25/5/2017, Discurso do sec.-geral do Hezbollah Sayed Hassan Nasrallah
no 17º aniversário da Libertação do sul do Líbano
Traduzido por Vila Vudu
Falemos da reunião de cúpula (de Riad). Primeiro, disseram que seria reunião tríplice [norte-americanos, árabes, muçulmanos], quando de fato foi reunião só de Arábia Saudita e EUA, quer dizer, reunião do presidente Trump com o rei Salman e delegações que os acompanhavam.
A reunião entre EUA e países do Golfo não passou de reunião de cortesia, uma apresentação, uma cerimônia. O suposto encontro de cúpula EUA-árabes-islâmicos, que reuniu 55 ou 56 países, não passou de sessão de demorados aplausos ao presidente Trump. Não foi nem reunião de cúpula, nem conferência. Não houve reuniões preparatórias, nem se distribuiu qualquer material aos participantes, nem encontro preliminar de ministros de Relações Exteriores ou da Defesa… Nem houve declaração final, nem debates, nem trocas, nem coisa alguma.
Reuniram presidentes de todos os cantos, a maioria de países árabes e islâmicos, e o rei Salman fez um discurso, o presidente Trump fez um discurso, depois duas ou três palavras e pronto, acabou. Nem o resto das declarações foram feitas ao vivo, porque a certa altura o rei ficou cansado – ou pelo menos foi o que disseram os jornais. E acabou. E todos voltaram para casa. Essa é a verdade sobre o que aconteceu. Cada um voltou para o seu país. Houve até algumas delegações que reclamaram de não haver quem as acompanhasse até o aeroporto, “Ninguém apareceu para as despedidas”.
E então, depois disso, todos foram surpreendidos por uma chamada “Declaração de Riad”.
Aqui está a Declaração de Riad (aqui, em minhas mãos). É só uma declaração EUA-Sauditas. Dos 55 países árabes, a maioria nem sabia que havia uma Declaração ou do conteúdo dela. E a própria declaração é um escândalo. Observem por exemplo, no texto da Declaração, lê-se que “Os líderes presentes debateram…”, “Os líderes presentes confirmaram”, “Os líderes presentes destacaram”, “Os líderes decidiram”, etc. Na realidade, os líderes não debateram, não confirmaram, não destacaram, não sabiam de coisa alguma, não viram nem ouviram nada. Sem falar dos que dormiram durante a cerimônia…
Muito depois, souberam da Declaração pela mídia. Souberam da declaração pelos jornais, pela TV. A Declaração de Riad é declaração saudita-norte-americana, e ponto final. Claro que é ultrajante, que denuncia posição de fraqueza, que mostra a farsa que são essas pseudo conferências de pseudo cúpulas. No mundo real as coisas não acontecem assim. Seja como for, há vários precedentes na Arábia Saudita. Já aconteceu exatamente do mesmo modo há um ano, ou dois, diante da resistência do Iêmen e do povo do Iêmen, o ministro saudita de Relações Exteriores lá se foi e, para levantar a moral dos seus apoiadores, anunciou uma Aliança Militar Islâmica de uns 30 países. E alguns países até tiveram a coragem de dizer “Wallah [Por Alá!], não fomos informados, ninguém falou conosco sobre isso… Só sabemos o que os jornais publicaram”.
Imaginem vocês, uma aliança militar do mundo islâmico estaria sendo formada (supostamente) com alguns países, vários dos quais nem sabiam de aliança alguma! E são informados pela mídia. Não é novidade para a Arábia Saudita e está bem de acordo com os processos habituais dos sauditas. Agora, a reunião de cúpula foi reunião de dois: EUA e Arábia Saudita. Basta isso, para que se veja o pano de fundo.
O que se tem de examinar de perto, criticamente e discutir muito é o acordo bilateral que foi apresentado aos EUA, o que os EUA prometeram em troca e as consequências disso tudo para a região. Isso é realmente sério. Tudo mais são discursos, palavras, comentários, jantares, cerimônias, ceias, desfiles de modas, o que vocês quiserem.
Em segundo lugar, sobre a chamada reunião de cúpula, o que se chamou de cúpula e para a qual foram levados vários países, líderes e presidentes, temos de nos perguntar: “Ô, irmão, mas o que, afinal, realmente aconteceu?” Em primeiro lugar, temos de saber o que foi aquilo. Por quê? O que a Arábia Saudita organizou e por que organizou?
O que foi organizado, os objetivos dessa reunião são, em primeiro lugar, dar grande destaque e homenagear Trump. O que aconteceu foi uma operação de glorificação de Trump, para incensá-lo, com cenas devem ser enfrentadas, mas não quero elaborar hoje sobre elas (luxúria, indecência…).
Chamar a atenção para um suposto papel essencial da Arábia Saudita
O segundo objetivo foi destacar o papel essencial da Arábia Saudita no Golfo e no mundo árabe-islâmico. Queriam dizer aos EUA: “Somos o coração de mundo árabe islâmico e do Golfo. Somos nós que unimos todo mundo, que os convocamos, que os pomos em fila para que ouçam seu discurso.”
