” Acordo do Século” – O Acordo que falhou.

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Por *Assad Frangieh*

No começo do século passado, o “Al-Xerife Hussein” da Saudita enviou seu filho o Rei Faiçal para uma reunião em Daraa no sul da Síria informando às tribos árabes sobre o levante contra o Império Otomano e que a Região seria emancipada em diversos países com apoio da Grã Bretanha e da França. Falou de vários países, mas não citou a Palestina. Em 1916, os acordos Sykes-Picot e a Declaração Balfour já estavam seladas e os Wahabistas de acordo. Não eram conspiradores apenas, eram quem participariam na divisão do queijo chamado Oriente Médio. Na época, a Revolução apelidada de “Blefe” pelos historiadores teve sucesso e os países foram criados. Meio século depois foi criado o Estado de Israel ou melhor o Lar do Povo Judeu. Porém incompleto.

A Primavera Árabe iniciada em 2010 tinha um objetivo essencial estratégico que seria o Acordo do Século. Em 1916, os Wahabitas foram fundamentais para o sucesso do “status quo” implantado no Oriente Médio. O Poder seria construído no Reino Saudita. Quase 100 anos depois, além dos Wahabitas, havia necessidade de outro movimento para compartilhar os planos do século anterior: a Irmandade Muçulmana. Sob o comando de Erdogan e seu desejo de revitalizar o Império Otomano, a Irmandade Muçulmana ganhou coordenação e apoio em todo o Norte da África, na Jordânia, em Gaza e essencialmente na Síria e parte do Iraque sob uma variante chamada Kurdostan.

Não deu certo porque a Irmandade Muçulmana falhou e os povos árabes, com muito sangue e circunstâncias estratégicas imprevistas como o apoio do Irã, da Rússia e da China mudaram as equações. O Acordo do Século que seria a fase final da instalação do Estado de Israel e a divisão do Mundo Árabe e Islâmico entre Irmandade Islâmica e Wahabitas, foi declarado às massas agora como um projeto de Marketing Político no benefício pessoal de um corrupto e sanguinário Natanhyahu. Não passará de um capítulo final da história de 100 anos.

Nesse contexto estratégico fica mais claro entender o porquê os Wahabitas como a Árabia Saudita, Bahrein e Emirados Árabes Unidos dariam respaldo ao Acordo do Século já que suas partes do queijo estão asseguradas enquanto a Irmandade Muçulmana que perdeu em todas as praças, estaria hoje contra o Acordo do Século: Apenas por oportunismo, falta de opção e por ter sido abandonada pelo EUA. Vide a postura de Erdogan. Como Trump e antes dele Bush diziam: Losers & loosers! (Perdedores e Frouxos).

Apenas para finalizar agora além da Irmandade Muçulmana, os Wahabitas, agora temos mais um modelo no Egito: O “Wahabita Político”. Age como as monarquias do Golfo, mas usa uma gravata de seda italiana. Enquanto isso, o capítulo final está sendo escrito e como muitos dizem, “Jerusalém continuará sendo a cúpula de nossas visões”

Artigo ao *Grupo de Estudos Geopolíticos do Oriente Médio e Política Externa*

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