Coronavírus: Guia de sobrevivência na guerra atual ou despindo-se da ignorância

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A Guerra atual se chama Guerra Híbrida e é, por isso, um pouco mais complexa do que as anteriores. Um sinal que o mundo continua progredindo.

Todas as guerras sempre disputaram o poder. O poder ganha complexidade na medida em que as relações na sociedade também se tornam mais enredadas, intrincadas, mais difíceis de entender e descrever.

A cratologia, ramo do conhecimento que estuda o poder, nos ensina que o poder não diz unicamente respeito à conquista dos corpos, mas deve dominar também os corações e as mentes. Ou seja, o poder deve obviamente dirigir as ações dos outros, dos seus conquistados, mas deve também tomar-lhes as emoções e o pensamento.

Para a conquista dos corpos existem duas importantes armas: as que destroem e as que compram, a bomba e a conta bancária.

Para o coração e a mente, existe a pedagogia colonial.

O domínio do poder, neste século XXI, é da banca ou do sistema financeiro internacional. Por muitos anos, sendo colônia dos Estados Unidos da América (EUA), nos habituamos a encontrar o poder nas empresas e nos governos estadunidenses. Muito provavelmente nossos avós ou bisavós diriam o mesmo da Inglaterra. Mas esta mudança foi a mais importante alteração ocorrida no final do século passado. O poder de hoje está como num ser quase sobrenatural, em toda parte e só visível pela interpretação de suas ações.

Acompanhando a banca em toda sua história, vejo que neste século travou-se uma luta interna pelo controle da banca. Sendo uma das partes, ao fim vitoriosa, a dos capitais marginais. Designo capitais marginais aqueles que foram introduzidos no sistema financeiro por Margaret Thatcher, seu sucessor Tony Blair, e por Ronald Reagan e os presidentes dos EUA que lhe seguiram, até Donald Trump, com as desregulações e o acolhimento de todo dinheiro no sistema sem perguntar sua origem.

Não foi por simples maldade, mas os petrodólares já não cobriam as especulações e maus negócios que o capital tradicional, das famílias aristocráticas europeias, dos “barões ladrões” estadunidenses e dos ricos do mundo fizeram. Era necessário mais dinheiro e os ilícitos estavam ali precisando de uma água benta, de uma porta de entrada para a monumental lavagem que teve início, a partir de 1990. Um cálculo meu, da década 1990-1999, encontrou quatro trilhões de dólares estadunidenses sem origem identificável. Interpreto como o teste que os capitais marginais fizeram da garantia de sua aceitação e do rendimento que poderia ser obtido.

Temos então o controle da banca pelo dinheiro das drogas, dos contrabandos, de todo tipo de ilícitos que enriqueçam.

Como é de meridiana clareza, a entrada do capital marginal dirigiu-se para a corrupção dos dois mais sensíveis atores que lhe atingiam: a repressão e a justiça. Não me venham agora dizer que o Moro, os procuradores, os desembargadores, as polícias e batalhões de fronteiras, investigadores e todos os congêneres são corruptos e/ou corruptores. Queixem-se à senhora Thatcher e seus parceiros.

Adianta canetar a juristocracia; para que impedir os governos da sombra, dos agentes da repressão, se o poder está com os capitais marginais?

Quando e se um dirigente – tomemos o Trump como exemplo – resolve ter vontade própria ou se defender, este poder, que foi denominado establishment, deep state, shadow, e que de algum modo sempre se ocultou na era moderna, age para destruí-lo.

Como sabem meus leitores, só tenho olhos para o Brasil. Que os franceses cuidem dos Macron, os estadunidenses dos Sanders e Biden. Os equatorianos de seus Lenin Moreno.

Vamos analisar as inconsistências (ao menos aparentes) neste março de 2020.

Todos sabemos que a banca assume o poder, pouco a pouco, a partir da sucessão do Presidente Geisel. Com FHC se instala em todo Estado brasileiro que deixa, então, de ser um Estado Nacional para ser um Estado Colonial, sendo a banca o colonizador. Esta situação não se altera desde então – sem negar a opção preferencial pelos pobres de Lula – e se desavergonha nestes últimos quatro anos. Somos o banca “first”, parodiando Trump.

E, como é óbvio para um sistema de inversões estéreis, que não tem preocupação com a produção, os Produtos Internos Brutos (PIB) caem ou sobem apenas em razão dos investimentos especulativos em imóveis e dos próprios ganhos financeiros tributáveis (por exceção).

Não preciso demonstrar estes PIBs, de amplo conhecimento, mas comentar suas consequências. Sem crescimento não há emprego, mas não deixam de disputar o mercado de trabalho milhares de brasileiros, novos candidatos, todos os anos. Também com maior oferta de mão de obra e revogação de direitos trabalhistas, as rendas do trabalho são decrescentes. Juntamos então o crescimento do desemprego com a menor renda dos trabalhadores. E, por trabalhadores, estão todos os brasileiros que não pertençam ao poder judiciário e ao oficialato das Forças Armadas e uma ou outra categoria profissional que também interesse à banca, como parcela da polícia.

