ONU: cúmplice de genocídio

Share Button
Publicado por Irã News, 09/10/2014
Prensa Latina (Buenos Aires)

 Os bombardeios dos Estados Unidos e a “nova coalizão” destruindo refinarias e todo tipo de infraestrutura na Síria, para supostamente combater os terroristas do Estado Islâmico (EI), que eles mesmos criaram, não é senão uma invasão encoberta pela guerra psicológica, a perversidade da desinformação e a debilidade de um mundo diante de uma ameaça universal que atinge a todos.

Como aponta o analista Miguel Guaglianone, os Estados Unidos continuam “apagando o fogo com gasolina” com uma coalizão que inclui países árabes do Golfo.

“Com o pretexto de combater o Estado Islâmico, repete outra vez a fuga para frente: aos graves problemas no Oriente Médio (a maioria dos quais são responsabilidade da ingerência estadunidense) se responde com uma única fórmula, mais bombardeios por aqui e por lá, como se as bombas e os mísseis fossem capazes de solucionar conflitos que vão além do meramente militar”, aponta o analista (Barómetro Internacional, 29-9-14).

Apesar da forte condenação a esta política estadunidense de guerra preventiva generalizada, como se viu na Assembleia Geral das Nações Unidas, o governo dos Estados Unidos continua com seus ouvidos surdos.

Na realidade, tanto Washington como seus “sócios” europeus, festejam o fato de que as zonas controladas pelo extremista Estado Islâmico (EI) permite esta intervenção a grande escala, um projeto de muito tempo, para balcanizar esta região, apropriar-se dos principais recursos e chegar ao mais fundamentalista dos sonhos da liderança claramente fascista dos Estados Unidos: “controlar o mundo”, tal como foi exposto por seus principais assessores, e especialmente a partir dos anos 90.

A recente e brutal ofensiva de Israel contra Gaza, onde pouco mais de um milhão 500 mil pessoas sobrevivem em condições infrahumanas sob uma ocupação que desde onde a analise, é um vasto delito de lesa humanidade, uma afronta ao mundo, demonstra que o fascismo universalizado pelas potências avança a grandes passos, não sem originar grandes contradições no seu caminhar, que mais cedo que tarde explodirão.

Marcio Baraldi.

Marcio Baraldi.

Israel, os Estados Unidos e seus sócios hoje, desconhecem flagrantemente a vontade mundial pela paz e não há razão humanitária ou de outras características que detenha este avanço.

Enquanto o governo sionista de Israel se encarrega do extermínio do povo palestino, os Estados Unidos bombardearam a população iraquiana, também sobrevivente da invasão e ocupação desse país, desde 2003.

A Líbia se converte cada dia mais em um país mártir ocupado pelos mercenários da OTAN, que também continuam sua intervenção terrorista no lugar onde os grupos supostamente jihadistas, continuam assassinando de forma atroz milhares de líbios, e são chaves na intervenção terrorista contra a Síria, cujo governo resistiu aos permanentes ataque mercenários da Organização do Atlântico Norte (OTAN) desde 2011.

Tripoli1

É claro que os invasores se encarregam de manter sob sua proteção os poços petroleiros e as riquezas pelas quais provocaram – desde o Afeganistão em 2001- os primeiros genocídios do século XXI. E não param.

Este projeto criminoso é o que está em marcha na destruição do que fica do Iraque, no exterminio palestino, líbio e sírio e em todo seu agir nessa região, porque responde ao novo desenho de um mapa do Oriente Médio, sob o estrito controle do poder hegemônico. A isto se acrescenta a avançada da militarização na África, e a ocupação de lugares estratégicos na ofensiva contra a Rússia (como se adverte na Ucrânia) e China.

Para isto precisam exterminar a suas populações, disciplinar pelo terror, avançar em uma evidente “limpeza étnica” que assegure “democracias” coloniais, o que começou nos anos 90 na Iugoslávia e continuaram sem parar.

Com a Iugoslávia também começaria a cair a Europa, onde quase nada fica dos tempos em que a União Europeia – hoje só uma sombra do que foi – prestava-se a viver de outros velhos esplendores coloniais, que prometia um bloco semelhante no mundo.

Nestes novos tempos nenhum governo europeu resiste às ordens do comando central, que já não está em Londres, Berlim ou Paris, senão em Washington, e vale a pena dizer de uma vez, também em Tel Aviv.

UM NOVO MAPA DO ORIENTE MÉDIO

Em 3 de agosto passado, em um artigo publicado no Global Research advertiu-se sobre o redesenho do mapa do Oriente Médio, que exigia a destruição do Iraque, um novo mapa não oficial da OTAN na Academia Militar dos Estados Unidos. Larry Chin perguntou-se: o Iraque estará sendo repentinamente invadido por ondas de “terroristas”, ou o Iraque está sendo sabotado, sacrificado e destruído?.

Neste sentido destacou que a “imprensa-empresa comercial dominante pinta isto como a “insurgência terrorista de extremistas” sunitas que, aparentemente de repente, da noite para o dia, tomaram o país”.

