29/12/2015, Al Manar, Beirute
A agência Associated France Press, AFP, oferece relato complacente da derrota do Estado ‘Islâmico’ em Ramadi, no Iraque. Mas ninguém cuidou de investigar para informar sobre o que realmente aconteceu.
Na versão versão ‘France Press’ lê-se que “os últimos combatentes do grupo Estado Islâmico (EI) deixaram no domingo um complexo governamental estratégico de Ramadi, oferecendo [como se tivessem feito alguma espécie de ‘gentileza’] às forças iraquianas sua mais importante vitória desde o início da ofensiva dos jihadistas no Iraque há um ano”.
Na continuação, lê-se que “todos os combatentes do Daesh, sigla do nome em árabe do mesmo grupo, partiram. Não houve resistência.”
Como assim?! Os assassinos terroristas do Daesh “partiram”? “Deixaram” Ramadi? Mas… partiram para onde?! Partiram como?!
A Agência de notícia AFP absolutamente não se preocupa em informar e faz como se nem visse o buraco na ‘notícia’. Atreve-se mesmo a acrescentar que “as forças antiterroristas de elite e o exército iraquiano” foram “ajudadas pelos raids aéreos da coalizão internacional comandada pelos EUA”.
Se se dá crédito à AFP, teria sido como se os EUA tivessem tornado possível aos iraquianos derrotar os terroristas do Daesh.
De fato, para encontrar informação que faça sentido, é preciso recorrer à agência oficial de informação russa, Sputnik. Só assim se fica sabendo que as forças norte-americanas lá estavam exclusivamente para evacuar por helicópteros os terroristas do Daesh, e levá-los para… “destino desconhecido”! Afinal, foi assim que os terroristas do Daesh “deixaram” Ramadi.
Ainda resta descobrir para onde os seus patrocinadores salvadores norte-americanos levaram os terroristas. Há indícios de que na primeira etapa dessa evacuação-resgate os terroristas foram levados para uma base norte-americana secreta na Argélia. Foi só a primeira etapa, porque, sem demora, esses importantes aliados serão transferidos… para os EUA! Mas não para serem metidos em alguma prisão de segurança máxima, ou em campo de prisioneiros ao estilo de Guantânamo, não: os terroristas que os EUA resgataram de Ramadi serão levados depois para uma base secreta em território dos EUA, construída exatamente para receber com máxima discrição esses terroristas amigos dos EUA.
O objetivo desse resgate-evacuação é claro: impedir que os chefes do Daesh caiam em mãos de iraquianos (ou de russos): convenientemente interrogados, eles certamente não deixariam de revelar detalhes interessantíssimos da assistência que os EUA dão ao ‘Estado Islâmico’, fornecendo-lhes armas, mas também com certeza falariam de “estágios de formação”, em discretas bases norte-americanas em Nebraska e Montana.