ONU vai investigar Israel por crimes de guerra

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Fonte Brasil 247

 

Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou a formação de comissão para investigar governo de Benjamin Netanyahu por crimes de guerra.

Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou a formação de comissão para investigar governo de Benjamin Netanyahu por crimes de guerra.

 

Contra o voto dos Estados Unidos e com 19 abstenções, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou a formação de comissão para investigar governo de Benjamin Netanyahu por crimes de guerra na ofensiva contra a população civil na faixa de Gaza; 29 dos 47 países-membros votaram a favor; comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay fez comentário duro; “Há forte possibilidade de terem sido cometidos crimes de guerra. Cada incidente tem de ser investigado de modo adequado e independente”; 120 crianças já morreram, 900 estão feridas e, segundo a ONU, 107 mil sofreram traumas por perdas de parentes e moradias; baixas civis são mais de 600 entre os palestinos

 

OPERA MUNDI – O Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas aprovou nesta quarta-feira (23/07) uma resolução que condena Israel por sua ofensiva militar contra Gaza e também cria uma comissão própria para investigar crimes e violações do direito internacional na empreitada.

Entre os 47 países-membros do conselho, a resolução foi aprovada por 29 votos favoráveis — todos os países latino-americanos, incluindo o Brasil, apoiaram a proposta — e 17 abstenções (Alemanha, Itália, França e Reino Unido permaneceram neutros). Os Estados Unidos foram os únicos a se opor à proposta, assinalando que o conteúdo do documento é “destrutivo” e que em nada contribui para o fim das hostilidades.

GENEBRA (Reuters) – Israel pode ter cometido crimes de guerra ao matar civis e bombardear casas e hospitais durante suas duas semanas de ofensiva contra a Faixa de Gaza, disse a comissária da ONU para Direitos Humanos, Navi Pillay, nesta quarta-feira.

Ao abrir um debate emergencial no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Pillay também condenou o disparo indiscriminado de foguetes e projéteis de morteiro por militantes palestinos contra Israel.

Citando casos de bombardeios aéreos e disparos de artilharia que atingiram casas e hospitais no enclave costeiro, ela disse: “Esses são apenas alguns exemplos nos quais parece haver uma forte possibilidade de que a lei humanitária internacional esteja sendo violada, de um modo que pode caracterizar crimes de guerra. Cada um desses incidentes tem de ser investigado de modo adequado e independente”, declarou Pillay, num de seus mais duros comentários sobre o conflito.

Israel nega as alegações, aumentando a guerra de palavras e acusando o Hamas de utilizar habitantes de Gaza como escudos humanos.

A entidade, com sede em Genebra, convocou uma sessão especial de um dia a pedido dos palestinos, do Egito e do Paquistão.

Israel acusa o Conselho de ser tendencioso e o boicotou durante 20 meses, tendo retomado sua cooperação em outubro. Seu principal aliado, os Estados Unidos, também Estado membro, dizem que Israel é injustamente acusada sozinha.

(Reportagem de Stephanie Nebehay)

Secretário dos EUA amplia esforços diplomáticos por cessar-fogo em Gaza

Por Nidal al-Mughrabi e Crispian Balmer

GAZA/JERUSALÉM (Reuters) – Forças israelenses continuaram seus ataques na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, encontrando dura resistência de militantes do grupo islâmico Hamas e forçando a fuga de milhares de moradores. Ao mesmo tempo, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, dizia durante visita a Israel que as conversações por uma trégua haviam feito progresso.

Em um revés para a economia de Israel, e um golpe de relações públicas para o Hamas, empresas aéreas dos EUA e da Europa pararam de voar para o Estado judaico, citando preocupações sobre foguetes lançados por militantes de Gaza que atingiram uma casa perto do aeroporto Ben Gurion. Israel pediu a reconsideração dessa medida, dizendo que o espaço aéreo estava seguro.

Em uma viagem não anunciada, de apenas um dia, Kerry estava pronto para encontrar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sinalizando uma intensificação nos esforços para encerrar a violência.

“Nós certamente demos alguns passos para a frente. Ainda há trabalho a ser feito”, disse Kerry logo após chegar ao país.

Até agora foram mortos 30 soldados de Israel no confronto, incluindo um oficial de tanque de guerra, atingido por um atirador de elite palestino durante a noite. No total, três civis morreram em Israel por conta dos ataques de foguetes lançados de Gaza, incluindo um trabalhador estrangeiro atingido nesta quarta-feira.

Os militares dizem que um de seus soldados está desaparecido e acreditam que ele possa estar morto. O Hamas diz tê-lo capturado, mas ainda não divulgou uma foto dele em cativeiro.

O ministério da Saúde de Gaza informou que 18 palestinos foram mortos nesta quarta-feira, a maioria na cidade de Khan Yunis, no sul – um dos principais alvos da ofensiva israelense.

No extremo norte, os moradores continuaram a fugir de Beit Hanoun à medida que tanques israelenses avançam na cidade, perto da fronteira, tendo destruído pomares próximos em busca de túneis ocultos do Hamas.

“Colunas de pessoas estão indo para oeste de Beit Hanoun, à procura de um abrigo seguro. Isto não é uma guerra, isto é aniquilação”, disse Hamed Ayman, de 17 anos.

“Antes eu sonhava em me tornar um médico. Hoje estou sem casa. Eles deveriam prestar atenção quanto ao que eu poderia me tornar depois”, afirmou o jovem à Reuters.

Autoridades da Faixa de Gaza disseram que até agora, no conflito de 16 dias, 475 casas foram totalmente destruídas pelo fogo israelense e 2.644 parcialmente danificadas. Cerca de 46 escolas, 56 mesquitas e sete hospitais também sofreram danos em diferentes graus.

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