Psicopatas e Parafrênicos

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Por Abdel Latif Hasan Abdel Latif, médico palestino.

11/12/2017

Ó menino, não sei seu nome, mas seu rosto é muito familiar. Já o encontrei várias vezes na minha vida,  nas estreitas ruas da minha pequena aldeia, nos bairros da cidade. Talvez eu o tenha visto na cidade velha de Jerusalém ou perto da Igreja da Natividade em Belém.

Quase tenho certeza que vi seu rosto saindo dos escombros de uma  casa demolida após um dos ataques israelenses contra Gaza. Seu rosto é muito familiar. Tão familiar que pode ser o meu rosto, do meu filho, irmão ou pai. Na verdade, você é todos nós, esquecidos, excluídos e muitas vezes sem nome.

Por isso, meu amigo,  darei a você o nome mais belo entre todos: Palestino, meu amigo, filho e pai.

Na foto acima, a única cabeça erguida é a sua e o único rosto humano é o seu. Eles, os “valentes” soldados de Israel, armados até os dentes, têm medo de você. Você é o dono da terra que eles roubam, da verdade que eles distorcem, da História que eles falsificam.

Seu rosto ensangüentado tem as características de sua pátria: um rosto humano, real, violentado, ferido e confiante. Eles, os soldados de Israel, têm o rosto de seu país: pálido, criminoso, violento e assustador.

Meu amigo, companheiro, irmão palestino, roubaram nossa terra, mas nunca roubarão nossa pátria, porque nossa pátria somos nós e nossa pátria tem nome. O nome dela era, é e sempre será Palestina.

Já seus carrascos têm o Estado mais bélico, cruel e violento do mundo, com armas nucleares, exército poderoso. Eles, de fato, têm um Estado, mas jamais terão uma pátria.

Israel, nascido do estupro, da mentira, da corrupção e do roubo,  tem a alma deformada e apesar de um pouco mais de setenta anos,  é feio e senil,  caminhando para o seu fim inevitável. Não é por acaso que um poeta israelense mencionou: “Não importa quantas vitórias militares Israel acumulará, ele está caminhando para a auto-destruição”.

Os líderes do gueto israelense acusam os palestinos de estimular seus filhos a odiar os israelenses. Mentem. Não temos ódio de vocês, temos nojo.

Pensei longamente como descrever os soldados sionistas da foto: criminosos, racistas, neonazistas? Certamente tudo isso, mas não apenas isso: são psicopatas e parafrênicos, porque neles se concentram todos os sintomas da  psicopatia grave:  desvio de caráter,  ausência de sentimentos, frieza,  insensibilidade ao sofrimento alheio, egocentrismo e falta de remorso e culpa por seus atos criminosos.

Parafrênicos porque padecem de permanentes delírios de grandeza e de perseguição.

São frutos de uma ideologia que é a quintessência do racismo, que alega supremacia judaica sobre todos os homens: os judeus têm direitos que os goyim não podem ter, sua dor e seu sofrimento são os únicos relevantes.

Uma ideologia que levou Golda Meir, ex-primeira ministra israelense, a conhecida “senhora colchão”, a declarar: “nós, israelenses, podemos perdoar os árabes por matar nossos filhos, mas nunca vamos perdoá-los por nos obrigar a matar seus filhos”.

Apenas, uma sionista ou nazista seria capaz de tal declaração.

Quem obriga Israel mandar seus soldados para oprimir a população palestina nos territórios ocupados?  Quem obriga Israel  a construir, em terras confiscadas dos palestinos,  um muro que separa o agricultor de sua terra, o aluno de sua escola, o doente do seu hospital, o noivo de sua amada, o palestino do seu sonho?  O que obriga Israel destruir bairros inteiros, exterminar famílias inteiras, desenraizar oliveiras, salgar a terra, envenenar a água, matar rebanhos  e manter a população de Gaza no maior campo de concentração já visto na História? Quem obriga Israel a matar, oprimir, humilhar, roubar, sufocar, violar direitos humanos e desprezar  o mínimo do que a humanidade há muito tempo reconhece como o digno e sensato? Quem obriga os israelenses a fazerem tudo isso? A resposta é uma palavra só: sionismo.

Leon Pinsker, pensador sionista, considerou antissemitismo uma doença hereditária incurável e que afeta todos os goyim.  O sionismo têm as mesmas características, mas se dirige contra todos os goyim.

Quantos soldados Israel precisa para deter os milhões de palestinos, que nunca, nunca, nunca desistirão da luta pela sua pátria livre?  Quantos tanques os sionistas necessitam para destruir o sonho palestino de ter uma vida igual a qualquer outro povo nesse mundo? Quantos  caças necessita Israel para eliminar as crianças palestinas que nascem com o mapa de sua pátria desenhada nos seus corações?

Nós, os nativos da terra, não procuramos nosso passado nas cavernas da História  ou nas ruínas, porque somos a História viva daquela terra oriental e milenar.

Os “valentes”  soldados de Israel podem matar e têm assassinado milhares de nós, mas nunca matarão nossa alma.

Aqueles a quem Israel  arranca  a vida,  tem seus corpos reduzidos ao pó de onde vieram: retornam ao seio de sua mãe terra palestina e suas almas imortais vagam e rodeiam e povoam os locais de seus lares que lhes foram roubados e destruídos  por Israel e lá sussuram.   E sua presença impede aquele que ocupa sua terra roubada e ferida de ter paz.

Aqueles que foram obrigados a nos deixar antes do tempo, assassinados por sionistas, aqueles a quem Israel não deixou viver, sempre  voltamos e sempre voltaremos  para perseguir nossos opressores até que se arrependam e reparem seus crimes.

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