Imprensa Ocidental: divergências continuam após a visita de Tillerson a Moscou

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A imprensa internacional não chegou a um consenso sobre a visita do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, à Rússia. Algumas publicações notaram sinais de melhora nas relações. A grande maioria, entretanto, reconheceram que as principais divergências entre Moscou e Washington permanecem.

Nesta quarta-feira, em Moscou, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, foi recebido pelo ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. As conversas duraram o dia todo. Os dois ministros conversaram em particular e depois foram recebidos pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin. Segundo divulgado por ambas as partes, a reunião foi construtiva. Lavrov e Tillerson conseguiram apresentar os respectivos pontos de vista sobre as relações bilaterais e os problemas mais internacionais mais importantes, comunicou Kremlin.

As divergências permanecem

A maior parte da imprensa destacou as palavras de Tillerson sobre o fato das relações com Moscou estarem em “nível mais baixo”, repetidas mais tarde pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Foi notada a ausência de um progresso visível.

Segundo o The New York Times, Tillerson e Putin, “pelo visto, não conseguiram chegar a um acordo sobre fatos, referentes ao ataque químico contra civis sírios, nem sobre a interferência russa nas eleições americanas”. Segundo a publicação, isso demonstra “um movimento muito menor no sentido de uma melhora das relações”.

Já o jornal The Guardian lamentou que, apesar do Kremlin ter confirmado a prontidão de retornar às determinações do memorando de prevenção de incidentes na Síria, o encontro “não logrou a superação das divergências profundas entre os dois países no que se refere à Síria, Ucrânia ou interferência de Moscou nas eleições americanas em 2016”.

O The  Washington Post destacou que, “no que se refere à maioria das questões — tais como o ataque químico, Assad, apoio de separatistas que buscam o conflito na Ucrânia pela Rússia, interferência nas eleições nos EUA — os diplomatas sempre apresentaram diferentes explicações e fatos”.

Em alguns temas, porém, os responsáveis pela política externa da Rússia e dos EUA declararam um “grande entendimento”. Eles concordaram que a “península da Coreia deve ser livre de armas nucleares, que Síria deve ser um país unido e estável após a derrota do Daesh, e que deve haver mais comunicação entre os diplomatas e militares dos EUA e da Rússia”, concluiu a The Washington Post.

Síria foi o centro das atenções

As divergências entre Moscou e Washington se manifestaram, em primeiro lugar, na avaliação da situação na Síria, segundo destacou a imprensa. “O tema mais agudo entre os dois países ainda é o futuro do presidente da Síria, Bashar Assad. Lavrov e Tillerson realizaram um embate sobre o tema em frente aos jornalistas”, revela The Financial Times.

O jornal The New York Times, por outro lado, destacou que, há algumas semanas, “Tillerson esperava que o foco de sua visita fosse o combate com o Daesh”. Em vez disso, a sua “prioridade número um” foi “ofuscada pelo ataque químico na Síria e pelas investigações sobre o nível de envolvimento de Putin nas eleições presidenciais nos EUA”.

Sinais de melhora?

Apesar de tudo, alguns veículos da imprensa notaram alguns sinais de uma ligeira melhora nas relações entre os dois países. “Rússia e EUA, nesta quarta-feira, realizaram um embate aberto sobre o destino do regime sírio. No entanto, depois das negociações ‘sinceras e abrangentes’ entre Vladimir Putin e Rex Tillerson em Moscou, parece que a oposição ficou menos tensa”, escreveu o Financial Times.

A publicação destacou que na quarta-feira Putin declarou que as relações entre os dois países “não melhoraram, mas provavelmente degradaram” durante os últimos meses. “As declarações de Lavrov e Tillerson, que é o representante de maior autoridade a visitar a Rússia após a eleição de Trump, foram mais apaziguadoras, entretanto, do que duras”, escreveu o jornal.

O The Wall Street Journal também notou que Tillerson “se absteve de acusar a Rússia de participar do ataque químico na província de Idlib na semana passada, moderando assim as críticas da administração de Trump em relação a Moscou”.

Fonte Sputnik








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