23/10/2014, [*] Mike Whitney, Counterpunch
Do Tumbling Buybacks Signal Another Market Crash? Happy Black Thursday
Tradução Vila Vudu
Queda na recompra de ações [orig. buybacks] [1] nos EUA: vem aí nova quebradeira made in USA?
“Francamente: os EUA estamos tão fora dos trilhos em termos econômicos, que a locomotiva está empacada num pântano e os vagões estão-se empilhando por cima dela”.Anonymous, Comentário em Naked Capitalism
Desde o fim da recessão em 2009, investidores norte-americanos tomaram quantidade recorde de dinheiro emprestado para financiar suas compras de ações. Segundo o Financial Times, a margem de endividamento das empresas com ações na Bolsa de Valores de Nova York [orig. New York Stock Exchange (NYSE)] alcançou o pico em fevereiro de 2014, de US$ 466 bilhões e só recentemente diminuiu levemente. São US$ 85 bilhões a mais que em 2007, no auge da bolha. (Abaixo: a margem de endividamento tende a acompanhar de perto a trajetória dos mercados, embora não seja bom indicador de “pico” de mercado).
Tendência de alta no endividamento das Top 500, Bolsa de Valores de NY, agosto-2014 −ETF Daily News
Faixa Cinzenta: RecessõesLinha vermelha: NYSE margem de endividamentoLinha azul: 500 S&P [2] Setembro de 2014(clique na imagem para aumentar) |
Quando as ações começam a oscilar feito gangorra, como aconteceu semana passada, quase sempre é sinal de que investidores super endividados estão queimando estoques de ações para conseguir manter-se dentro da margem de endividamento. Aconteceu exatamente a mesma coisa, no período que antecedeu o Crash de 1929. Naquele ano, as ações caíram fortemente no fim de outubro, o que forçou investidores profundamente endividados a descarregar o que tinham, a preços de liquidação. Os preços despencantes desencadearam um pânico, que fez as ações entrarem em queda livre, o que fez desaparecerem bilhões de dólares, derrubou os mercados e preparou o caminho para a Grande Depressão. Adiante, um rápido resumo do que aconteceu:
Dia 3/9/1929, o mercado caiu muito, subiu e tornou a cair. Foi como tremores de terra que anunciassem um grande terremoto, mas ninguém prestou atenção. O mercado já despencara antes, mas sempre retomava, e mais forte. O mercado despencou profundamente novamente dia 4/10/1929; dia 21/10/1929, aconteceu uma avalanche de venda, com muitos tentando salvar qualquer coisa, ante a grande perda. Dia 24/10/1929 – a “5ª-feira Negra” – o pânico ganhou vida própria, com uma avalanche de ordens de venda, tão grande que ultrapassou a capacidade da Bolsa para acompanhar todas as vendas (…).
Os grandes financistas de Wall Street tentaram restaurar a confiança, comprando o máximo de ações que podiam. Funcionou – só por algum tempo. Na 2ª-feira seguinte (28/10/1929) o pânico recomeçou, e veio então a “3ª-feira Negra”, dia 29/10/1929. O pânico no salão da Bolsa converteu-se em tumulto generalizado. Nas palavras de uma testemunha, “Eles uivavam e gritavam, saltavam uns aos colarinhos dos outros. Foi como uma horda de homens enlouquecidos. A todo instante e por todos os lados (…) viam-se infelizes que desmaiavam e caíam ao chão. (…) Era o Crash, embora poucos tenham visto naquele momento (…) 30 bilhões de dólares foram perdidos – mais que o dobro da dívida nacional. A nação desabou e deslizou para as profundezas da Grande Depressão.
(The Wall Street Crash, 1929, Testemunha da História).
Não surpreendentemente, os bancos estiveram no centro também daquele fiasco, como também o principal agente dos bancos, o Federal Reserve.
Fato é que o FMI acaba de lançar uma avaliação severamente crítica contra as políticas do Fed, dizendo que juros zero, como têm sido praticados já há cinco anos, puseram novamente sob risco o sistema financeiro. Eis o que publicou o Guardian:
Políticas acomodatícias com o objetivo de apoiar uma suposta recuperação e promover ‘risco econômico’ facilitaram que muitos embarcassem em riscos financeiros sempre crescentes” – disse o FMI. Como prova, o FMI indica o preço inflado dos ativos, menores prêmios para investimentos de mais alto risco e a baixa mobilidade nos mercados financeiros (…).
