Por Assad Frangieh.
Após a visita do Emir da Escuridão como é chamado Bandar Ben Saúd à Moscou e ter ouvido pelo próprio Putin que a Rússia não alterará sua política na Síria, uma nova onda de violência foi desencadeada pelos grupos fundamentalistas da Al-Qaeda, os mercenários e as gangues, posicionadas na região rural e montanhosa ao norte e leste de Latiquia, região fronteiriça com a Turquia.
No começo desse mês de agosto, sob a denominação de “Batalha da Libertação do Litoral”, os grupos terroristas concentrados na cidade de Salma no coração do distrito da Montanha dos Curdos, estimados em 6 mil combatentes de um total de 14 mil distribuídos até a fronteira turca, conseguiram avançar nos primeiros dois dias em pequenos vilarejos em direção a cidade de Al-Haffa quando se confrontaram com os comitês populares (comparados a nossa Defesa Civil), os recrutas das forças de segurança (organizações que engloba ex-militares e jovens treinados pelo Exército Sírio, formando um grupo de alerta precoce). Tais forças populares mobilizaram o Exército Sírio que respondeu com tropas, artilharia, aviação e operações especiais.
Clique na imagem para ampliação. A foto mostra a região rural de Lattiquie. A região montanhosa em vermelho é a zona rural onde houve penetração dos grupos terroristas. A área hachurada é a cidade Salma, principal reduto dos combatentes e local de armazenamento de armas e munições. A área em verde limão representa a contra-ofensiva do Exército Sírio iniciada em Al-Haffa em direção ao cerco da cidade de Selma. A distância desta cidade à fronteira turca é de mais ou menos 12-15 Kms e de 35-40 Kms até o litoral.
O objetivo essencial desta incursão ordenada pelo Tutor Saudita e divulgada inicialmente por suas mídias era instigar a guerra sectária, razão pela qual, muitos massacres foram cometidos nestes vilarejos ocupados. Foram brutais, arrepiantes e realizados com distinção de idade e religião. A rápida resposta do Exército Sírio e a recuperação progressiva dos pontos estratégicos encurralando de volta os grupos armados na cidade de Salma, praticamente abandonada por sua população nativa, transformou a ofensiva numa grande operação suicida segundo os próprios sítios de comunicação de tais grupos nas mídias eletrônicas. Estima-se que mais de 1000 combatentes foram dizimados pelo Exército Sírio em menos de uma semana dos quais importantes grupos de franco-atiradores e conhecidos criminosos. Segundo publicações locais, a operação desencadeada pelos grupos terroristas expos suas presenças num reduto montanhoso cheio de cavernas e florestas e abriu caminho ao Exército Sírio para iniciar suas operações militares de bombardear essencialmente os armazéns de munições e restringir suas mobilizações na fronteira com a Turquia.
Os confrontos não devem acabar logo neste distrito em razão do numero elevado de grupos terroristas e o corredor turco de suprimento de novos combatentes e munições. Porém é certo que a batalha de libertação passou pela fase de suicida e entrou na sua fase de paredão. Assim será o verão inferno.
Vide outros mapas dos conflitos na Síria