JERUSALÉM É PALESTINA para ONU e 95% da humanidade. Com EUA e Israel só sete países e 0,45% do mundo.

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Por UALID RABAH*

 

Por esmagadora maioria, a comunidade internacional, expressa pela Assembleia Geral da Nações Unidas, declarou ILEGAL e sem efeitos o reconhecimento, pelos EUA, de JERUSALÉM como a capital de Israel, mantendo, assim, o entendimento da mesma ONU desde sempre sobre este assunto. Apenas 9 países, dentre eles EUA e ISRAEL (os demais são Guatemala, Honduras, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru, Palau e Togo), votaram contra a resolução proposta pelo GOVERNO PALESTINO por meio de Turquia e Yemen, que a apresentaram na ONU (a Palestina ainda é Estado apenas observador, em virtude do veto dos EUA para que seja estado membro de pleno direito, o que a impede de propor diretamente textos de resolução na ONU).

Seguem, assim, tanto EUA quanto Israel, à margem da legalidade internacional, bem como na condição de únicos (os demais 7 não têm a mínima representatividade e o fazem sob pena de suas destruições pelos EUA) países do mundo a defender soluções a partir da força e da LIMPEZA ÉTNICA, que sustentam um regime baseado unicamente da SEGREGAÇÃO RACIAL, no supremacismo étnico e religioso e no APARTHEID como políticas de estado.

 

O pronunciamento massivo em favor da PALESTINA se dá dias após o VETO dos EUA à Resolução do Conselho de Segurança da ONU em igual sentido, aprovada pelos outros 14 de 15 membros deste organismo das Nações Unidas. Portanto, perfilaram-se em favor da Palestina inclusive os demais 4 membros permanentes do CS da ONU, vale dizer, Rússia, China, França e Inglaterra, que também têm o chamado direito a veto. Foi, portanto, o veto dos EUA que, mais uma vez desde pelo menos 1948, assegura impunidade aos crimes de Israel, mesmo aos de lesa humanidade, positivados e tipificados no ordenamento jurídico internacional, dentre estes a Carta das Nações Unidades, de que todos os estados membros da ONU são signatários e à mesma estão obrigados, sob pena de suspensão e até exclusão.

 

Importante também destacar que desta vez, diferentemente de 29 de novembro de 1947, quando da ilegal e imoral partilha da Palestina na ONU, as nações do mundo não se deixaram intimidar pelas ameaças e chantagens de EUA e Israel.

 

Por fim, é essencial se enumerar, uma vez mais, os países que abdicam de suas soberanias para perfilarem-se com EUA e Israel no apoio aos crimes contra o povo palestino:

GUATEMALA, país que até hoje tem grupos de extermínio, apoiados desde décadas por EUA e por Israel, e que segue promovendo política cruel de limpeza étnica contra sua própria população originária, os descendentes direitos dos maias e de outros grupos que constituíram, no passado, reinos e impérios;

 

HONDURAS, país também marcado por grupos de extermínio apoiados igualmente por EUA e por Israel, laboratório para modelos de golpes de estado depois estendidos para todo o continente e que hoje vive convulsão social por eleições fraudadas que deram a vitória à extrema direita mais implicada com todos os crimes de lesa humanidade neste país centro-americano;

 

ILHAS MARSHALL – paraíso fiscal, condição que o coloca como praça bancária sem as demais regras do sistema financeiro global (portanto, paraíso de todos os DINHEIROS SUJOS do mundo), com apenas 181 km² e população de pouco mais de 60 mil habitantes;

 

MICRONÉSIA – Outro conjunto de ilhas, com pouco mais de 700 km² e 120 mil habitantes e que adota como sua moeda nacional o DÓLAR dos EUA, o que por si só permite afirmar que é um voto dos EUA e não de um terceiro país soberano;

 

NAURU – Ilha com 21 Km² e uma população que não chega a 15 mil habitantes, sob a “proteção” da Austrália e cuja principal atividade econômica é, pasme-se, sediar uma PRISÃO para o país “protetor”, para onde são levados criminosos australianos condenados por seu aparelho judiciário;

 

PALAU – mais um conjunto de ilhotas do Pacífico, tem ao redor de 20 mil habitantes em cerca de 450 Km² e sua soberania é praticamente inexistente, sendo quase que um protetorado compartilhado entre EUA, Austrália e Japão; e

 

TOGO – minúsculo país africano com ao redor de 6 milhões de habitantes em 56 mil Km² e um dos mais miseráveis do continente e do mundo, passando de ditadura em ditadura, quase sempre subordinadas ao colonialismo francês.

 

Como se pode ver, Israel tem o apoio (além dos EUA, que são mais do que mero apoio, mas o provedor e o mantenedor de Israel como depósito avançado de armas e de munições) de outros 4 países que não somam 1,5 mil Km² (a Palestina histórica apenas soma quase 30 mil Km², ou seja, ao redor de 20 VEZES os territórios destes 4 “países”) e população pouco superior a 200 mil, inferior à de Ramallah, por exemplo, a atual sede administrativo do Governo da Palestina, ou, ainda, muito inferior (30 vezes) à população REFUGIADA palestina, que oscila em torno de 6 MILHÕES.

Os outros 3 (Honduras e Guatemala na América Central e Togo na África) somam 278 mil Km² e 31 milhões de habitantes, algo como o Estado de São Paulo em termos territoriais (sua extensão é de 248 mil Km²) e muito MENOS do que a população de apenas este estado brasileiro, que é de 45 milhões de habitantes (50% a mais do que todos estes 3 “países” apoiadores dos crimes israelenses na Palestina ocupada).

 

Em termos populacionais, os 7 “países” não somam 32 milhões de habitantes, isto é, 0,45% da população mundial, ou, para que fique mais taxativo, menos de 0,5% da população mundial.

Ainda que se some a isto toda a população dos EUA (deve-se considerar que nem todos os estadunidenses apoiam os crimes de Israel, mas ainda assim somaremos toda a sua população neste critério), temos que o regime racista de Israel tem o apoio de apenas 5,40% da população mundial. Os restantes quase 95% da população mundial ou estão declaradamente com a Palestina, ou não apoiam Israel e se mantêm (seus estados/governos, não suas populações, majoritária e abertamente críticas de Israel e de seus crimes contra os palestinos) em condição de abstenção momentânea pelas pressões comerciais, políticas e diplomáticas e militares dos EUA.

 

Esta é a vergonhosa situação de EUA e de ISRAEL no mundo, ao contrário da PALESTINA, que vive apoio quase UNÂNIME da comunidade internacional.

 

UALID RABAH é diretor de Relações Institucionais da FEPAL – Federação Árabe Palestina do Brasil e conselheiro no CNPIR – Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial

 

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