O FMI disse que houve uma inversão entre os benefícios econômicos dos juros baixos e o processo de emissão de dinheiro chamado “facilitação quantitativa” [orig. quantitative easing], com diminuição da estabilidade financeira (…); os riscos de mercado e da liquidez aumentaram a níveis tais que, se não forem atacados, podem comprometer a estabilidade financeira.
(IMF warns period of ultra-low interest rates poses fresh financial crisis threat [FMI alerta: período de juros ultra baixos cria nova ameaça de crise financeira], The Guardian). [3]
Em outras palavras, o juro zero, que fixa em zero o preço do dinheiro, por anos a fio, aumenta a instabilidade financeira – e faz absolutamente nada a favor da economia real. Em resumo: o FMI, basicamente, está admitindo que o Fed construiu condições para nova quebradeira.
E a assunção de risco excessivo não está limitada só à margem de endividamento. Considerem-se por exemplo a recompra de ações, buybacks. Recomprar ações que nada acrescentam à produtividade ou ao real valor de uma empresa, só fazem aumentar o preço das ações, de modo que executivos e acionistas possam contabilizar mais lucros a favor deles mesmos. O que a maioria das pessoas não sabe sobre recompra de ações é que os empresários gatos-gordos patrões não estão reciclando lucros para poder comprar ações: eles estão-se aproveitando dos juros baixos para aumentar o endividamento das empresas.
Observem esse gráfico muito claro, publicado em Zero Hedge, que mostra a simetria letal entre empréstimos tomados pelas empresas e recompra das próprias ações:
Dívida privada nos EUA e recompra de ações sobem e descem conforme o ciclo (US$ bi)
Linha vermelha: recompra líquidaLinha preta pontilhada: empréstimos tomados pelas mesmas empresasExtraído de: The Buyback Party Is Indeed Over: Stock Repurchases Tumble In The Second Quarter – Zero Hedge (A festa da recompra de ações já acabou: recompra de ações caem no 2º trimestre)(clique na imagem para aumentar) |
Por que isto está acontecendo?
Está acontecendo porque o governo Obama reduziu os déficits de orçamento, acabando assim com o estímulo fiscal de que a economia precisa para crescer. Esse mínimo de apertar o cinto enfraqueceu a demanda geral, forçando as empresas a procurar outros modos para turbinarem os próprios lucros. Muitos empresários logo perceberam que podiam aumentar os próprios ganhos cortando custos e demitindo trabalhadores, ao mesmo tempo em que inflavam o preço das próprias ações tirando vantagem dos juros baixos e aumentando o endividamento das próprias empresas. Essa foi a estratégia que encheu de energia a febre de recomprar ações, o encolhimento das entradas, o desemprego crescente, o plano repugnante dos industriais para enriquecer uns poucos executivos à custa da própria empresa, dos seus empregados e do futuro. Eis o que diz o Wall Street Journal:
Dados preliminares mostraram que a recompra de ações alcançou US$ 116,2 bilhões no segundo trimestre (…) 27% menos que os US$ 159,3 bilhões registrados para o primeiro trimestre desse ano, o segundo maior da história.
Para os 12 meses anteriores a junho, as empresas aumentaram a recompra das próprias ações para US$ 533 bilhões, aumento de quase 27% na comparação com há um ano. E a recompra de ações combinada a gastos com dividendos no período alcançou o recorde de US$ 865,9 bilhões, com as recompras correspondendo a 61,6% do total.
(Companies reduced stock buybacks in 2nd quarter [Empresas reduzem recompra de ações no segundo trimestre], Wall Street Journal).
E então? Você quer saber por que as ações continuam a subir cada vez mais alto, com a economia sempre patinando?
Por causa da recompra. Eis a causa. Leiam esse excerto de artigo anterior publicado no WSJ e que destaca a magnitude da conversa para engambelar bobos:
Ano passado, as empresas incluídas no [indicador] Russell 3000, amplo indicador de ações nos EUA, recompraram US$ 567,6 bilhões de suas próprias ações – aumento de 21% em ralação a 2012, pelos cálculos de Rob Leiphart, analista de Birinyi Associates, empresa de pesquisa com sede em Westport, Conn. Isso mostra o total de recompras desde o início de 2005 em US$ 4,21 trilhões – perto de 1/5 do total de todas as ações norte-americanas hoje. (As recompras de ações nos recastigarão no futuro?