É o que basta por enquanto, sobre o aspecto moral e político, com resultados dos quais falarei adiante.
Tentar intimidar o Irã e o Eixo da Resistência
O terceiro objetivo é intimidar o Irã e o Eixo da Resistência, dizendo “Cuidado, Irã, Síria, Hezbollah e Hamas” (porque, sim, nos citaram diretamente, Hezbollah e Hamas), “movimentos da Resistência”, bem como o povo iraquiano, do Iêmen, todos, “tomem tento e prestem atenção, que os EUA estão chegando, e toda a massa mundial de países árabes e islâmicos e o Golfo preparam-se para fazer guerra contra vocês”. Pura tentativa de nos intimidar. Nada conseguiram e nada conseguirão. Também voltarei a falar sobre isso.
Convencer os EUA a mergulhar diretamente na guerra contra o Irã
O quarto objetivo é pressionar os EUA, tentar convencê-los, por todos os meios, a participar diretamente na guerra. Trazê-los diretamente para o conflito, pô-los contra o Irã e o Eixo da Resistência. A Arábia Saudita, quando organizou esse festival completo, tinha esse como seu principal objetivo. Trata-se disso.
Então, fizeram lá os seus discursos, e a Declaração foi publicada.
A questão a ser respondida agora é por que os sauditas fizeram o que fizeram, e com aquele específico presidente. Por quê? Comecemos pelo primeiro objetivo.
Por que tantas homenagens e presentes a Trump, que só faz caluniar todos os muçulmanos?
Por que essas honras, incenso e glorificação do presidente Trump, presidente que tem as seguintes características: é o presidente que, por um ano, durante as eleições, mais insultou o Islã como religião, insultou os muçulmanos como religiosos e como comunidade, e o presidente que insultou os árabes, mais como povo, e que insultou a Arábia Saudita e os países do Golfo.
Trump é o presidente que disse que a Arábia Saudita é a vaca da qual se tem de extrair até a última gota, antes de ser descartada. É presidente doentiamente racista. Foi o primeiro presidente que, ao pôr o pé na Casa Branca, assinou um decreto que bania muçulmanos e cidadãos de oito países árabes e islâmicos e proibia-os de entrar nos EUA. É o presidente mais firmemente ligado a Israel, maior apoiador e aliado de Israel. E é presidente que, exceto esses primeiros atos, nada mais fez.
(Normalmente), as pessoas honram e homenageiam alguém, cobrem alguém de presentes e fazem-lhe todos os desejos porque aquela pessoa alcançou algo de positivo. (Por exemplo) se alguém defende você, se defendo os locais sagrados, se faz coisas a favor do povo palestino. (Mas) e Trump? O que fez Trump, para receber tantas homenagens? E presidente assentado em cadeira capenga, ninguém sabe quanto demora para cair de lá. Mas e o trabalho, e todo o dinheiro que custará depor Trump?! Que lógica, que racionalidade, que tipo de entendimento está operando nesse caso? Todos estão realmente boquiabertos com a extravagante recepção saudita, as loucuras da cerimônia principal, os gastos tremendos (para acordos de vendas de armas), muita política e ovações.
Na internet, alguém fez uma pergunta interessante aos líderes sauditas: “Honrar o profeta e celebrar Seu aniversário é proibido e ‘invenção moderna’, mas honrar Trump e celebrar a chegada dele e aquelas danças todas são permitidas e será talvez caminho para se aproximar mais de Deus Altíssimo?” Deixemos de lado a disputa religiosa que é questão entre nós (a questão de festejar o aniversário do Profeta). Mas pensemos, meus irmãos, de um ponto de vista político: qual a lógica que rege aqueles dois diferentes comportamentos?
E esse presidente recebeu ofertas que nenhum outro presidente jamais recebeu. A questão que volta sempre é por quê, por quê, por quê? Falarei sobre isso no quarto ponto adiante. Por que a Arábia Saudita fez o que fez?
Espero que [todos compreendam que] Falo exclusivamente de fatos, não uso retórica de veemência, nem faço sátira, nada disso. Quero apenas descrever as coisas (como elas são). E quem me diz “Ô Sayed [Senhor], nada disso que dizes é verdade”, certo, sem problema, posso expor meus argumentos.
Arábia Saudita faz o que faz à caça de proteção, dos EUA, para seu pensamento wahhabista
Primeiro, fazem o que fazem para se autoproteger. Para o regime saudita se autoproteger na Arábia Saudita. Para se proteger do mundo. Por quê? Porque hoje no mundo, mesmo nos EUA, Europa, em todo o mundo, já não é segredo para ninguém que, por trás dos grupos takfiris e da ideologia takfiri, está o Reino da Arábia Saudita. O mundo todo sabe disso. E Trump sabe disso, até falou sobre isso na campanha eleitoral. A imprensa e a mídia norte-americana e internacional (também falaram), todos sabem disso. O que o ISIS leciona em suas escolas? Os livros do Xeique Muhammad b. Abd-al-Wahhab, os livros wahhabistas. Qual a ideologia da Al-Qaeda? O wahhabismo. Quem a criou? Arábia Saudita.
