O mito da democracia ocidental

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17/12/2018, Paul Craig Roberts, “Information Clearing House”

Como é possível haver ainda quem acredite que o ocidente seja algum tipo de aliança de grandes democracias, nas quais o governo serviria ao povo?

Em lugar algum, em todo o ocidente, exceto talvez na Hungria e na Áustria, o governo serve a povo algum.

A quem servem os governos ocidentais? Washington serve a Israel, ao complexo militar/de segurança, a Wall Street, aos grandes bancos e às empresas-monstro do combustível fóssil.

E todo o resto do ocidente serve a Washington.

Em lugar algum, de todo o ocidente, o povo tem qualquer importância. A classe trabalhadora norte-americana, traída pelos Democratas que exportaram para a Ásia todos os seus empregos, elegeu Donald Trump, e o povo norte-americano foi imediatamente descartado pela candidata Democrata Hillary Clinton como “os deploráveis de Trump.”

Os Democratas, como os Republicanos norte-americanos, servem ao poder, não ao povo.

Na Europa, por todos os cantos a democracia é esmagada.

A primeira-ministra britânica May converteu o Brexit em subserviência à União Europeia. Traiu o povo britânico e ainda não apareceu pendurada num poste, o que mostra o quanto os britânicos estão engolindo, em matéria de aceitar traições. O povo britânico aprendeu que não tem qualquer valor, que não conta. Que os britânicos são nada.

Os gregos elegeram um governo de esquerda que prometeu protegê-los contra a União Europeia, o FMI e os grandes banqueiros, mas que imediatamente vendeu e entregou os gregos embrulhados em acordos de arrocho (ditos “de austeridade”, mas não é austeridade: é arrocho) que destruíram o que restava da soberania grega e dos padrões de vida decente dos gregos. Hoje, a União Europeia já reduziu a Grécia a país do Terceiro Mundo.

Os franceses saíram às ruas em revolta durante semanas contra o presidente francês, um homem que serve a tudo e a todos, exceto ao povo francês.

Veem-se hoje protestos massivos em Bruxelas, Bélgica, onde metade do governo já renunciou em protesto contra o governo ter assinado um pacto pelo qual o povo belga será substituído por migrantes da África, do Oriente Médio e da Ásia, mão de obra mais barata. Os governos corruptos e desprezíveis que assinaram esse pacto representam interesses estrangeiros e o dinheiro de George Soros, não os próprios cidadãos que elegeram aqueles governos corruptos e desprezíveis.

Por que os cidadãos acabaram tão impotentes, a ponto de os governos já poderem pôr os interesses de estrangeiros acima dos interesses dos cidadãos?

As razões são várias. A principal delas é que o povo está desarmado, e a propaganda adestrou-o a aceitar a violência do Estado armado contra o povo e a não responder com violência ao uso ilegal da violência do Estado contra os próprios cidadãos.

Em resumo, até que os povos conquistados da Europa matem a polícia que serve à elite governante e goza a cada nova brutalidade que inflige aos que pagam os impostos que pagam os salários dos policiais armados; até que roubem as armas da polícia e matem os políticos corruptos que entregaram o povo, de mãos amarradas e desarmados, aos maiores inimigos do povo, os povos da Europa continuarão a ser povos conquistados, ocupados e oprimidos.

Faz pouco tempo, Chris Hedges, um dos últimos verdadeiros jornalistas ainda sobreviventes, disse sem meias palavras que, sem revolução violenta que lancete o tumor da superioridade do governo sobre o povo, a liberdade continuará morta, mais morta que pedras pisadas do cais, em todo o ocidente.

A questão a enfrentarmos é se os povos do ocidente estão mesmo mortos, definitivamente descerebrados e presos na Matrix, exaustos, cansados demais para se porem sobre os próprios pés e defender a própria liberdade.

A Resistência está acontecendo na França, na Bélgica, mas o governo que vendeu e entregou a Grécia ainda não foi enforcado num poste de luz de rua. Os norte-americanos foram tão completamente descerebrados que creem que Rússia, China, Irã, Síria, Coreia do Norte e Venezuela seriam seus inimigos, quando é absolutamente evidente e claro que o Grande Inimigo do povo dos EUA é o governo “deles mesmos”, que se aquartela em Washington.

Exceto os meus leitores norte-americanos, todos os norte-americanos estão trancados dentro da Matrix. E matarão quem sugerir que eles quebrem as cadeias e saiam de lá, porque lá dentro, no túmulo onde apodrecem, todas as explicações são simples e tranquilizadoras. Qualquer um, homem ou mulher, civil ou militar, letrado ou analfabeto, que siga a ‘liderança’ de Washington é perfeito imbecil.

Washington é mestra da propaganda de desdemocratização suposta democratizante. A propaganda de Washington apodrece o mundo, já apodreceu até o governo russo, o qual, pelo que dizem todos os jornais, crê estupidamente que aceitar o que Washington diga seria o segredo do sucesso para os russos.

Governo que creia em acordos com Washington se autocondena à desgraça.

Em resumo, é o seguinte: se aceitar provocações evita guerras, certo, pode ser política correta. Mas se aceitar provocações só encoraja mais provocações, cada vez mais ensandecidas, até que a guerra seja inevitável, nesse caso uma resposta mais robusta injeta cautela no processo de provocar, ao tempo em que aceitar provocações só faz encorajar o agressor.

Traduzida por Vila Mandinga

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