Rússia e China bloqueiam resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre Aleppo

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Rússia e China bloquearam nesta segunda-feira (5) uma resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a situação humanitária na cidade síria de Aleppo proposta pelo Egito, Espanha e Nova Zelândia.

Fonte Sputnik
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O documento foi apoiado por 11 membros do Conselho de Segurança, enquanto Rússia, China e Venezuela, votaram contra. Como Rússia e China são membros-permanentes do Conselho, possuem direito a veto, garantindo a rejeição ao projeto de resolução.  “O resultado da votação foi o seguinte: 11 votos a favor, 3 contra e uma abstenção. O projeto de resolução não foi adotado por não ter o número de votos requerido”, declarou o presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.  O projeto de resolução pedia uma trégua de sete dias na cidade síria de Aleppo. O argumento da Rússia para o veto é de que o cessar-fogo permitiria aos rebeldes se reagrupar.  Moscou afirmou que é necessário mais tempo para consultas entre Washington e Moscou sobre a resolução da crise em Aleppo.

China acusa Reino Unido de envenenar atmosfera do CS da ONU

 

O representante da China nas Nações Unidas, Liu Jieyi, acusou o embaixador britânico Matthew Rycroft de distorcer os fatos e “envenenar a atmosfera” no Conselho de Segurança da ONU, em meio a discussões sobre propostas para a crise síria nesta segunda-feira, 5.

Mais cedo, China e Rússia bloquearam uma resolução do CS da ONU, proposta por Egito, Espanha e Nova Zelândia, defendendo um cessar-fogo de pelo menos uma semana na cidade síria de Aleppo, o que desagradou a muitos países ocidentais, incluindo a Grã-Bretanha. “Que direito ele tem de distorcer a posição de outros países? O Conselho de Segurança é um fórum solene. Não é um lugar no qual ataques sem base podem ser feitos às posições de outros países”, disse Liu, se referindo a Rycroft. “Eu gostaria que o representante do Reino Unido acabasse com essa prática de envenenar a atmosfera do Conselho de Segurança e abusar do fórum solene do Conselho”.  Logo após o bloqueio russo e chinês à resolução sobre Aleppo, o embaixador britânico na ONU expressou surpresa com o voto da China, acusando Pequim de ter tomado sua decisão apenas por fidelidade a Bashar Assad, descrito por ele como um ditador que teria matado meio milhão de cidadãos sírios.

Chanceler russo: militantes que ficarem em Aleppo serão considerados terroristas

A Rússia vai tratar como terroristas os militantes que se recusarão sair de Aleppo e irá apoiar os esforços de Damasco na luta contra eles, declarou o chanceler russo, Sergei Lavrov.

Militantes em Aleppo oriental realizam negociações com exército sírio sobre rendição “Aqueles grupos armados que se recusarão sair de Aleppo oriental, serão considerados terroristas. Assim, por não quererem sair de Aleppo oriental, eles estão continuando a luta armada. Trataremos como terroristas e extremistas. Apoiaremos a operação do exército sírio contra grupos criminosos deste tipo”, comunicou o ministro.

O chanceler russo também acrescentou que cessar-fogo em Aleppo entrará em vigor depois de serem definidos os prazos da saída dos militantes da cidade. “Logo que forem definidos os prazos e rotas, o cessar-fogo entrará em vigor para começar a evacuação destes grupos armados”, disse Lavrov. Segundo ele, se a cooperação russo-americana nestes assuntos gerar resultados, o problema da zona leste de Aleppo será resolvido através da libertação da cidade dos extremistas, fornecendo segurança e ajuda humanitária sem pausas aos civis, bem como possibilitará a normalização da vida na cidade em geral.

 

Em 3 de dezembro, Lavrov anunciou ter recebido novas propostas do Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, referentes a Aleppo que, segundo o chanceler, definem rotas e prazos da saída de militantes da zona leste da cidade.

Na Suíça, os especialistas russos e norte-americanos iniciaram as consultas que visam coordenar os detalhes. Anteriormente, o jornal Al-Watan informou que os militantes, que controlam posições em Aleppo oriental, deram início a negociações com o governo sobre sua rendição. Segundo a edição, os radicais estão controlando menos de 35% da área que foi tomada por eles em 2012. O exército sírio e as milícias continuam libertando Aleppo de terroristas. No momento atual, os militares estão avançando em direção à linha de contato perto de Cidadela de Aleppo – fortaleza medieval.

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