E é por isso que todo o mundo hoje considera o regime saudita o coração do pensamento takfiri e base essencial de apoio das organizações takfiri no mundo, cuja opressão e facas não atacam só libaneses, sírios, iraquianos, iemenitas, egípcios, afegãos e paquistaneses, mas já chegaram à Bélgica, França, Grã-Bretanha, Alemanha, EUA e por todo o mundo. Agora também Indonésia, Somália… e ainda têm muito a andar. A Arábia Saudita sente que todo o mundo olha para ela com revolta e ira. Por isso tem de subornar o patrão norte-americano para que a defenda, para que a proteja, para que a apresente como centro do combate contra o terrorismo, que faz a guerra ao terrorismo, e para que façam calar a acusação contra ela. Mas nada conseguirá.
Irã, Irã, Irã, o problema dos sauditas é sempre o Irã
Vocês perceberam, naquela reunião, o cuidado e a atenção dos sauditas concentrados para dizer o quê? Uma frase pronunciada pelo rei Salman: que o Irã é a fonte do terrorismo, coração do terrorismo internacional desde a vitória da Revolução de Khomeini – segundo palavras dele. Desde a vitória do glorioso Imã Khomeini. Essas ideias grotescas foram expostas pelo rei Salman. O Irã seria talvez o coração do terrorismo global? Foi o Irã quem criou a Al-Qaeda? O ISIS terá sido talvez criação do Irã? O Irã criou os Talibã? O Irão criou esses movimentos e exércitos wahhabistas? O Irã, talvez, paga e arma esses movimentos e exércitos?
Sim, o Irã apoiou o movimento da Resistência no Líbano, é verdade. O Irã apoiou o movimento da Resistência na Palestina, é verdade. O Irã pôs-se ao ado do povo do Iraque quando o ISIS quase invadiu Najaf, Karbala e Bagdá. O Irã defendeu o povo sírio, quando os sauditas enviavam armas e dinheiro para aqueles grupos terroristas na Síria.
“Toda a história da Arábia Saudita é uma litania de acusações contra outros muçulmanos, como se só os sauditas fossem crentes fiéis”
Alguém acusa o Irã de incitar o sectarismo? Quem acusa os xiitas de serem infiéis? Quem acusa outros muçulmanos de não crerem? O Irã? Ou a ideologia wahhabista saudita, o conselho dos grandes mestres sauditas e seus centros de educação religiosa na Síria? Toda a história da Arábia Saudita é uma litania de acusações contra outros muçulmanos, como se só os sauditas fossem crentes fiéis. E toda a história do Irã, do Imã Khomeini, sempre foi a aproximação de todas as escolas (da fé islamista), da unidade de todos os muçulmanos, da reaproximação, do diálogo, da coexistência, do apoio mútuo baseado na piedade e no Temor a Deus.
Lançar a acusação contra o Irã em nada beneficiará a Arábia Saudita. Diz o dito popular “O sol nasce e as pessoas preparam a garganta”. Todo o mundo está preparando a garganta, porque o sol nasceu sobre todo o mundo, e a verdade, agora, já não pode ser ocultada por trás de discursos numa conferência aqui, numa reunião de cúpula ali.
Primeiro, a Arábia Saudita fez tudo o que fez e deve enfrentar a condenação global. Atualmente, nos EUA, já há procedimentos judiciais instalados contra príncipes sauditas ligados aos ataques que Al-Qaeda organizou nos EUA, no 11 de setembro. E bilhões de dólares sauditas serão confiscados, para indenizar as famílias daquela vítimas.
Trump é o novo patrão norte-americano sem cuja proteção os sauditas não vivem
Segundo… Por que a Arábia Saudita fez tudo isso com Trump nesses dois dias? Porque os sauditas também precisam de que o patrão norte-americano proteja o papel dos sauditas na área. Arábia Saudita fracassou em todos os outros locais. Todos os seus panos falharam, todas as guerras e todos os objetivos dos sauditas. Na Síria, até aqui só fracassou. Também no Iraque.
O ISIS é portador das esperanças dos sauditas
Ah, irmãos, o ISIS começou na Arábia Saudita, o ISIS não é só ideologia saudita, mas também dinheiro saudita, os comandantes são sauditas, e o ISIS sempre foi portador de esperanças sauditas. É isso.
O Iêmen resiste sempre
No Iêmen, dois anos e meio de guerra contra um povo com espírito de sacrifício, paciente e honrado, e trouxeram exércitos de outros pontos do mundo (para aquele ataque). É uma infelicidade que o exército do Sudão tenha sido envolvido, como outros. É realmente uma infelicidade. Mas por dois anos e meio os iemenitas suportaram e resistiram, sempre mais fortes, apesar da fome, do sítio, da miséria, do bombardeio indiscriminado dia e noite
Essa guerra contra dos sauditas contra o Iêmen é terrorismo de estado
Voltemos à questão do terrorismo. O Irã seria base do terrorismo, ou seriam eles [os sauditas]? Essa guerra contra o Iêmen não será talvez terrorismo? Claro que é. É terrorismo de estado. É terrorismo de estado que não poupa homem, mulher, construção, casa, mesquita, locais históricos, relíquias, hospitais, mercados, universidade, escola, casa, quarteirão campo lavrado, lavoura. E hoje… mandam uns poucos remédios para o Iêmen… Quem está sitiando o Iêmen? Quem mata de fome o Iêmen? Quem é responsável pela cólera no Iêmen? Quem massacra o povo do Iêmen? A resposta é: o regime saudita. E o mundo se mantém calado.
