Diana Rojas
Al Manar, 07/10/2014
Tradução Oriente Mídia
Para a comunidade internacional e os Estados Unidos, a Frente Al Nusra é uma organização terrorista ligada à Al Qaeda e reconhecida como tal pela ONU.
Para os rebeldes sírios “moderados”, no entanto, a Frente Al Nusra é um valioso aliado na luta contra o governo sírio, e com quem compartilham objetivos e até mesmo armas e suprimentos.
Isto significa que qualquer assistência do governo norte-americano para os falsamente chamados “rebeldes moderados” sírios vai acabar nas mãos da Al Qaeda.
De acordo com o jornal americano fresnobee.com, os especialistas lembram, porém, que a luta contra a Frente Al Nusra já começou. Em seu primeiro ataque terrorista contra a Síria no último 23 de setembro, os Estados Unidos não só bombardearam posições do Estado islâmico, mas também oito bases pertencentes à Frente Al Nusra, matando 50 de seus militantes.
O bombardeio estava focado em um dos grupos filiados à Frente Al Nusra, Khorasan, que planejavam ataques nos EUA e na Europa. Este ataque suscitou uma série de ameaças, da Frente Al Nusra, de atacar os países ocidentais.
O porta-voz do Pentágono vice almirante John Kirby, disse a jornalistas nesta semana que tanto o Estado islâmico como a Frente Al Nusra “surgiu” da Al Qaeda .. “Em nossa mente e do ponto de vista militar são uma e a mesma coisa.”
No dia seguinte, o Departamento do Tesouro designou seis supostos membros da Frente Al Nusra como terroristas internacionais, relacionando-os às atividades de recrutamento e financiamento da Al Qaeda em todo o mundo.
Essas ações americanas irritaram os rebeldes, que consideram a Frente Al Nusra como a vanguarda da luta contra o governo de Bashar al Assad.
Quando os Estados Unidos incluíram a Frente Al Nusra em sua lista de grupos terroristas, várias organizações da oposição síria assinaram uma petição em apoio à organização terrorista e alguns membros desta oposição síria se manifestaram em algumas cidades com cartazes dizendo: “Todos nós somos Frente Al Nusra agora” foi quando muitos afirmaram, ironicamente, que foi um claro reconhecimento da verdadeira ideologia dessa oposição.
A designação de Washington, também teve efeito zero no campo de batalha. Os combatentes da Frente Al Nusra e os rebeldes sírios continuaram suas operações conjuntas e o primeiro foi ganhando mais apoio e influência em partes do país, especialmente no sul.
Em outubro de 2013, o grupo pró-direitos humanos dos EUA Human Rights Watch detalhou em um relatório as atrocidades e crimes cometidos contra civis por parte da Frente Al Nusra durante uma ofensiva na província de Latakia.
Os grupos rebeldes “moderados” romperam com o Estado islâmico apenas em janeiro deste ano, quando o grupo agiu para aproveitar grandes extensões de território no norte da Síria e proclamou seu “califado” em partes deste país e do Iraque.
“A América quer que o Assad saía, mas quer derrubá-lo através das organizações ” corretas “, disse Caitlin Ryan, que ministra cursos sobre o terrorismo no Oriente Médio na Universidade de Ohio, em fresnobee.com. “Mas você não pode alvejar seletivamente partes da oposição e não irritar a outros partidos.”
Agora, na sequencia das ameaças de Abu Mohammad al Julani, líder da Frente Al Nusra , prometendo represálias na forma de ataques, nos países a ocidentais por causa dos ataques de parte dos países da coalizão anti-EI, a situação de Washington frente a seus aliados “moderados” poderia tornar-se em algo insustentável.
Em uma recente sessão sobre o Estado Islâmico no mês passado, o senador Christopher Murphy foi um dos congressistas que expressaram sua preocupação com a Frente Al Nusra. Ele se referiu a “uma variedade de relatórios”, incluindo alguns recentes mostrando que “os rebeldes apoiados pelos EUA” trabalhar em estreita colaboração com a Frente Al Nusra.
“Como vocês podem nos dar garantias de que não vamos treinar uma força que logo entra na batalha ao lado de um conhecido membro da Al Qaeda?” Perguntado Murphy ao secretário de Estado, John Kerry. Ele acrescentou que uma força rebelde que depende da Al Qaeda “não é uma realidade que estamos preparados para aceitar.”