Caso sem precedentes: França impede uma manifestação pró-Palestina

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Fonte: RT e Vermelho
Tradução Oriente Mídia

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A decisão do Estado francês causou indignação em massa. França tem sido fortemente criticada por ser o primeiro país do mundo a proibir protestos contra as ações de Israel na Palestina.

Autoridades francesas anunciaram hoje que farão tudo o possível para impedir que se convoque uma manifestação de apoio ao povo palestino marcada para este domingo. Bernard Cazeneuve, ministro do Interior francês diz que tomou essa decisão por motivos de segurança: “De acordo com as provas apresentadas pelo chefe da polícia de Paris, considero que não há condições para garantir a segurança durante a manifestação”. Centenas de pessoas estavam decididas a participar de uma marcha contra a matança em curso em Gaza. Os manifestantes queriam pedir o fim imediato das hostilidades que continuam provocando a mortes de civis, incluindo crianças.

 

© REUTERS Vincent KesslerEnquanto os organizadores do evento pretende apelar a decisão, a França tenta rebater as críticas. O governo socialista francês é acusado de ser fraco e antidemocrático. Até agora o presidente francês, François Hollande, tem apenas se limitado a dizer que a França não se envolve no conflito entre a Palestina e Israel.

No entanto, no artigo de Thierry Meyssan publicado no Vermelho, em 1ro. de dezembro de 2013, ficamos sabendo que:

 

François Hollande elegeu-se presidente cultivando ambiguidades. Bastaria, no entanto, ler as suas declarações prévias para constatar o apoio inconteste ao Estado de Israel. A mudança que havia anunciado aos eleitores não aconteceu. Foi pelo contrário a continuidade da política do seu predecessor. Vê-se assim que a França abandonou progressivamente a sua política de independência para se alinhar ao lado dos EUA e do último Estado colonial.
(…)


Durante os seus dez anos à cabeça do Partido socialista, François Hollande limitou as suas intervenções sobre o Oriente Médio, eis, pois, aqui um breve resumo:

• Em 2000, enquanto o Sul do Líbano é ocupado, ele prepara com Bertrand Delanoe a viagem do Primeiro-ministro Lionel Jospin à Palestina. O seu discurso inclui uma condenação do Hezbolá, que ele compara a um grupo terrorista.
• Em 2001, ele exigiu a demissão do geo-politólogo Pascal Boniface, culpado por ter criticado, numa nota interna, o apoio cego do Partido a Israel.
• Em 2004, ele escreveu ao Conselho superior do Audiovisual para questionar a autorização de licença de emissão dada à Al-Manar. Ele só parou as pressões quando a emissora de televisão da Resistência foi abafada.
• Em 2005, ele foi recebido, à porta fechada, pelo Conselho representativo das instituições judaicas de França (CRIF). Segundo o relato transpirado da reunião, teria dado o seu apoio a Ariel Sharon, e teria criticado vivamente a política árabe gaulista. Ele teria declarado: “há uma tendência que remonta ao passado, e que chamam de política árabe da França e não é admissível que uma administração tenha uma ideologia. Há um problema de recrutamento no Quai d’Orsay (ministério das Relações Exteriores da França) e na ENA, e este recrutamento deveria ser reformulado”.
• Em 2006, ele tomou posição contra o presidente Ahmadinejad, que convidara para Teerã rabinos e historiadores, alguns dos quais negacionistas (que negam o Holocausto). Ele fingiu ignorar o sentido do congresso, que visava mostrar que os Europeus tinham substituído a sua cultura cristã pela religião do Holocausto. E, a contra-senso, ele explica que o presidente iraniano entende negar o direito dos Israelenses a existir e que se apresta a prosseguir o Holocausto.
• Ele mobilizou-se pela libertação do soldado israelita Gilad Shalit, com a desculpa que este teria a dupla nacionalidade francesa. Pouco importa que o jovem tenha sido feito prisioneiro enquanto servia num exército de ocupação, em guerra contra a Autoridade palestina igualmente aliada da França.
• Em 2010, ele publicou, junto com Bertrand Delanoe e Bernard-Henri Lévy, uma carta aberta no Le Monde para se opôr ao boicote dos produtos israelenses. Segundo ele, o boicote seria uma punição coletiva, infligida também aos israelenses que trabalham para a paz com os Palestinos. Um raciocínio que ele não mostrara quando de campanha similar contra o apartheid na África do Sul.

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