O mundo mantém-se calado e atreve-se a não dizer uma palavra de verdade, por medo do takfir saudita ou da mídia saudita, ou de cortes no dinheiro saudita – mesmo que não passe de uns poucos trocados. E o que o mundo comete contra o Iêmen é crime histórico, ético e agride qualquer mínima consideração humanitária.
Assim se vê que a Arábia Saudita falhou em tudo, em todos os seus planos e guerras nessa região, e esses fracassos começaram a ser sentidos internamente, nas relações entre os príncipes sauditas, no povo, na economia. E por isso os sauditas carecem da proteção dos EUA, proteção que terá de atuar dentro do país e, também, terá de preservar o papel dos sauditas na região. Mas, primeiro, para autoproteger o governo saudita. Protegê-los pessoalmente e proteger o papel que eles desempenham.
Sauditas ainda sonham com os tempos do Xá no Irã
Mas há sempre um problema para o regime saudita e a família reinante saudita, e chama-se Irã. O prestígio de que todos eles gozavam antes [da revolução islâmica] do Imã Khomeini é inacreditável. Inacreditável. O Xá do Irã era norte-americano, israelense, apoiador de Israel, de comportamento arrogante e imundo com reis e príncipes da península arábica e países do Golfo. Há muitas fotografias na Internet. Comiam na mão do Xá, e rastejavam aos pés deles. Parece que essa gente está habituada a conviver com quem zomba deles, os insulta e despreza. E quem chega até eles para um diálogo entre irmãos, respeitoso, fraterno, ansioso para construir relações islamistas e zelando pelos interesses da Comunidade Muçulmana, é recebido lá com ira e hostilidade.
Porque o verdadeiro problema dos sauditas é o Irã e o Eixo da Resistência
A Arábia Saudita ofereceu a Trump tudo o que ofereceu, em troca de os EUA fazerem guerra contra o Irã, isolar o Irã, atacar o Irã, fazerem guerra contra o Eixo da Resistência. Essa é a realidade. E é por isso que a Arábia Saudita sempre está pronta a dar a Trump tudo que ele quiser. Foi o que vimos acontecer.
E quanto a Trump, o que é importante para ele? Ao presidente Trump, de tudo que acontece no mundo, o que o interessa mais? Quer dinheiro, sempre. E há também Israel: duas forças que movem os EUA. Dinheiro e Israel.
Pegue à vontade, ô Trump! Pegue o dinheiro aí, até se saciar
A Arábia Saudita examinou esse quadro e disse “Para proteger e preservar nosso papel e para empurrar os EUA a fazer guerra ao Irã e ao Eixo da Resistência, apesar de tantas e tantas ‘organizações’, ‘movimentos’, tudo falhou. Falharam os movimentos e todos esses exércitos, tudo falhou”. Então, disse a Arábia Saudita com seus botões “Para proteger e preservar meu papel e empurrar os EUA para que façam guerra ao Irã e ao Eixo da Resistência, só resta uma possibilidade, depois que todas as demais falharam: agora, só resta trazer para cá os norte-americanos. E como se podem obter os favores dos EUA?” Sei muito bem como se chega mais perto de Deus: reza, jejum no Ramadam, Hajj, Umrah, invocações, ziyaras (visitas sagradas dos santos), Corão… Ok, mas… como chego perto de Trump? Pelo que ele mais ama e venera: dinheiro. Ótimo! Aí está, está muito, muito dinheiro. Pegue à vontade, até se fartar, Ô Trump. Pegue o dinheiro aí, até se saciar.”
A mídia falou de cerca de $110 bilhões in contratos. Depois, falaram de $300 bilhões. Qual o total oficial? O canal Al-Arabiya mostrou o total no gerador de caracteres, na parte inferior da tela: 480 bilhões de dólares em contratos e acordos com empresas norte-americanas. 480 bilhões, em tempos de ‘austeridade’ [é ARROCHO], pobreza e crise econômica na Arábia Saudita. E tudo que tinham em dinheiro, os sauditas entregaram a Trump.
Sauditas: “Aceitamos qualquer coisa que os EUA decidirem sobre a Palestina”
E quanto à Palestina? Aí está o porquê de [a Arábia Saudita ter declarado]: “Sobre a Palestina, aceitamos o que vocês decidirem.”
E Trump levou uma carta do rei Salman para Netanyahu. Simples assim: “o que decidirem sobre a Palestina, aceitamos”. E por isso, durante a reunião tríplice, ninguém pronunciou uma palavra sobre o povo palestino, sobre os prisioneiros em greve de fome já no 38º, 39º dia,[1] nem sobre as centenas de prisioneiros que tiveram de ser transportados para hospitais, por causa da saúde em rápida deterioração, tanto nos locais sagrados, em Al-Quds (Jerusalém), em Gaza, nem sobre o sítio de Gaza. Nenhuma palavra que pudesse causar incômodo a Trump sobre palestinos foi jamais pronunciada. E só Deus sabe o quanto os sauditas concederam a Trump, na questão palestina.
