Said Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah: “Israel entrou em confronto direto com o Irã”

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 13/4/2018, Beirute [Preparação para eleições legislativas no Líbano, dia 6/5/2018]

Vídeo [leg. ing., 7″], excerto, trans. e trad. ao inglês por SayedHasan e em Unz Review

 Transcrição [ao ing., aqui retraduzida] […]

Hoje toda a região atravessa situação preocupante. Preocupação é uma coisa, medo é outra. Falei de situação preocupante. Por quê? Porque muitos líderes, governos, analistas, personalidades e o povo em geral, mesmo o pessoal em casa, gente comum que talvez nem dê muita importância à política, acompanha hoje os acontecimentos (com preocupação), pensando no rumo que as coisas tomarão, no que acontecerá, por causa de alguns eventos que aconteceram na Síria.

Semana passada aconteceram duas coisas, depois das quais e desde então a situação permanece tensa.

Primeiro, foi a clara, escandalosa agressão da entidade sionista contra a base T4 ou o aeroporto nos arredores de Homs, que vitimou forças dos Guardiões da Revolução Islâmica do Irã que lá estavam, e que foram atacados com grande número de mísseis, o que fez sete mártires, oficiais e soldados, e feriu vários outros. É evento novo, significativo e importante. É possível que alguns não estejam prestando atenção à importância e magnitude do que aconteceu.

Nessa operação, Israel matou deliberadamente soldados iranianos. É evento sem precedentes. No passado Israel já nos atacou [o Hezbollah], por exemplo em Quneitra, e aconteceu que havia lá oficiais dos Guardiões da Revolução Islâmica. Israel apressou-se a declarar, daquela vez, que não sabia da presença dos soldados iranianos, que pensara que ali só haveria soldados do Hezbollah.

Há sete anos aconteceu ataque semelhante, com Israel tendo abertamente atacado os Guardiões da Revolução Islâmica na Síria, em operação que deixou mártires e feridos. O ataque dessa vez não tem precedentes próximos.

Claro, cabe aos oficiais do Irã decidir o que farão [em retaliação], e eles anunciarão o que farão. Não me cabe falar por eles nem em nome deles. Mas o Hezbollah estamos presentes na região e preocupados com o que acontece lá. Assim sendo, quero dizer algo a Israel: [quero que eles saibam] que vocês aqui sabem vem com clareza por entre esses ataques acintosos.

Infelizmente, vejam a extensão da loucura em que a entidade sionista está mergulhada: o ministro da Guerra de Israel Liberman declarou que não sabe quem atacou a base T-4. Pois no Líbano nós sabemos, os EUA anunciaram que Israel é autora do ataque. Rússia também anunciou que Israel atacou. E o ministro israelense diz que não sabe de onde vieram os ataques!

Quero dizer aos israelenses que eles têm de saber que – escrevi linha a linha essa declaração, e quero ler para eles: – “Vocês têm de saber que cometeram um erro histórico. Não foi simples tolice. Cometeram ato de alta estupidez, e por essa agressão entraram em confronto direto com o Irã, com a República Islâmica do Irã. E o Irã, ah, sionistas…

O Irã não é país qualquer, não é país fraco nem é país covarde. E vocês sabem bem disso, em Israel.”

Como comentário ao incidente, digo que esse ataque é um ponto de virada na situação da região. O que virá depois será muito diferente do que havia antes. Esse não é incidente que se possa considerar superficialmente, diferente de muitos incidentes que acontecem por aqui. Chegamos a um ponto de virada.

E um ponto histórico de virada. Claro que, para cometerem tal estupidez, os israelenses tinham alguma ideia da situação, de algum modo avaliaram o que viam. Pois digo a eles que avaliaram mal. E o erro terá consequências para o futuro, porque eles abriram uma nova trilha no confronto. Quem avalia deve sempre tomar cuidado para não errar demais, na avaliação.

Nessa nova trilha que a entidade sionista acaba de abrir e inaugurar, é importante não errar demais, quando se está cara a cara, quando alguém abriu luta diretamente contra a República Islâmica do Irã. Ponto final. É o que queria dizer bem claramente nessa declaração. [Público canta: A teu serviço, oh Nasrallah!]

Obrigado, irmãos. Devemos naturalmente registrar aqui um testemunho, para crédito do Irã, um testemunho que está escrito em sangue, e esse testemunho diz: Israel conta que não poderia tolerar a presença do Irã na Síria, porque o Irã estaria metendo uma corda no pescoço de Israel, que seria ameaça estratégica e existencial a Israel, etc., etc.

Aquele pequeno número… porque evidentemente não há muitos iranianos na Síria. E um pequeno número de iranianos na Síria já bastam para que Israel sinta-se existencialmente ameaçada?….

Mas e quanto às dezenas de milhares de combatentes de organizações armadas em Quneitra, Deraa e na fronteira com o Golan sírio ocupado, dezenas de milhares de combatentes da Frente Al-Nusra, do Estado Islâmico, de outros tantos pseudônimos de organização islamistas, que são muitos, em grandes números e portam as armas mais variadas, mísseis, Katyushas, armas antitanques e armas ‘inteligentes’… E nada disso preocupa Israel?! Nem pensam?! Essa gente não é ameaça estratégica?! Israel não os vê como perigo, nem pensa sobre a existência deles?! Não! Até trabalha com eles! Até os apoia! Até cura os terroristas feridos, até lhes fornece informações, até os ajuda em combate, protegendo-os com os próprios aviões da entidade sionista!

E então? E quanto a isso? E quanto a aquela gente que Israel chama (pomposamente e mentirosamente) de “Revolução Síria”, etc., etc., etc.

Para Israel, são amigos, aliados. E apesar de serem milhares, contra aquele pequeno número de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã que estão na Síria, com meios modestos… E esses poucos é que ameaçam a entidade sionista?! Esses são a “ameaça estratégica”?!

Aí está uma prova a favor dos iranianos. Porque comprova a verdade do que fazem e dizem e comprova que são inimigos, e mostra claramente a verdade da inimizade, e revela claramente quem é o amigo e quem é o inimigo de Israel; quem defende a causa palestina e combate contra a entidade sionista e o projeto dessa entidade sionista. E quem é o aliado que trabalha seja abertamente seja por trás do palco a favor da entidade e do projeto sionista. […] (Fim do excerto).

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