Explosão do Porto de Beirute. O que mudou desde então?

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Por Assad Frangieh* – Para o Oriente Mídia

Um ano após a explosão do Porto de Beirute ainda reinam as dúvidas e as desinformações. As investigações oficiais estão em sigilo de Justiça enquanto as versões não oficiais apontam em três direções. A carga de explosivos era destinada mesmo para os rebeldes na Síria, porém a recuperação das fronteiras pelo Governo da Síria fez com que a carga perdesse seu destino. Aí entra a fase de negligência e displicência das autoridades alfandegárias, das forças de segurança e inteligência, dos Ministros de Trabalho ligados à fiscalização do Porto e do Conselho Supremo de Defesa do Líbano que também souberam do perigo e não reagiram a tempo. Talvez não fosse apenas negligência, mas talvez o armazenamento para um futuro propósito. Por fim, a explosão foi um ato de fatalidade por um incêndio imprudente ou realmente houve um ato de terrorismo que visava a destruição do alicerce da Economia libanesa?

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A chegada da carga que passou pelas forças marítimas da ONU que cercam as águas libanesas, a descarga do material e seu armazenamento imprudente, as repetidas ordens judiciais que fizeram com que a carga ficasse no Porto são fatores que complicam a denúncia de responsáveis. A dificuldade em retirar as imunidades de políticos, militares e administradores que de certa forma poderão estar envolvidos em cumplicidades, conspirações ou simplesmente displicência, tornam a verdade a principal vítima na busca de Justiça. O Parlamento discute uma lei para convocar a formação de um Tribunal único para Julgamento de Ministros, Parlamentares e envolvidos, que seria o primeiro na História do Líbano, porém os Juízes relutam em incluir seu corpo de juizado no meio. Querem um tribunal complementar exclusive para eles.Ver a imagem de origem

Nesse vai e vem de acusações, desinformações, investigações públicas e privadas, ingerência de setores internos e externos, desinteresses econômicos de seguradoras, corrupção administrativas e contrabandos denunciados, a Verdade se perde. Como se não bastasse as 250 vítimas inocentes, os quase 6 mil feridos e a destruição de casas e o ganha pão de muitos trabalhadores, parece que nesse primeiro ano desse maldito dia, apenas conseguimos causar a explosão de uma nova injustiça. Repetimos um trágico 4 de Agosto.

Assad Franghie *, médico, coordenador do grupo de WhatsApp “Oriente Médio e Política Internacional”

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