Teremos de esperar para ver. Há conversas sobre um futuro encontro em Sharm-el-Sheikh, e há conversa para lançar novas negociações – mas deve-se levar em consideração que quando Trump chegou a Netanyahu, e até quando viu o presidente Abbas, não deu nem algum mínimo sinal na direção das causas palestinas. Nenhum sinal, absolutamente nenhum sinal positivo.
Arábia Saudita está entregando a Palestina numa bandeja de ouro
É isso. A Arábia Saudita gastou quantidade tremenda de dinheiro, e agora a Palestina está sendo servida numa bandeja de ouro, e mais toda essa glorificação e incenso visa a alcançar esses objetivos.
O que vai acontecer ou o que pode acontecer?
Muito bem: o que vai acontecer ou o que pode acontecer? E essa é a parte mais importante dessa fala hoje. Graças a Deus ainda temos algum tempo.
Primeiro, o Irã, que foi o tópico principal da “Declaração de Riad”. E quero dizer-lhes uma coisa. Ah, irmãos… Lá, até as palavras são as mesmas velhas palavras gastas… Por exemplo, o rei da Jordânia falou. Claro, apenas duas páginas e meia. Nem uma palavra sobre o Irã. O presidente do Egito falou. Nada sobre o Irã. O príncipe do Kuwait falou, não sobre o Irã. Só o presidente da Malásia falou de Irã. Só o presidente da Malásia, só ele. Mas… a reunião de ‘cúpula’ não foi feita contra o Irã? A Declaração não é contra o Irã?! Os líderes presentes, que não sabiam o que realmente estava acontecendo, disseram o que a Arábia Saudita queria que dissessem. Resultados?
Primeiro, sobre o Irã. Já lhes digo o que acontecerá.
Quanto ao Irã, enquanto essa gente se reunia em Riad, o povo iraniano renovava sua confiança no regime da República Islâmica do Irã. 42 milhões de eleitores votaram no Irã: mais que 73% de todos qualificados para votar. Lembro que foram eleições municipais e para a presidência, no Irã. Se se contam só os encarregados das urnas, são 650 mil pessoas. Sabemos como a coisa funciona no Líbano. Eleições municipais não podem ser feitas no mesmo dia em todo o Líbano. A votação é feita por distritos. No Irã, com 42 milhões de eleitores, as eleições presidenciais são muito sensíveis, eleições municipais ainda mais sensíveis, como também entre nós. E apesar disso, nenhum incidente, nem brigas, nem tiros, nem acidentes de estrada, nem feridos, apesar de serem eleições muito, muito sensíveis. E o Irã elegeu seu presidente, renovando a própria democracia tão vital. Ora, isso, precisamente é o Irã.
Esse Irã e sua democracia tão vital são confrontados todos os dias por países que nem sabem o significado de eleições, nem de democracia, nem sabem para que serve a urna eleitoral… Se alguém lhe mostrar essa urna branca, vão perguntar “O que há aí? Ovos? Leite ou queijo?” Sabem coisa alguma de democracia. E querem fazer guerra contra uma autêntica República, que representa e respeita a vontade do próprio povo e cujo povo é muito fortemente ativo e presente nas declarações e decisões do governo que o povo elege.
Arábia Saudita repete o velho golpe
Aqueles mesmos que voltam hoje, já tentaram o mesmo golpe no passado. A Arábia Saudita é o país que incitou Saddam Hussein a fazer guerra contra o Irã, oito anos de guerra. São os mesmos que dizem que pagaram $200 bilhões por Saddam Hussein. Qual a consequência da guerra para toda a região? Durante as décadas passadas, a Arábia Saudita não deixou de tentar nenhuma ação ou medida que pudesse enfraquecer o Irã, tentou de tudo. O que poderá fazer a mais, agora. Me digam!
Sobre o Irã, é isso. E digo aos sauditas que o Irã é mais poderoso a cada dia, mais poderoso, mais formidável, mais influente. E todo o mundo o reconhece.
Um conselho para a Arábia Saudita
Ainda falando sobre o Irã, tenho um conselho para a Arábia Saudita… porque nós não nos limitamos a comentar: também queremos aconselhar. Que a Arábia Saudita abandone a luta, o ódio e a guerra. A única saída que ainda resta à Arábia Saudita, no interesse de todos os muçulmanos, de toda a região, dos países do Golfo e dos povos da região é o diálogo com o Irã, negociações com o Irã. E o Irã sempre esteve aberto para isso. Essa via que a Arábia Saudita dá sinais de preferir não levará a qualquer resultado, além do desperdício de mais bilhões de dólares, além de mais sangue derramado, e a Arábia Saudita será a principal derrotada. Vocês, sauditas, fracassarão, como sempre fracassaram até hoje. Até aqui, o principal vencedor já é o Irã.
