Fim precoce do isolamento prolongará a Grande Depressão

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8/5/2020, Moon of Alabama

Apesar do chamado isolamento, o número de novos casos de Covid-19 nos EUA está caindo pouco. Só está caindo, de fato, porque o pesado surto inicial em New York entrou agora em declínio. Em quase todos os demais estados, os números permanecem estáveis ou ainda estão crescendo. Mas a Casa Branca e muitos governadores estão levantando as restrições e querem que todos voltem à vida normal. Não vai funcionar.

Fonte 91-DIVOC

Duas semanas depois de os estados declararem que tudo pode reabrir, é provável que o número de novos casos volte a aumentar.

Mas as pessoas têm de acreditar que seja seguro voltar à vida normal, antes de voltar. Ninguém consumirá mais que o mínimo necessário, a menos que sinta que é seguro gastar. Como alguém poderá desenvolver essa confiança, enquanto os números e as manchetes só trazem más notícias?

O medo é razoável, pelo menos para todos que tenham mais de 50 anos e para os muitos cidadãos norte-americanos obesos. O Covid-19 dissemina-se facilmente, não há remédio que cure os doentes; e a taxa de óbitos nos EUA está estimada em 1,3%, muito mais alta que a da gripe comum, mesmo sem os casos do Condado de New York.

Boa coisa é que o medo é a única variável baseada na personalidade que recomenda comportamento para mitigar os efeitos do vírus. Quem sentir medo de adoecer manterá o distanciamento social e, esperemos, usará máscaras.

“Sociedade”

“Estamos todos cansados de esperar. Só queremos que ABRA!!”
“Número de óbitos” / “Subindo…”

Cerca de 80% do PIB e do emprego nos EUA é gerado por serviços. A economia depende de as pessoas sentirem-se seguras. Quem irá a um restaurante, a um teatro ou embarcará num avião, se persistir o medo de que essas atividades não sejam seguras? As pessoas saberão sobre os riscos que haverá nesses locais e cuidarão de os evitar. Esse comportamento prolongará a crise.

Melhor estratégia seria aprofundar as medidas de isolamento, até que o número de novos casos caia drasticamente. Nesse situação as pessoas poderão voltar a ter alguma confiança. Levantar o isolamento só quando as pessoas se sentirem seguras terá efeitos de longo prazo muito melhores sobre a economia, do que a atual correria para ‘abrir’.

Hoje, os EUA enfrentam imenso problema de desemprego. Para resolver esse problema o mais rapidamente possível, as pessoas têm de ter segurança e paz de espírito. Só então a economia voltará à vida.

Mudança mensal nos empregos.

É provável que os números reais do desemprego sejam cerca de 25% superiores aos números oficiais. O economista Nouriel Roubini acerta ao chamar esse fenômeno de “Grande Depressão”. O desemprego já é maior hoje, que há 90 anos.

Uma vez que os EUA não tem rede confiável de segurança social, o choque que atravessará toda a economia norte-americana será de mais longa duração que o choque que as economias europeias conhecerão. Muitos empregos precisarão de vários anos para voltar ao que foram, se algum dia voltarem a sê-lo. Muita gente perderá a casa onde vivem. A educação e o atendimento à saúde afundarão um pouco mais. O crime subirá e mais semidoidos endoidarão completamente.
Um dos atuais bestseller das lojas Amazon foi escrito por um militante do movimento antivacinas, que fala de uma ‘plandemia’, que diz que Anthony Fauci é o fundador do laboratório em Wuhan, e que cobrir a boca ‘ativa’ o vírus. A autora é Judy Mikovits, ‘cientista’ caída em desgraça, porque foi apanhada forjando dados de pesquisa e artigos publicados em periódicos especializados. Foi demitida da instituição, depois de apanhada roubando dados da instituição que lhe pagava salários.

Que tal livro seja campeão de vendas, já mostra a profunda desconfiança que o governo dos EUA inspira ao próprio povo.
Os EUA precisam de um programa de combate ao desemprego, para manter o próprio povo longe das garras da miséria extrema, pelo menos. Faz falta um enorme programa de construção de infraestrutura, para devolver os empregos aos muitos milhões de desempregados, e ‘ligar’ novamente a chave de ignição da economia.

Mas nem Republicanos nem Democratas falam de tomar essas medidas vitalmente necessárias. Só pensam em canalizar outros vários trilhões de dólares, diretamente para os que já têm dinheiro demais.

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga

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