Mensagens trazidas por Suicidas em Beirute 1

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Por Assad Frangieh.

A tentativa fracassada de explodir a Embaixada do Irã no Líbano causa 23 mortos e uma centena de feridos. A razão elevada desse número de vítimas é que houveram duas explosões conduzidas por suicidas, um deles já identificado, num intervalo de aproximadamente um minuto. É o momento que as pessoas correm para ajudar as primeiras vítimas que a segunda explosão acontece. Demoníaco demais, assim como seus mentores.

A primeira mensagem é que a segurança pública libanesa é frágil e está aberta à ação terrorista da Al-Qaeda & Cia. Antes da crise na Síria, os mandantes se escondiam ou pelo menos negavam esta relação. Hoje a Inteligência Saudita e seus aliados regionais na Jordânia, Turquia, Qatar e Israel, não se envergonham de usá-las em plena luz do dia e em alto tom. Antes dos militantes do Hezbollah participarem diretamente em batalhas na Síria, os súditos libaneses de Saad Al-Hariri já o faziam desde 2005, enviando armas e munições pelas fronteiras do Líbano, dando suporte logístico e político além de hospedar os grupos “takfiristas” em suas áreas de influência. A diferença é que o Hezbollah demonstra estar do lado vitorioso enquanto o grupo 14 de março precisa arcar com as consequências de ter criado as serpentes dentro de casa e não poder mais se livrar delas.

A outra mensagem tem cunho internacional. Você tentar explodir a representação de um país vai além de tentar infringir baixas. É ultrapassar a linha vermelha e abrir novas frentes de confronto. Independente do agente, as acusações de quem se beneficiam com esse ato de terrorismo, estão apontadas ao novo eixo saudita-israelense-francês que se opõe à abertura irreversível entre os Estados Unidos e o Irã. Alguns atos como uma assinatura imediata de acordo sobre o programa nuclear podem ser adiados, mas acontecerão num segundo tempo. Nisso, a Arábia Saudita se sente mais prejudicada do que a própria Israel. Assim como seu ódio parece ser maior.

O Líbano é um campo de confronto e não um fórum decisório dos conflitos do Oriente Médio. Sem um governo de coalizão nacional há nove meses, um parlamento com suas sessões paralisadas e um Presidente em fim de mandato, o Líbano começa sair do olho do furacão para ficar no noticiário da violência.

O caminho da paz no Líbano passa por Washington, Moscou, Paris, Londres, Berlim, Roma, Teerã, Riad, Bagdá, Cairo, Ancara, Doha, Damasco, Amman, Tel- Aviv e sabe Deus aonde mais.

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Um comentário sobre “Mensagens trazidas por Suicidas em Beirute

  1. Responder José Gil nov 20,2013 19:14

    A desgraça da humanidade, do Líbano, da Síria e demais países árabes – incluindo os governados por petromonarquias – chama-se Israel!

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