Esse é o conselho de um árabe muçulmano libanês a um estado árabe muçulmano – que se diz parte do Islã. O caminho que a Arábia Saudita está trilhando leva a lugar nenhum.
Mas também no caso do Iêmen essa cúpula nem acelerará nem retardará coisa alguma. O povo do Iêmen, os líderes islâmicos e patriotas no Iêmen, os partidos iemenitas, o exército iemenita e as comissões populares estão decididos a enfrentar e resistir, e até aqui têm resistido com sucesso. E tudo que a Arábia Saudita poderia ter feito durante dois anos e meio, ela já fez.
Todos os mercenários que poderiam ter alugado, já alugaram e trouxeram ao Iêmen. Todos os exércitos, também. Toda a força aérea que poderiam usar, já usaram. Primeiro o sítio militar, depois o cólera, a fome, as doenças, dos quais já falamos. E onde está o resultado? Fiasco militar e fiasco político. Não quero entrar em detalhes do que se passa no sul e norte do Iêmen e do que está acontecendo em Áden. E é por isso, como também sei, que essa trilha que os sauditas escolheram e a ‘Declaração de Riad’ não têm absolutamente nenhum peso, nenhuma importância, contra a resistência no Iêmen, que prossegue.
O povo iraquiano também já escolheu
No Iraque, o povo iraquiano também já fez suas escolhas. As forças iraquianas caminham para a vitória final em Mosul onde apenas alguns poucos quarteirões ainda não foram libertados. As Comissões Populares já concluíram a libertação da área de al-Qayrawan e agora se encaminham rumo a al-Ba’aj, e continuarão até que todas as áreas estejam libertas. No Iraque, há consenso nacional, oficial e popular de partidos e intelectuais, todos dedicados a pôr fim no ISIS.
Na Síria, mais vitórias em campo
Na Síria, mais vitórias em campo, como vê-se no sul de Palmyra, leste de Homs e por todo o país, e mais derrotas e retiradas do ISIS.
A força ‘de prevenção’, os 38 mil soldados que os sauditas estão preparando para dar “combate ao ISIS” na nossa região em 2018… Se querem organizar mais essa força, organizem. Mas com a ajuda de Deus, em 2018 já não haverá ISIS, nem no Iraque nem na Síria, pelo menos aqui na nossa região. É isso.
Toda a Resistência é alvo dos sauditas
A ‘Declaração de Riad’ fala de Hezbollah e Hamas, mas verdade é que todo o movimento da Resistência é alvo dos sauditas.
Quero dizer a todos os que lutam contra os sionistas e a Ocupação da Palestina: essa ‘reunião de cúpula’ e as ‘declarações’ e ‘proclamações’ nada acelerarão, nem nada atrasarão, nada absolutamente.
Prestem atenção, por exemplo, que Trump, presidente dos EUA, no discurso que fez àquela suposta ‘cúpula’, elogiou a Arábia Saudita e disse que Arábia Saudita resiste e combate contra o terrorismo, e a ‘prova’ do que diz o presidente dos EUA é que ontem a Arábia Saudita incluiu um dos mais altos comandantes do Hezbollah… na lista de organizações terroristas! E só! Só isso. E todo aquele dinheiro que nós [Hezbollah] temos em bancos de Paris, Londres, EUA, Suíça, e não sei mais onde… Podem ficar com tudo! Considerem todo aquele dinheiro como doação nossa. Passem a mão nele e divirtam-se. Podem ficar com todo aquele dinheiro de ficção. Tudo isso é parte da guerra.
A todos os movimentos da Resistência, libaneses, palestinos, todos
O que quero dizer aos movimentos da Resistência, libaneses, palestinos, todos, sejam chamados Hezbollah ou qualquer outro nome, Hamas, qualquer nome, é que desde o início todos sabem exatamente que caminho escolheram, conhecem cada passo dessa estrada e sabem o que os espera a cada metro do caminho. Somos cadastrados! Nosso nome está na lista de organizações terroristas desde o início dos anos 1980s! Já vimos de tudo. O que haveria de novidade para nós?
Já vivemos longo tempo sob sanções. A mídia faz guerra contra nós todos os dias há muito tempo, desde décadas antes da ‘Declaração de Riad’. Gastam-se centenas de milhões de dólares exclusivamente para sujar nossa reputação. O que mais podem dizer contra nós, que já não tenham dito?!
Somos acusados de traficar drogas, roubar carros, de acobertar terroristas, assassinos e os piores criminosos. Bom trabalho! Acabaram? Vão recomeçar? E agora? Digam aí. O que dirão de nós, de novo, agora?
Respondo eu mesmo, irmãos e irmãs, que não temos nenhuma novidade a temer, que já não tenham usado mil vezes contra nós. Apenas repetem tudo que já disseram incontáveis vezes, e fizeram incontáveis vezes, sempre e sempre, só repetição, há décadas.