Se não há renda, cai o consumo. Isto fica claro observando as redes de venda a varejo e de prestadores de serviço? Não. Veja a tabela a seguir de empresários apoiadores do Governo Bolsonaro ou, melhor diria, do projeto de concentração de renda do Paulo Guedes, e seus ramos de negócio.

Edgard Corona, academia de ginástica;

Flavio Rocha, varejista;

Junior Durski, restaurante;

Luciano Hang, varejista; e, para não me alongar,

Sebastião Bonfim, artigos esportivos.

Estes e muitos outros, na prestação de serviços, no comércio, na indústria, melhor caberiam numa frente ampla contra a política econômica do governo.

Por que, então, apoiam o Paulo Guedes? Que no Brasil é um representante autorizado da banca, que, por óbvio, executa sua política. E quem é a banca?

Tudo conduz a quem está ganhando dinheiro atualmente, os capitais marginais e os que lavam seus recursos. Nunca se viu tamanho crescimento de igrejas neopentecostais no Brasil e, muito provavelmente, em todo mundo. Talvez, proporcionalmente, na Colômbia, no Equador de Lenin Moreno e outros cantos.

Ou seja, o poder no nosso País saiu da legalidade ou, melhor diria, está criando uma nova legalidade onde o crime de ontem não é o crime de hoje, e talvez a virtude de ontem seja a condenação de amanhã.

Mas, nesta desconstrução da ignorância, temos dois fatores externos que também nos atingem fortemente: o coronavírus e a queda do preço do petróleo.

A banca não se resume às especulações e corrupções, à venda de drogas e contrabandos. A banca também está nas academias, nas pesquisas – especialmente no contínuo aperfeiçoamento da comunicação de massa – e na garantia de seu futuro com a indispensável redução da população do mundo: seu projeto malthusiano para prosseguir na concentração de fortunas e rendas.

Se o caro leitor está lembrado, a AIDS surgiu de uma disfunção ou descuido de pesquisa de laboratório, em junho de 1981. Como atingiu o mundo OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte, onde estão os grandes aplicadores e gestores da banca) tratou-se de buscar a cura, o que começou com a identificação do vírus, em 1983/1984. O ebola, ainda restrito à África, não tem a mesma urgência. Mas o coronavírus, relatado em 31 de dezembro de 2019, já foi identificado em 7 de janeiro de 2020. Nem bem uma semana. E há diversos professores, no Brasil e no exterior, que do alto de suas cátedras médicas garantem que o coronavírus não é letal.

Por que então esta intensa farsa na imprensa, na colonizadíssima brasileira, mas na francesa, inglesa, estadunidense?

Vamos responder após questionar o preço do petróleo. Em primeiro lugar é indispensável ter consciência que o petróleo barato acabou. Ao retomarmos, e Deus permita que consigamos, o industrial desenvolvimentismo, o nacional trabalhismo, deveremos saber que o custo da energia não será aquele que transformou os EUA na potência industrial-militar de hoje.

Quando num jogo geopolítico os EUA apresentaram os folhelhos betuminosos como a solução para o petróleo importado, escrevi que aquela farsa logo seria desvendada, não haveria como competir com o petróleo de reservatórios convencionais. E os EUA vêm subsidiando a produção do oil shale até que nem mais este suporte, por baixo dos panos, pode conter o enorme déficit desta produção.

A especulação pós 2008/2010 levou ativos a loucuras como a Bovespa dos 115 mil pontos. Era preciso promover a queda geral dos ativos para que o dinheiro deste capital marginal pudesse ser branqueado. Somemos então um preço mais compatível com o enorme custo do petróleo estadunidense com a necessidade de ativos mais palatáveis para o capital marginal, agora dominante na banca. Teremos então a jogada que, não por acaso, é conduzida pelo porta aviões dos EUA na península arábica.

Somando então a razão da queda do petróleo, que não durará muito, e servindo como incentivo ao investimento em armas, temos o coronavírus.

Por que em armas, perguntará meu sagaz leitor? O capital marginal não aplicará na produção, será um tiro no pé, nas condições atuais da economia global. Mas ele necessita proteção, principalmente da ira dos despossuídos, dos sobreviventes miseráveis. Precisa então – lembrem-se dos corações e mentes – criar um clima de ódio, que não chegue ao extermínio dele mesmo, e assim de toda a humanidade.

Para esta redução populacional, treinamento da repressão, investimento em tecnologia e produção, nada melhor do que vender aos xiitas para enfrentar os igualmente cliente sunitas, aos hutus e tutsi, aos brasileiros e venezuelanos etc etc.

Vejamos então o sistema de ação da banca, agora sob nova direção. Investimentos na morte (tranquilo para quem trafica drogas), controle da energia, fonte do indesejável progresso, produção de armas e treinamento na repressão.

Será muito difícil para o Brasil, sem oposição que denuncie o verdadeiro poder ao invés de repercutir bolsonaridades, que desdenhe e não queira se corromper com o bilhão do George Soros e sua “Sociedade Aberta”, sem um projeto nacional desenvolvimentista e trabalhista, se reerguer. Não acredito em heróis, mas há necessidade de líderes, hoje infelizmente desconhecidos dos brasileiros.

Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado.

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