(Will Stock Buybacks Bite Back?, Wall Street Journal)
Se as recompras representam 20% do valor total das ações hoje… O que acontecerá quando as condições mudarem, vale dizer, quando a “facilitação quantitativa” do Fed chegar ao fim e os juros subirem?
As ações despencarão, certo?
Certíssimo. E se você quer ver o quão destrutiva é a falcatrua da recompra, examine os detalhes sobre o débâcle recente dos ganhos da IBM.
Aí vai a história contada pelo New York Times:
Nos primeiros seis meses desse ano, a empresa gastou mais de US$ 12 bilhões (…) em suas próprias ações (…) Mas essas manobras “amigas do acionista” mascaravam uma feia verdade: os sucessos da IBM em anos recentes estava mais associado à engenharia financeira que a desempenho real.
Ficou logo visível na 2ª-feira (20/10/2014) quando, pela manhã, anunciaram seus ganhos, muito abaixo do que esperavam os analistas. A ação caiu mais de 7% para US$ 169,10 ao final do dia, abaixo do preço médio que Mr. Buffett paga desde que começou a comprar essas ações em 2011.
Os ganhos da empresa não aumentaram ao longo dos anos. De fato, permanecem quase exatamente iguais ao que eram em 2008.
Mas a IBM continuou a comprar as próprias ações como se fossem “quentes”. Desde 2000, a IBM gastou cerca de US$ 108 bilhões na recompra de suas próprias ações, segundo o mais recente balanço anual. E também pagou US$ 30 bilhões em dividendos. Para conseguir financiar esse frenesi de compra de ações, a IBM endividou-se cada vez mais.
Ao tempo em que a empresa gastou US$ 138 bilhões em suas ações e pagando dividendos, gastou apenas US$ 59 bilhões no próprio negócio, com gastos de capital e US$ 32 bilhões em aquisições. (…) Tudo isso, para dizer que a IBM parece ter gasto o próprio dinheiro nas coisas erradas: nos acionistas, não em construir o próprio negócio.
“O que a IBM fez mostra muito evidentemente, que sua estratégia de inflar o preço das ações não é o que se chama criar valor mediante “investimento” – disse David A. Stockman, diretor do Gabinete de Administração e Orçamento do governo Reagan (…). “A IBM é máquina de recomprar ações envenenada com esteroides, que só apareceu como grande vitoriosa no mercado de ações porque inflou com massagens, muita droga e manipulação os próprios ganhos por ação”.
(The Truth Hidden by IBM’s Buybacks, Andrew Ross Sorkin, New York Times)
Mas a IBM não é diferente de qualquer outra empresa. Todas estão fazendo a mesma coisa: “dissipando os ativos da empresa” e “fazendo encolher o próprio negócio” (Yves Smith), para enriquecer executivos gananciosos e acionistas vorazes. E quem os pode culpar, afinal? Todas essas empresas estão só respondendo aos incentivos criados pelas políticas monetárias do F. Recomprar as próprias ações faz perfeito sentido, se o crédito é abundante e o preço do dinheiro é zero.
Tudo isso considerado, por que os preços das ações despencaram semana passada?
Como sempre, a questão é a expectativa. Os investidores sabem que as condições favoráveis para a falcatrua da recompra de ações está à beira de mudar (o Fed planeja pôr fim à “facilitação quantitativa” em outubro). Então, estão todos fazendo seus ajustes, enquanto os preços ainda estão altos. Essa é a razão pela qual os mercados tanto subiram e caíram ultimamente. É a razão, também, pela qual as recompras caíram 27% no último trimestre. Vejam o gráfico publicado em Zero Hedge:
Recompra de ações S&P 500, por trimestre,
do 4º trim.,2007, ao 2º trim., 2014 (US$ Bi) Zero Hedge
(clique na imagem para aumentar) |
As empresas dedicaram-se a recomprar suas próprias ações porque:
(a) o dinheiro é barato; e
(b) porque sabem que o Fed estava fazendo encolher o fornecimento de dinheiro, e começou a comprar papéis do Tesouro.
