Apagar a história: uma arma de guerra

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Manlio Dinucci

Todos recordamos bem como os soviéticos fizeram desaparecer personalidades históricas, chegando ao ponto de as apagar das fotografias oficiais. Pensávamos que isso acontecesse só sob ditaduras e em épocas de turbulência. Em vez disso, para nossa grande vergonha, é o que estão a fazer o governo ucraniano e, em geral, os governos ocidentais.

Em 1933, os nazis queimavam os livros dos autores judaicos ou decadentes. Hoje em dia, os Ocidentais queimam os traços históricos da colaboração entre os «nacionalistas integralistas» ucranianos e os nazis.

As guerras irrompem do Sudão à Ucrânia. Como consequência cresce a despesa militar mundial. Em 2022, a Europa gastou em armas e operações militares mais 13% do que em 2021, registando o maior aumento a esta parte em 30 anos. A despesa militar anual da Itália aumentou para mais de € 30 bilhões de euros, ou seja, uma média de mais de € 80 milhões de euros por dia.

Ao mesmo tempo, continua-se a esconder e a mistificar as verdadeiras causas das guerras. O Presidente Biden declara que « a trágica violência no Sudão é inconcebível e deve acabar ». Deste modo, apaga o facto de, quando era Vice-presidente da Administração Obama, ter sido um dos principais artífices da estratégia norte-americana que alimentou a guerra no Sudão para dividir o país em duas partes. Assim nascia, em 2011, o Estado artificial do Sudão do Sul com a possessão de 75% das reservas petrolíferas sudanesas. Isso provocou a extensão posterior de conflitos internos e de ingerências externas pelo controle da região sudanesa, importante tanto por ser rica em petróleo, gás natural, ouro e outras matérias-primas, como por ter uma posição geoestratégica chave no continente africano.

Na Ucrânia, os Estados Unidos, a OTAN e a União Europeia continuam a alimentar a guerra contra a Rússia, fornecendo ao regime de Kiev crescentes quantidades de armas e de assistência militar de todo o tipo. Ao mesmo tempo fazem com que o regime de Kiev apague da Ucrânia e da sua história tudo o que é russo. Depois de Kiev ter decretado mandar para o fogo 100 milhões de livros russos a começar pelos clássicos da literatura — uma prática análoga à do nazismo hitleriano — Zelensky assinou uma lei proibindo nomes de lugares russos e outros símbolos da fundamental componente russa da história ucraniana. O seu uso é considerado por lei um «acto criminoso» e acarreta graves penas. Além disso, Zelenski assinou uma lei segundo a qual, para obter a cidadania ucraniana, é necessário um exame não apenas do idioma, mas também da « história da Ucrânia ». Esta é reescrita por « historiadores » que exaltam personagens como Stepan Bandera, colaboracionista do nazismo hitleriano. No mesmo quadro, o Supremo Tribunal ucraniano decretou em 2022 que os símbolos da Divisão SS Galícia –- composta por nazis ucranianos que cometeram crimes horrendos –- não são nazis e podem, portanto, ser usados como símbolos políticos mesmo em manifestações. É esta Ucrânia que o governo italiano se compromete a «reconstruir» investindo milhares de milhão (bilhões-br) de euros subtraídos aos cidadãos italianos.

Breve resumo da revista de imprensa internacional Grandangolo de Sexta-Feira, 28 de Abril de 2023 às 20h30, no Canal de TV italiano Byoblu

Tradução
Alva
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