Síria faz denuncias na ONU sobre ataques à cidade histórica de Palmira

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Duas cartas, de igual teor, datadas em 25 de maio de 2015, dirigidas ao Presidente do Conselho de Segurança e

ao Secretário Geral das Nações Unidas por parte do Delegado Permanente da Síria nas Nações Unidas.

Os terroristas, assassinos da história e da civilização, continuam a cometer os seus crimes contra o Estado e o povo da Síria. A organização terrorista denominada ISIS invadiu a cidade histórica de Palmira, uma das cidades mais antigas do mundo, para nela espalhar a destruição, como é de seu costume, disseminar o terror entre os seus cidadãos, que viviam em segurança e paz e perpetrar massacres bárbaros contra os habitantes indefesos da cidade. Assim que os terroristas tomaram a cidade, massacraram dezenas de cidadãos civis inocentes, a maioria deles crianças, mulheres e idosos. Os terroristas do ISIS também proibiram milhares de moradores de saírem da cidade histórica e conduziram muitas das famílias e jovens a lugares desconhecidos. Ainda não é conhecido o destino destas famílias.

O Governo da República Árabe da Síria afirma que estas ações terroristas não seriam possíveis, se alguns países, bem conhecidos por todos, não continuassem a fornecer todo o tipo de apoio às organizações terroristas takfiristas há mais de quatro anos, a começar pelo ISIS, passando pela Jabhat Al Nusra, pelo Exército Al Fatah – a nova face da Jabhat Al Nusra – pelas outras organizações terroristas que são ramificações da Al Qaeda, pelo Exército Livre e por muitas outras quadrilhas de terroristas que seguem a mesma doutrina wahabista e que são compostas de etnias e nacionalidades provenientes de mais de 90 países. É um apoio generoso, fornecido por regimes regionais e internacionais, liderado pela Arábia Saudita, Turquia, Qatar e Israel, e respaldado pelo patrício, cegueira e envolvimento dos países ocidentais que apoiaram estas organizações com o objetivo de atingir a Síria e enfraquecer o seu papel, através de políticas desastrosas adotadas por eles, que, em sua visão da crise na Síria, visaram servir aos seus já bem conhecidos estreitos interesses, enquanto forneciam todo o apoio aos terroristas e suas organizações, sem levar em consideração o sofrimento dos sírios por um lado e a Carta das Nações Unidas, a Lei Internacional e o compromisso de combater o terrorismo por outro.

O bárbaro massacre de Palmira vem como uma sequência das ações perpetradas pelos grupos terroristas armados, desde o início da crise na Síria, que incluem crimes contra a humanidade, destruição e saques do patrimônio histórico mundial da Síria, de antigas raízes que se estendem desde o início da história da humanidade, com o objetivo de apagar legado histórico da Síria, berço das civilizações e uma das primeiras pátrias do homem. A cidade de Palmira, que representa as páginas iluministas da civilização humana, passou a ser refém dos grupos terroristas armados, em meio ao silêncio de muitos dos que se autoproclamam, dia e noite, heróis do combate ao terrorismo ou de outros que, através de suas posições acanhadas, que tem como objetivo único se livrar da censura e dar a falsa impressão de que são os donos do combate ao terrorismo.

A Síria afirmou e reafirma a sua disposição para a cooperação bilateral, regional e internacionalmente para combater o terrorismo. Assim como declarou o seu apoio a qualquer esforço internacional verdadeiro, que tenha como objetivo combater o flagelo do terrorismo, em todas as suas formas e denominações, desde que este esforço ocorra no âmbito da preservação total das vidas dos civis e do respeito à soberania do país, de acordo com as convenções internacionais. A chamada ‘Guerra declarada contra o terrorismo’, criada por alguns países e mantida de forma contínua há cerca de um ano, não alcançou nenhum dos seus objetivos declarados, mas sim permitiu à organização terrorista ISIS, aos grupos que giram em seu universo e seus aliados que se expandissem, se movimentassem e se proliferassem, não somente na Síria e no Iraque, mas também no Egito, na Líbia, em alguns países africanos e até mesmo na própria Arábia Saudita. Desta forma, é dever da comunidade internacional se posicionar firmemente no enfrentamento dos países apoiadores e financiadores do terrorismo e dos grupos terroristas armados, os quais estão disseminando seu ódio em todos os países da região e do mundo. Isso sem falar na existência de países que alegam combater o terrorismo e aderiram à alianças para combatê-lo, ao mesmo tempo em que financiam, armam e abrigam os terroristas, além de patrocinar as propagandas que servem aos seus interesses.

É exigido, hoje, do Conselho de Segurança, que afirme o seu compromisso de combater o terrorismo e os grupos terroristas extremistas, através do cumprimento de suas resoluções relativas ao combate ao terrorismo, com palavras e atitudes, especialmente as resoluções Nos. 2170 (2014), 2178 (2014) e 2199 (2015), longe da politicagem e da duplicidade de pesos e medidas, em colaboração e coordenação com o Governo da República Árabe da Síria, que vem combatendo o terrorismo, há muito tempo, em nome das nações do mundo, em defesa do ser humano e dos valores de justiça e liberdade e contra o mal originário dos pensamentos radicais, extremistas, terroristas e destrutivos.

O Governo da República Árabe da Síria, ao enfatizar a sua determinação em combater o terrorismo na Síria e defender o seu povo e protegê-lo, em conformidade com as suas responsabilidades constitucionais, reitera o seu apelo para que o Conselho de Segurança e o Secretário Geral das Nações Unidas adotem medidas dissuasivas contra os grupos terroristas e contra os países que os apoiam e patrocinam, especialmente os regimes vigentes na Turquia, no Qatar, na Arábia Saudita, na Jordânia e em alguns países ocidentais, de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança relativas ao tema.

Tradução: Jihan Arar

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