Agora que o Fed está ameaçando fechar a torneira do dinheiro (que teria o mesmo efeito que aumentar os juros), as recompras diminuirão e as ações cairão de preço. Evidentemente, não é o que dizem os analistas em Goldman Sachs. Eles supõem que conter as recompras é só uma dificuldade momentânea, que coincide com os relatórios de ganhos. Segundo Business Insider:
Para David Kostin, de Goldman Sachs, “uma dificuldade temporária pode explicar por que o S&P 500 caiu do ponto mais alto da história, de 2.009” (dia 19 de setembro).
“Muitas empresas são proibidas de recomprar no mercado aberto durante os cinco meses antes da divulgação de ganhos” – disse Kostin. “Para muitas delas, o começo do blecaute coincidiu com o pico do S&P 500 dia 18/9/2014. A venda portanto aconteceu durante um momento em que a principal fonte individual de demanda de equidade estava ausente…”
“Esperamos que as empresas voltem ativamente a recomprar ações em novembro e dezembro de 2014” – escreveu ele. Desde 2007, uma média de 25% das recompras anuais aconteceram durante esses dois últimos meses do ano”.
(GOLDMAN: We’re Blaming The Stock Market Sell-Off On A Pullback In Buybacks, Business Insider).
Goldman poderia ter razão, mas acho que não tem, principalmente porque a crescente volatilidade e os arrotos no mercado de ações sugerem que a dinâmica do mercado mudou. O baile agora mudou completamente. “O Índice VIX de Volatilidade subiu 30 pontos rapidamente semana passada – movimento que frequentemente é visto como aviso não oficial, enquanto o próprio Índice Fear & Greed [literalmente “Medo e Ganância”], de CNNMoney, se mantém em modo de “Medo Extremo”, no nível 5.” E os problemas no mercado de ações são ainda mais assustadores. Vejam o que diz Bloomberg:
Os valores dos bônus corporativos estão flutuando ao ponto máximo em mais de um ano, com os maiores bancos de Wall Street optando outra vez contra usar o próprio dinheiro para absorver a dívida vendida pelos clientes.
Os 22 corretores que fazem negócios com o Fed reduziram o total líquido do que têm em ações de até US$ 1,7 bilhão, nas duas semanas encerradas dia 8/10/2014, para um líquido de US$ 6,3 bilhões, mostram os dados do Fed. Agora acompanham a manada que só vende, com os fundos enfrentando retiradas de US$ 7,4 bilhões, desde meados de setembro (…)
(Leveraged Money Spurs Selloff as Record Treasuries Trade, Bloomberg)
E ainda mais, de Bloomberg:
Grandes investidores têm mais medo de que ninguém se interesse por suas ações, do que pelo risco de as empresas entrarem em “calote” [orig. defaulting]. Num momento em que a taxa de calote para empresas de baixo grau para investimentos está em cerca da metade de sua média histórica, investidores que vivem de ações-lixo estão cada dia mais preocupados com não conseguirem vendê-las quando quiserem vender. (…)
“Os clientes agora querem vender qualquer ação que não queiram manter por longo prazo, de medo de, adiante, não conseguirem vender”, escreveram em nota hoje analistas do Bank of America Corp. coordenados por Michael Contopoulos. A volatilidade recente “foi um sinal de alarme para muitos que, por causa das restrições da preparação do balanço, veem mais rapidamente os preços reais e são mais sensíveis a mudanças nos preços” (…)
(Lonely Bond Buyers Feel Deserted When Junk-Market Rout Heats Up, Bloomberg)
Há investidores com medo de não conseguirem sair quando quiserem sair? Exatamente isso. E esse medo faz aumentar a volatilidade do mercado.
Assim sendo, o que acontece agora?
