O Estado Islâmico é político e utiliza a religião como referência

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Pedro García Hernández

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Thierry Meyssan

[Prensa Latina] Para Thierry Meyssan, presidente e fundador da Rede Voltaire, o Estado Islâmico ou Daesh, é um movimento essencialmente político que utiliza a religião como referência para provocar o caos e desunir o mundo árabe. Em entrevista a Prensa Latina, o também jornalista e ativista político de origem francesa, precisou que é uma continuação e estranha mistura de organizações como Al Qaeda e a Irmandade Muçulmana.

No entanto, argumentou, “fora da tomada do poder por qualquer médio, carece de um projeto ou programa que implique a organização de um Estado e seus integrantes não têm a menor ideia de quem o dirige.”

Para Meyssan, desconhecem a história, os antecedentes de uma região que como o Médio Oriente, foi um lugar onde faz quatro ou cinco mil anos se criou a noção do Estado, bem mais elaborada conceitualmente que a que primou em Ocidente.

Por isso destroem todo símbolo de referência ao respeito como em Palmira e outros lugares na Síria e no Iraque. Além de recrutar entre os nômades nos extensos desertos da região, as milhares de pessoas tradicionalmente isoladas por essa causa, de deficiente ou nula formação educacional ou cultural, sublinha.

Isso é uma sorte de “cultura do deserto”, alheia a qualquer vestígio coerente de civilização, fanaticamente baseados em pseudo princípios de regimes autocráticos e monárquicos e ao todo contradição com a história, dimensiona.

A recorrência a Maomé combina-se com uma intolerante concepção para todo o demais e pouca humildade ainda que os cabeças a preguem e obrigam aos subordinados à seguir, insiste a respeito.

Agora, patrocinadores do Estado Islâmico como Arabia Saudita ignoram que faz 20 anos destruíram em seu território a casa natal do Profeta porque era um lugar de idolatria e peregrinagem, destaca Meyssan.

Para o fundador da Rede Voltaire em Síria, em particular, promovem o horror da vingança sem distinções de etnias, crenças e dirigem seus atentados e ataques contra centros culturais, profissionais de todos os oficios e intelectuais.

No 2011, indica, “defender a Bashar al Assad e a estabilidade em Síria, era quase suicida e pensavam que conseguiriam a destruir e acompanharam esse objetivo com um quotidiano bombardeio midiático pelas emissoras dos países do Golfo e Ocidente.”

Cinco anos de guerra e o tremendo dramatismo de destruição, fazem que o povo não creia já em voltar a esse princípio. Seria retroceder por milhares de anos- sublinha.

Em sua opinião, a guerra no terreno se degradará de alguma maneira porque atualmente estão em jogo muitas linhas políticas e influências diversas, pensa Thierry e conclui que terá uma “vertente”, ao menos até as próximas eleições em Estados Unidos, país implicado até o último no que sucede em Síria e em toda a região.

Fonte   Prensa Latina (Cuba)

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