Os movimentos da Resistência estão onde sempre estiveram. Onde lutaram Sheikh Ahmad Yassin (do Hamas, assassinado), o Dr. Fathi Chiqaqi (da Jihad Islâmica), Sayed Abbas al-Musawi e Hajj Imad Mughniyah (mártires do Hezbollah), e não temem ameaças de confrontos, de combates, de guerra ou de morte. O que mais inventarão para tentar nos intimidar? O martírio? Somos combatentes amantes do martírio! Nos ameaçam com a morte? “Ali agarra-se mais ao martírio e à morte, que o bebê ao seio da mãe” (Palavra do Imã Ali).
O povo canta: “A teu serviço, Ô Nasrallah!”
Somos filhos da escola do Imã Hussein, que a paz esteja com ele, ao seu filho Ali al-Akbar. (Al-Akbar) perguntou ao pai: “Não estamos no caminho certo?” “Sim”, respondeu o Imã. Al-Akbar continuou “Então, pouco importa se vamos ao encontro da morte, ou se a morte vem ao nosso encontro. Se estamos no caminho certo (não há por que temer a morte).”
Quanto a Qasim, seu filho de 11, 12 anos, presente em todas as nossas casas, no Líbano, Palestina, Síria, Iraque, Irã, Afeganistão, Iêmen, Bahrain, dentro da própria Arábia Saudita e em toda parte no mundo islâmico, quando lhe perguntaram o que pensava da morte (quando se luta contra a opressão), respondeu “Para mim, tem sabor mais doce que o mel.” E agora vêm vocês nos ameaçar de morte?!
Somos hoje, no Eixo da Resistência, mais fortes do que nunca
Não tememos a morte, a guerra, a luta, as sanções, a intimidação ou a difamação pela imprensa. Conhecemos tudo isso, esses meios se consumiram ao longo dos anos. Por isso os movimentos da Resistência não sofrerão qualquer impacto, não serão abalados, enfraquecidos nem se deixarão intimidar, e continuarão sua ação e seu movimento.
E digo-lhes até mais do que isso. Somos hoje, no Eixo da Resistência, mais fortes do que nunca. Mais fortes hoje do que jamais antes. Somos mais numerosos, mais experientes, mais determinados, nossa fé, nossas esperanças e aspirações são mais altas do que nunca. Essa é a verdade.
Temos um exemplo do que mencionei na fala anterior, sobre o dia da reunião em Sharm el-Sheikh (sobre antiterrorismo). Os que se reuniram em Riad não representam nem metade dos que estavam em Sharm-el-Sheikh em 1996. Lá estavam EUA, Rússia, China, países europeus, países árabes, países africanos, vindos de todos os cantos do mundo. E disseram que havia três organizações que todos queriam erradicar: o Hezbollah, o Hamas e a Jihad Islâmica. E incluíram Irã e Síria como apoiadores daqueles grupos. E tiveram uma conferência, e organizaram comissões, e os diretores dos serviços de inteligência que em seguida reuniram-se em Washington.
Naquele momento, a Resistência Islâmica no Líbano era limitadas em recursos e em material humano. O que tínhamos de melhor eram Katyushas com alcance de 20 quilômetros. Era o máximo que tínhamos, em 1996. Do Hamas e da Jihad Islâmica, muitos estavam presos, muitos exilados, muitos vivendo na clandestinidade, etc. E o Irã saía de uma guerra e enfrentava dificuldades. A Síria estava isolada, sob bloqueio. Apesar disso, da reunião de Sharm-el-Sheikh e tudo que fizeram, resultado da perseverança da Resistência no Líbano, a persistência da Resistência na Palestina, a perseverança de Síria, Irã foi possível derrubar tudo o que havia sido esquematizado naquela ‘cúpula’. E em poucos meses o mundo já esquecera Sharm-el-Sheikh. Poucos meses, não anos.
E hoje, onde está o Eixo da Resistência no Líbano, Síria, Iraque? Em 1996, o Iraque estava com Saddam Hussein. Hoje, o Iraque é governado pelo próprio povo, a abençoada bandeira do Iraque é trunfo das forças armadas e das comissões populares iraquianas. E o Irã. E o Iêmen! E o mesmo em várias partes do mundo. A situação é diferente. Os EUA naquele momento eram algo formidável, hoje já não são. Israel naquele ainda nunca fora derrotada, hoje isso também mudou. Naquele momento Israel atacava os vizinhos à vontade. Hoje vive de construir muros defensivos para se proteger do Hezbollah. Tudo, portanto, hoje, é muito diferente.
Encarem os eventos de modo realmente natural, normal
No que nos diz respeito, quero dizer-lhes o seguinte: encarem os eventos de modo realmente natural, normal. Falei muito hoje, com muitos detalhes, mas queria mostrar que essa é a realidade dos fatos. Dito de modo mais coloquial, familiar, não temos de nos incomodar, nem de nos irritar com esses eventos, porque absolutamente nada aconteceu. A visita de Trump não tem qualquer importância que nos diga respeito.
Os EUA querem ser mais presentes na região? Bom p’ra eles. O pior que poderia acontecer sempre foi os norte-americanos se plantarem aqui. Mas eles já se plantaram aqui! Já estão na região. Já ocuparam o Iraque, ameaçaram a Síria, ameaçaram o Irã… E a Resistência Iraquiana e a persistência do Eixo da Resistência os obrigou à retirada. O que os EUA falam de fazer, que possa nos assustar?!