Bem, parece que as coisas vão ficar ainda muito mais loucas por algum tempo, particularmente se os dados econômicos são fracos, e o Fed puser fim à “facilitação quantitativa” na data marcada. Nesse caso veremos aumento notável no violento vai-e-vem dos negócios diários. Uma coisa à qual prestar atenção são empresas muito endividadas que já sinalizam cada dia mais que os investidores estão menos dispostos a prover crédito barato a empresas tomadoras marginais de empréstimos. Assim se tornará mais caro financiar recompras de ações, o que significa que a principal força que vinha movendo o mercado de ações começará a parar. Quando as recompras caírem, os mercados começarão a andar de lado, o que levará à venda geral no mercado de ações, que pode gerar corrida alucinada em busca da porta de saída. Eis o que disse Jeff Cox, na CNBC:
O quadro é o seguinte: O mercado de ações entra em pânico por causa de súbito aumento nos juros, o que mandará legiões de compradores, gritando, à procura da saída, só para encontrarem outras legiões de compradores do outro lado. Resultado disso, a liquidez evapora, a gritaria se generaliza, e os EUA descobrem-se presos no centro de mais uma crise de endividamento que ninguém viu chegar (…)
(This is the “doomsday” bond market scenario/ Eis o cenário “apocalíptico” no mercado de ações, Jeff Cox, CNBC)
Já tivemos três ensaios gerais desse “cenário apocalíptico” de que fala Cox, desde o verão passado (o mais recente dos quais aconteceu na 4ª-feira passada (6/10/2014), quando o índice Dow caiu 460 pontos antes de voltar a subir). Significa que ninguém deve duvidar de que há sobressaltos à frente. Tão logo as ações comecem a cair, a bolha das ações explodirá, incendiando uma venda muito mais ampla e fazendo os preços desabarem. Isso porá os balanços de muitas corporações e instituições financeiras em vermelho profundo, o que precipitará uma segunda grande crise financeira em menos de sete anos.
Soa plausível? Acho que sim. E o problema pode ser rastreado até o ponto onde tudo começou: nas políticas de dinheiro fácil do Banco Central dos EUA, nosso amigo, o Fed.
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Notas dos tradutores
[1] Definição de Buyback (Investopedia):
A recompra de quantidade significativa de ações por uma empresa, para reduzir o número de ações no mercado. As empresas recompram as próprias ações, ou para aumentar o valor das ações ainda disponíveis (redução da oferta), ou para eliminar qualquer ameaça de acionistas que possam estar tentando comprar o controle da empresa.
[2] Indicador construído de 500 ações escolhidas pelo tamanho do mercado e liquidez, dentre outros fatores. As empresas incluídas no indicador S&P 500 são selecionadas pela Comissão do Indicador da empresa Standard & Poor..
[3] Citando, não o próprio relatório do FMI, mas palavras de um executivo a jornalistas, o jornal Valor Econômico, do Grupo Folha (SP, Brasil), em matéria assinada por Sergio Lamucci, noticia informação COMPLETAMENTE DIFERENTE da que se lê no Guardian e neste ensaio aqui traduzido. Para constatar a falcatrua informacional que a FSP e o jornalista brasileiro cometem (ver em: 7/10/2014,Valor Econômico, “FMI reduz estimativas globais para 2014 e 2015 e vê recuperação fraca”.Para comparar jornalismo melhorzinho e a total falcatrua informacional que é o jornalismo econômico daFolha de S. Paulo, eis o que o Guardian publica [Segundo o FMI]:
O melhor meio para salvaguardar a estabilidade financeira e melhorar o equilíbrio entre risco econômico e risco financeiro é implantar políticas que estimulem a transmissão da política monetária para a economia real – promovendo a assunção de riscos econômicos – e controlar os excessos financeiros mediante medidas prudenciais bem planejadas. Entre essas medidas, o FMI cita mais rigorosa supervisão de bancos, exigência de que mantenham maiores capitais e leis que forcem os bancos a emprestar a setores específicos, como moradia (Guardian, aqui traduzido).
Evidentemente, onde se cogite de supervisionar bancos… O Valor Econômico NÃO NOTICIA. E, hoje, oValor Econômico estava integralmente dedicado a “provar” que o Brasil dos governos Lula-Dilma seria fracasso total.
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[*] Mike Whitney é um escritor e jornalista norte-americano que dirige sua própria empresa de paisagismo em Snohomish (área de Seattle), WA, EUA. Trabalha regulamente como articulista freelancenos últimos 7 anos. Em 2006 recebeu o premio Project Censored por uma reportagem investigativa sobre a Operation FALCON, um massiva, silenciosa e criminosa operação articulada pela administração Bush (filho) que visava concentrar mais poder na presidência dos EUA. Escreve regularmente emCounterpunche vários outros sites. É co-autor do livro Hopeless: Barack Obama and the Politics of Illusion (AK Press) o qual também está disponível em Kindle edition.
Recebe e-mails por: fergiewhitney@msn.com.
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