Patriot norte-americanas, alemãs e holandesas, podendo abater até qualquer aeronauta vogando no espaço aéreo sírio. A estas bases acrescentou-se um dos mais importantes comandos da Aliança: o Landcom, responsável por todas as forças terrestres dos 28 países membros, ativada em Izmir (Esmirna) [1]. O deslocamento do comando das forças terrestres aliadas da Europa para a Turquia -endossadas ao Médio-Oriente(em particular à Síria, Iraque e Irão) e ao Cáspio- indica que, nos planos de EUA / Otan, prevê-se também o emprego de forças terrestres aliadas nesta área de importância estratégica fundamental.
O Landcom, às ordens do general norte-americano Ben Hodges, faz parte da JFC Naples, a Força Aliada conjunta cujo quartel-general está em Lago Patria, sob o comando do Almirante norte-americano Mark E. Ferguson III: este é ao mesmo tempo comandante da Força Conjunta Aliada, das Forças navais norte-americanas na Europa e das Forças Navais do Africom. Um jogo estratégico de três cartas, que permite ao Pentágono manter sempre o comando.
Como, acerca disto, também mostram as investigações do New York Times e do The Guardian, nas províncias turcas de Adana e Hatay, fronteiriças à Síria, a CIA abriu centros de treino militar de combatentes para se infiltrarem na Síria, nos quais foram treinados grupos islamistas (inicialmente qualificados por Washington como terroristas) provindo do Afeganistão, da Bósnia, da Chechenia, da Líbia e de outros países. As armas chegam sobretudo via Arábia Saudita e Catar. O comando das operações está a bordo de navios da Otan, no porto de Alexandretta.
É isto, pois, que está em vias de realizar o «plano de Erdoğan» . (traduction =
Tradução
Alva
Fonte Il Manifesto
[1] É interessante notar que o estabelecimento do Landcom em Izmir(Esmirna) foi mencionado, publicamente, pela primeira vez em 2011, justamente no momento em que a Otan supervisionava, a partir desta mesma cidade turca, a campanha de bombardeios aéreos contra a Líbia de Muammar Gaddafi». “Izmir base likely to become NATO’s Land Component Command”(Ing-« Base de Izmir em vias de se tornar o Comando da Componente Terrestre da OTAN» -ndT) , Todays Zaman, 6 de junho de 2011. Nota da Rede Voltaire.