Os manifestantes invadiram o prédio principal da empresa de eletricidade local, incendiando-o. Militantes apoiados pela Turquia abriram fogo contra os manifestantes.
Relatórios locais dizem que pelo menos um manifestante foi morto e outros dois ficaram feridos. À medida que os protestos cresciam, os manifestantes foram vistos gritando “Turcos saiam da Síria” e “A Síria está livre”.
Protestos semelhantes foram relatados nas cidades de Jindires, Suran Marea e Al-Bab, também na província de Aleppo.
Em Marea, manifestantes incendiaram a sede local do Conselho Local, apoiado pela Turquia.
De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (SOHR), com sede no Reino Unido, a eletricidade nas áreas ocupadas pelas forças de Ancara e seus militantes é fornecida pelas empresas turcas STE e AK Energy.
Poucas horas depois que esses protestos varreram Aleppo, a estatal Agência de Notícias Árabe da Síria (SANA) informou que as forças turcas bombardearam uma linha de alta tensão que fornece energia para Tal Tamr e outras aldeias no interior da província de Hasakah, deixando a área no escuro.
Esses desenvolvimentos ocorrem poucos dias depois que o presidente turco Recep Tayyip Erdogan anunciou que suas tropas prosseguirão com a planejada invasão militar na Síria, começando pelas cidades de Tal Rifaat e Manbij.
A operação visa estabelecer uma “zona segura” de 30 quilômetros de extensão ao longo das fronteiras do sul da Turquia, a fim de conter as “ameaças” do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG) – a espinha dorsal do partido apoiado pelos EUA. Forças Democráticas Sírias (SDF), e que Ancara rotula como organizações terroristas.
A Turquia diz que as forças SDF apoiadas pelos EUA representam uma ameaça às suas fronteiras e, em resposta, as tropas turcas ocuparam grandes áreas do norte da Síria.
No entanto, nos últimos anos, o descontentamento tem crescido contra a ocupação turca, já que militantes aliados às forças de Ancara foram acusados de desviar milhões em ajuda humanitária e usar a crise global de combustível e trigo para aumentar o preço das necessidades diárias.