Por Zhao Jinglun, China.org.cn, China. Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu.
O 1º Ato da guerra à distância na Ucrânia acabou a favor do ocidente – EUA e União Europeia – com seus lacaios no poder, por hora. Mas a Rússia não está derrotada, nem foi excluída, longe disso. O país tem laços políticos, econômicos, sociais, culturais e militares com aquela ex-República Soviética. A Rússia foi o único país que pôs sobre a mesa um plano de US$15 bilhões de ajuda, quando a Ucrânia estava à beira da bancarrota.
Agora, está em andamento o 2º ato.
A Rússia está questionando a legitimidade do novo governo. Chegaram ao poder por golpe clássico, não por eleições democráticas. Nos termos da Constituição, o presidente pode renunciar ou ser impedido por impeachment, mas só depois de o caso ser examinado por Corte Constitucional e o impeachment ser aprovado por maioria de ¾ dos votos no Parlamento.
Houve sessão extraordinária do Parlamento, realizada depois de muitos membros serem informados de que não haveria sessão e já terem deixado o prédio. Então, sob a presidência do partido radical Svoboda, esse parlamento viciado declarou que o presidente teria renunciado.
Yanukovich já declarou que continua a ser presidente legítimo da Ucrânia. Foi eleito por 48,95% dos votos, contra os 45% dos votos dados a Timosheko, em eleições que observadores internacionais declararam livre e justa. Imediatamente funcionários de estados ocidentais e a imprensa ocidental lançaram campanha para minimizar o papel do partido Svoboda e demonizar o (longe de perfeito) Yanukovich – tática de propaganda antidiluviana.
Mas os partidos neonazistas Svoboda e Setor Direita (Pravy Sektor), embora minoria, foram instrumentos necessários para consumar o golpe. Pavimentaram o caminho para que a centro direita tomasse o governo. E o Setor Direita, na sequência, moveu-se ainda mais para a direita. Imediatamente aprovaram Resolução que tornou ilegal o Partido Comunista – o único partido de oposição que se mantém no Parlamento. A consolidação dos poderes de presidente do Parlamente e do país num único indivíduo, Olexander Turchinnov, deu-lhe poder muito maior que o permitido pela Constituição ucraniana. E Turchinnov imediatamente ordenou a prisão de Yanukovich.
[*] Zhao Jinglun, jornalista e economista chinês. Estudou economia nas Universidades Vanderbilt e Harvard no final da década de 1940. Retornando aos Estados Unidos, nos últimos 3 anos tem viajado pelo país participando de inúmeras reuniões e conferências com governadores, legisladores, lobbistas e jornalistas.