Na realidade, aliás o que se vê na região é uma em massa operação da CIA, um longo plano geoestratégico em construção, como diz o mesmo analista para “fazer a região afundar em uma guerra sectária, um gigantesco banho de sangue, com múltiplas desestabilizações e um deliberado show de violência sectária cruzando várias fronteiras” até que todo o mapa do Oriente Médio e da Ásia Central seja redesenhado.

Segundo o analista, o mapa foi preparado pelo tenente-coronel estadunidense Ralph Peters, publicado pelo Armed Forces Journal em junho de 2006. (Copyright do mapa, Lieutenant-Colonel Ralph Peters, 2006).

E neste caso, os Estados Unidos estariam jogando com a OTAN em dois lados desse conflito em função de objetivos mais amplos.

Na realidade essa força de “terroristas”, que de um dia a outro apareceu sob o nome de ISIS (Estado Islâmico do Iraque e o Levante ) é uma criação da CIA estadunidense e de seus aliados ricos em petrodólares: Arábia Saudita, Kuwait e Catar, argumenta Larry.

Uma das denúncias mais importantes conhecidas nos últimos dias e documentada partiu de Edward Snowden, ex-agente de inteligência dos EUA refugiado em Moscou, que demonstrou o longo alcance da espionagem de seu país em todo mundo.

Segundo as revelações do ex-agente da NSA, o Estado Islâmico foi criado pela CIA e pelo Mossad de Israel. Mas isto foi ignorado pelos grandes meios.

De acordo a pesquisadores europeus, Abu Bakr al-Baghdadi, emir do Estado Islâmico, é um agente chamado Elliot Shimon, treinado pelo Mossad.

A Al-Qaeda foi e é em realidade um braço armado da inteligência militar dos Estados Unidos, como pôde ser advertido no Afeganistão, e continuou sendo ainda depois do desmembramento da União Soviética.

Na realidade, a Guerra Fria nunca terminou, se reacondicionou, permitindo neste momento passar a outras instâncias.

O ISIS é um exército mercenário, não só integrado por supostos ou verdadeiros fundamentalistas árabes, senão de diversas nacionalidades, como corresponde ao chamado mundo de “cães da guerra”.

Comboio do ISIS, na província de Anbar, Iraque

Comboio do ISIS, na província de Anbar, Iraque

Na realidade, a Al-Qaeda é o modelo típico dos chamados exércitos privados mercenários como os “contra” nicaraguenses nos anos 80 na guerra contra a Nicarágua sandinista.

De acordo às investigações há provas que apontam diretamente a uma retirada das forças dos Estados Unidos no Iraque que permitiriam que o ISIS tomasse Mosul, Tikrit, Fallujah e, sobretudo, tomasse armas e equipamento norte-americano “milagrosamente espalhado em grandes quantidades”, para ser “encontrado” pelos terroristas.

Isto é evidente, se não de onde os “terroristas” do ISIS tirariam os equipamentos e armamentos de alta tecnologia, que só os poderosos têm? As fotografias de suas espetaculares entradas dão conta desta realidade.

“Um processo horrendamente surrealista foi o espetáculo militar preparado por forças militares dos Estados Unidos para usar drones e aviões bombardeando a favor do regime xiíta de Maliki contra as próprias forças sunitas do ISIS da CIA, que usa armas e equipamento dos EUA”. “Tudo isso para que? O Iraque está sendo reinvadido e redestruído para ser transformado em algo muito próximo ao plano original de (George W) Bush e Dick Cheney, que queriam o país dividido por linhas sectárias, que deixariam a produção crucial de petróleo e gás no sul nas mãos de empresas aliadas do ocidente”.

Segundo o analista Michel Chossudovsky, a agenda dos Estados Unidos em longo prazo é transformar o Iraque e a Síria em três territórios separados: um Califato Islamista Sunita, uma República Árabe xiíta e uma República do Curdistão. “O Iraque deixará de existir completamente. Toda a região está sob ameaça. Mentiras e ambiguidades. Dentro das fronteiras dos Estados Unidos reinam a morte cerebral mais desinteressada de tudo”. A maioria dos norte-americanos de nada sabem, de nada querem saber e não se importam. Estão presos na mentira e on terror desde o 11 de setembro de 2001. A narrativa da propaganda falsa está instalada.

Haveria-se que apagar para sempre a memória do ocorrido durante a guerra do Vietnã. Um povo aterrorizado por diversas ameaças não pergunta, não exige, não vê, não escuta.

As leis persecutórias, a Ata Patriótica, estão aí para conter o resto, aos que querem saber, aos que querem fazer. E vale se perguntar: e no mundo o que passa com o silêncio cúmplice de tanto crime e tanta destruição? Também reina a morte cerebral mais desinteressada de tudo, até do próprio futuro da humanidade?

* Prestigiosa intelectual argentina, colaboradora da Prensa Latina.

Share Button

Deixar um comentário

  

  

  

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.