Instituto Paulo Freire recebe Cônsul da Síria 1

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Por Ivan Jazzar.

O Instituto Paulo Freire recebeu em 12 de junho de 2013 a visita do Cônsul Geral da República Árabe Síria, Dr. Ghassan Obeid e da Vice Presidente da FEARAB (Federação de Entidades Americano Árabes), Sra. Claude Fahd Hajjar. Numa elucidativa reunião que contou com a participação do Prof. Moacir Gadotti (presidente de honra), Ângela Antunes (presidente), Sonia Couto (centro de referência Paulo Freire) e Ivan Jazzar (coordenador financeiro) tivemos, da parte do Cônsul, um verdadeiro compacto histórico da Síria e de países árabes vizinhos, com ênfase nos distúrbios dos últimos 2 anos.

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Sobre o posicionamento político dos movimentos alinhados com o pensamento progressista que, nesse caso, parece ser também do governo brasileiro, Dr. Ghassan iniciou sua fala com a notícia de que o Brasil e a Rússia têm posições semelhantes para as tentativas de solução dos conflitos na Síria. A avaliação foi feita pelos ministros de Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota; e o de Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov depois de uma reunião bilateral, no Rio de Janeiro. Muita ênfase foi dada também ao tratamento da mídia sobre o tema. Para Obeid, os principais veículos de comunicação, grandes redes de radio e televisão além da imprensa escrita
assumem postura equivocada, massificada e uniforme na qual o presidente sírio Bashar al-Assad é chamado de ditador e, por outro lado, os mercenários e guerrilheiros financiados pelo ocidente (principalmente França, Inglaterra, EUA e Israel) e do lado do Oriente pelo Qatar e Arábia Saudita, são tarjados de revolucionários e libertadores. Importante também salientar que essa massa de insurgentes não é maioritariamente composta por cidadãos sírios, já que entre eles temos tunisianos, turcos, franceses, italianos, paquistaneses, afegãos além de outras etnias e origens, ou seja, estrangeiros sem vínculo cultural, histórico ou mesmo afetivo. Os países que de alguma maneira promovem o conflito interno estão, de fato, enfraquecendo a soberania nacional.

Com relação ao peso histórico e cultural da religião em seu país, entendemos que o Islamismo difundido lá originalmente respeitava o caráter cristão do povo que, aliás, sempre viveu e convive em harmonia, independente da religião até porque o Islã praticado na síria tem a característica de ser moderado, semeando a paz e a tolerância, bem diferente do que atualmente é pregado, onde grupos xiitas, siunitas, salafistas entre outros são colocados em posição de discordância e atrito.

A Síria, com sua história e cultura que remete há locais com civilizações de mais de 7.000 anos, vem sendo então palco de derramamento de sangue para que o jogo político internacional de interesses econômicos que passam pelo controle de fontes de energia (gás e petróleo) e pela busca da manutenção da ordem capitalista estabelecida, possa se desenrolar.

Como encaminhamentos, temos que o IPF enquanto espaço institucional para produção do conhecimento e discussão política pode atuar como um facilitador destes além de um multiplicador. O IPF, através de sua rede de contatos, da promoção de formações e até da simples tomada de posição, já que tem peso político, encontra no grupo dos Amigos da Síria um aliado de lutas na busca de um outro mundo possível.

São Paulo, 12 de junho de 2013

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Um comentário sobre “Instituto Paulo Freire recebe Cônsul da Síria

  1. Pingback: Relato sobre visita do Cônsul Geral da República Árabe Síria ao IPF | Instituto Paulo Freire

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