Segundo o periódico britânico Financial Times, a equipe econômica de Donald Trump tem travado uma verdadeira batalha no Salão Oval, dividindo-se basicamente entre dois grupos: os funcionários vindos de Wall Street, alinhados ao liberalismo e os conselheiros políticos do presidente republicano, de tendência protecionista.
Fonte Sputnik
A mais recente “reunião ardente”, nas palavras do jornal, aconteceu depois do protecionista e diretor do Conselho Nacional de Comércio, Peter Navarro, ter irritado a Alemanha ao afirmar que Berlim explora um euro desvalorizado. Ele também pediu uma reunião com representantes de Angela Merkel para discutir o déficit fiscal americano com a maior potência europeia.
Navarro foi apoiado pelo estrategista-chefe do governo, Steve Bannon. Do lado liberal estava o diretor do Conselho Econômico Nacional e ex-CEO do banco Goldman Sachs, Gary Cohn (responsável por renegociar o Nafta). Fontes associadas ao debate disseram ao FT que Cohn sugeriu a transferência de Navarro para fora da Casa Branca e do Departamento do Comércio.Ainda de acordo com informações do jornal, Trump tomou partido dos protecionistas, embora tenha reduzido o prestígio de Navarro no alto escalão de seu gabinete.
UE está se organizando para guerra comercial com EUA
Os europeus estão considerando três opções, que visam dar resposta às alterações da política comercial dos EUA, acrescenta o ator do artigo Kerstin Gammelin.
Primeiramente, os próprios países da UE poderiam subsidiar suas empresas para livrá-las de gastos adicionais causados pelas novas taxas. Além disso, as empresas conseguiriam manter a concorrência. Mas, a execução desta opção afetaria negativamente os orçamentos dos países europeus, acrescenta o artigo.Em segundo lugar, os europeus poderiam apresentar uma demanda contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC). Mas, vale ressaltar que o “processo de resolução da demanda desta organização pode levar vários anos, permanecendo desconhecido seu resultado”, alerta Gammelin.A última opção estaria ligada à possibilidade de a UE reagir da mesma forma, aumentando as taxas para as mercadorias dos EUA, mas esta opção é complicada. Para isso é preciso obter a aprovação da OMC e o entendimento de todos os países-membros da UE. Os países não podem introduzir as taxas unilateralmente, pois as questões de política comercial são tomadas por órgãos da UE, frisa o ator.Com relação a isso, seria mais proveitoso para os europeus discutir com Trump os problemas relacionados a acordos comerciais. Angela Merkel, antes de se encontrar com Trump, evita pronunciar declarações ásperas e espera chegar a compromissos. Washington, pelo contrário, não deixa de extravasar nas declarações. O conselheiro comercial de Trump, Peter Navarro, classificou o saldo do balanço comercial com a Alemanha como “um problema sério”.Segundo Gammelin, Trump espera alcançar acordos com países europeus separadamente, sem negociar com a UE. Mas Merkel é contra essa ideia e reforça que questões da política comercial são competência de órgãos nacionais. Mas, segundo o autor do artigo, é pouco provável que Merkel possa fazer mudar a opinião de Trump. Mais anteriormente, Trump declarou várias vezes sua intenção de introduzir taxas às importações de várias mercadorias pelos EUA, incluindo mercadorias de produtores alemães. Assim, o presidente norte-americano planeja estimular o crescimento da produção nos EUA e criar novas vagas de emprego.
Pequim adverte: ‘EUA não podem viver sem a China’
Durante a sessão parlamentar anual em Pequim, o ministro Shan disse que “muitos amigos norte-americanos e ocidentais pensam que a China não pode viver sem os Estados Unidos, mas isso é apenas meia verdade”.”Ao mesmo tempo, os EUA não podem viver sem a China”, disse o ministro, acrescentando que nos últimos dez anos o crescimento das exportações dos EUA para a China superou o crescimento das exportações chinesas para os Estados Unidos.Zhong Shan também disse que espera se reunir com o seu novo homólogo norte-americano, Wilbur Ross. Shan o chamou “um negociador com experiência” que deve estar disposto a “fazer planos de longo prazo e pensar estrategicamente”.Enquanto isso, Ross disse dias atrás, em entrevista à Bloomberg, que “os EUA têm estado em uma guerra comercial com a China há décadas, por isso temos o défice [do orçamento dos EUA]”.