Foto: RIA Novosti/Sergey Pyatakov
Foto de arquivo. Patriarca Kirill
A atuação de grupos radicais como o Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria visa demonizar o Islã aos olhos da opinião pública mundial, disse o patriarca Kirill da Igreja Ortodoxa Russa, numa reunião com o presidente do Departamento de Assuntos Religiosos da Turquia, Mehmet Germez.
“Não me abandona a ideia de que a ‘primavera árabe’, o surgimento das forças paramilitares de muçulmanos radicais e as execuções públicas praticadas por eles, que tudo isso serve para demonizar o Islã aos olhos da opinião pública mundial”, expressou o patriarca, citado nesta sexta-feira pelo site do Patriarcado de Moscou.
De acordo com o primaz da Igreja Russa, o problema da islamofobia e o da cristianofobia são fenômenos da mesma ordem e seria útil submetê-los a uma análise conjunta. “Estamos muito preocupados com o que está acontecendo em países como o Iraque, a Síria e outros, onde os radicais eliminam fisicamente os cristãos. No norte do Iraque, perto da cidade de Mossul, a população cristã já se reduziu pelo menos dez vezes. (Os islamistas) destroem igrejas, os cristãos são dizimados por eles, forçados a se converter ao Islã, vendidos como escravos ou obrigados a pagar um imposto especial”, enfatizou o patriarca.
O grupo terrorista Estado Islâmico, anteriormente designado por Estado Islâmico do Iraque e do Levante, foi criado e, inicialmente, operava principalmente na Síria, onde seus militantes lutaram contra as forças do governo. Há alguns meses, aproveitando o descontentamento dos sunitas iraquianos com as políticas de Bagdá, o Estado Islâmico lançou um ataque maciço em províncias do norte e noroeste do Iraque e ocupou um vasto território. No final de junho, o grupo anunciou a criação de um “califado islâmico” nos territórios sob seu controle no Iraque e na Síria.