Por Assad Frangieh.
Duas teorias surgiram após as reuniões entre o Egito e a Rússia no Cairo, descritas por ambos os lados como um encontro histórico. A primeira que há um processo de mudança estratégica do Cairo para recuperar o clima que reinava nos anos sessenta durante a guerra fria junto a União Soviética substituída na atualidade por sua herdeira natural, a Rússia. A segunda teoria que o Cairo esteja apenas manobrando para dizer ao seu atual aliado os Estados Unidos que reduziu sua ajuda militar, que a liderança egípcia possui outras opções em mão.
Foi notável que os dois lados optaram por representantes de alta patente para conduziram as reuniões como os Ministros de Relações Exteriores e os Ministros de Defesa, um situação que acontece entre Moscou e apenas um número limitado de países. Um sinal da importância dada por ambos os lados ao encontro que visa desenvolver a aproximação diplomática, política e a cooperação militar no cenário regional e internacional. Enquanto isso, duas fragatas russas visitavam os portos egípcios e alguns acordos econômicos eram assinados. As declarações das comitivas enfatizaram que estas novas relações não vinham substituir as relações já existentes com os Estados Unidos e são apenas um fortalecimento dos acordos bilaterais entre o Egito e a Rússia.
O mais provável é que as mudanças geradas pelas mobilizações populares e a deposição de Mursi, o Cairo tem um desejo genuíno de expandir suas opções diplomáticas e suas relações internacionais fora da órbita norte-americana. É um desejo de retornar a marcar presença no Oriente Médio num vácuo criado pela Arábia Saudita e uma tentativa não sucedida pela Turquia. Uma liderança que retornaria com vantagens econômicas em primeira instância.
É precoce prever uma ruptura do Egito em suas dependências econômicas, militares e diplomáticas com os Estados Unidos, porém, é importante perceber novos rumos nas revoluções da Terra dos Faraós.