Hoje, quando somos povos em nossos países decididos a viver com dignidade, a permanecer nas nossas terras… Não corremos para o outro lado do mundo. Estamos precisamente aqui, em casa, defendemos nosso sangue, nossas mulheres, nossa honra, nossas propriedades, nossos lares, nossa dignidade e o futuro de nossos filhos e netos. Por isso exatamente somos mais fortes que todo o mundo. Nada, absolutamente nada pode nos assustar. Somos hoje mais fortes que nunca. Não estou dizendo que nossos inimigos sejam hoje mais fracos que antes. Só estou dizendo que eles hoje têm menos força do que nunca.
E é por isso que temos de ver as coisas com realismo, assumir nossa responsabilidade e continuar na trilha que escolhemos. E continuaremos a exigir o fim da guerra contra o Iêmen, a demandar uma oportunidade para que os iemenitas negociem, a clamar pelo fim da agressão contra o povo do Bahrain e para que se abram negociações, a exigir que tenha fim o apoio estrangeiro aos terroristas takfiries em nossa região, e a buscar soluções políticas.
Quanto à Arábia Saudita, Deus Todo Poderoso diz deles num verso do Corão: “Consomem sua riqueza para desviar o homem do reto caminha de Deus, e assim continuarão, até que nada reste da riqueza deles; mas no final só terão arrependimentos e suspiros; com o tempo que passa, serão superados” (Sura 8, verso 36).
Vocês, que não gastam em vão as suas riquezas, cujos esforços não são vazios e vãos, vocês não serão superados. Mesmo sabendo que minha voz não será ouvida, mesmo assim digo e repito, para ter o que declarar a meu favor perante Deus: tentei, tentei o mais que eu pude, e para o Dia do Juízo Final, quando serei questionado e julgado. E cada um de nós terá de prestar contas do que tenha feito ou deixado de fazer no momento pelo qual passamos. Todos terão de prestar contas do que fizeram no Iêmen, Bahrain, Iraque, Síria, Líbano, Palestina e nos locais sagrados na Palestina. E temos de assumir essa responsabilidade.
Ah, minhas irmãs e meus irmãos, dissemos em 2006, baseados na vitória de maio de 2000 e na vitória de julho de 2006, que estava acabado o tempo das derrotas, e que começava o tempo das vitórias. Essas vitórias estão agora diante dos nossos olhos, em todos os campos de combate e em todos os terrenos, nas mais amargas batalhas e nos terrenos mais difíceis. Mas o horizonte, acreditem, repito, acreditem em Deus e ponham Nele as suas esperanças, confiem no povo, confiem nos aliados. Temos perfeita confiança nos nossos aliados. Temos confiança em todos que lutam ao nosso lado.
Quanto a vocês, sauditas…
De qualquer modo, Trump já disse a eles que “É hora de assumirem a responsabilidade por suas guerras. Não esperem que cheguemos para lutar por vocês”.
Ontem, a OTAN, desculpem, foi hoje, o secretário-geral da OTAN disse (já era tempo!) que a OTAN se engajará na guerra contra o ISIS. Mas disse mais. O que mais disse ele? Disse “Porém, só lutaremos do ar, não participaremos de forças em solo.” “Não participaremos de forças em solo”… Eis o Trump com o qual os sauditas tanto contam… Nem faz tanto tempo, ele vieram, logo se foram e venderam os ‘aliados’ deles nos mercados de escravos.
Resistir, só o Eixo da Resistência resistirá sempre
Mas o Eixo da Resistência, os nobres combatentes que já tanto se sacrificaram e se sacrificam, confiáveis, sinceros, aqueles que enviaram seus entes queridos à luta, que permaneceram firmes por décadas, jamais deixarão o combate e jamais cederão, nem antes da cúpulas em Riad, nem depois delas, de suas reuniões, discursos e declarações.
Essa Resistência, a vigorosa Comunidade Muçulmana, esses movimentos da Resistência, os povos da Resistência, continuaremos a erguer a bandeira da nossa luta. Recebemos essa bandeira de outros antes de nós, e não a abandonaremos, até alcançar todas as vitórias às quais aspiram nossos povos e nossa comunidade.
Temos absoluta certeza. É a promessa que Deus nos fez, “E Deus sempre cumpre o que promete” (Verso inscrito no fundo, Corão, 17, 108).
Que Deus os abençoe e lhes garanta a vitória. Que a paz de Deus esteja com vocês, Sua misericórdia e Suas bênçãos.*****
FONTE:[ár. http://almanar.com.lb/2088414; trad. ao francês, Sayed Hasan, http://sayed7asan.blogspot.com;
vídeos legendados ing. (duas partes, https://www.youtube.com/watch?v=gLLTAYLgHUE e https://www.youtube.com/watch?v=SQgb9dAaKS8
[1] Ver sobre isso, 30/5/2017: “Prisioneiros palestinos põem fim à greve de fome, no 40º dia”, francês (em tradução ao português [NTs]).