O Arquivo Otomano – Arma poderosa dos palestinos, contra a ocupação sionista

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"الأرشيف العثماني" سلاح الفلسطينيين لمواجهة الاستيطان الإسرائيلي (تقرير)

4/2/2020, Qays Abu Samra, Agência Anadolu, Turquia / Aqui retraduzido do espanhol, de Tlaxcala (para divulgação)

Al-Qods – Ao final do ano passado, a Turquia entregou à Autoridade Palestina uma cópia eletrônica de cerca de 38 mil páginas de registros de propriedade de terras, reunidas no arquivo otomano.

A luta do povo palestino para demonstrar seus direitos de propriedade sobre as terras atualmente ocupadas por Israel eleva-se agora a outro nível, graças ao arquivo otomano.

O Império Otomano governou o território da Palestina histórica de 1516 até 1917; o arquivo reúne documentos datados de antes de 1917.

Atualmente, o arquivo está na Fundação Mithaq, em Jerusalém Leste. A Fundação pertence ao Ministério de Dotação e Assuntos Religiosos da Palestina e dedica-se a reviver a investigação islâmica e o patrimônio.

A fundação recebeu da Agência de Cooperação e Coordenação da Turquia (TIKA), caixas fortes especiais para armazenar o arquivo.

Boia salva-vidas

“Os arquivos palestinos perderam-se por efeito do mandato britânico, a ocupação israelense e o deslocamento da população da Palestina” – informou à Agência Anadolu, Murad Abu Subh, encarregado dos documentos otomanos da Fundação Mithaq.

Abu Subh assinalou que “Israel anexa as terras palestinas sob o pretexto de que seriam propriedade de ausentes, ou pretende que seriam propriedade de indivíduos e de associações sionistas”.

Nesse sentido, afirmou que o arquivo otomano é uma “boia salva-vidas”, para que os palestinos demonstrem a quem pertencem terras e construções.

Além disso, os documentos são confidenciais e podem ser entregues às partes interessadas, depois de consulta às instituições palestinas relevantes.

Os documentos estão redigidos em idioma otomano, e o processo de tradução é feito por especialistas palestinos.

Cooperação turca

Por seu lado, o presidente da Fundação Mithaq, Khalil al Rifai, disse que há grande cooperação entre várias instituições turcas e a fundação.

“A Turquia nos garante sem problemas tudo o que pedimos”, disse al-Rifai, que agregou que a Turquia transferiu o arquivo por orientação do presidente Recep Tayyip Erdogan, e está sendo utilizado, principalmente, para pesquisa científica.

Rifai informou que a Fundação Mithaq está fazendo esforços incansáveis para evitar a sionização de Jerusalém, e enfatizou que “o arquivo otomano é nossa arma para provar a verdade”.

“Israel possui documentos em sua biblioteca nacional que provam nossos direitos de propriedade às terras” – disse o presidente de Mithaq, que acrescentou que todos os documentos palestinos foram confiscados por Israel.

“Não há o que justifique a agitação entre os israelenses, pela transferência dos arquivos otomanos. Quem trabalha conforme a lei não teme esses documentos” – disse Al-Rifai.

Antes de receber o arquivo, cidadãos palestinos que tivessem de comprovar a propriedade de suas terras tinham de viajar à Turquia para obter os respectivos documentos comprobatórios. Hoje pode obtê-los na Cisjordânia.

Os meios de comunicação israelenses destacaram a preocupação entre os sionistas, com a medida turca, de transferir aos palestinos o arquivo otomano, para ajudar os palestinos a demonstrar o próprio direito às terras ocupadas por Israel, especialmente Jerusalém e a Cisjordânia.

O diário israelense Hayom informou que “os advogados da Autoridade Palestina já estão utilizando documentos arquivados da era otomana, para afirmar direitos de palestinos sobre as terras”.

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Traduzido pelo coletivo  Vila Mandinga

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