Contra o requerimento de Eduardo Bolsonaro: Manifestação do Parlamento do Líbano para a Câmara dos Deputados e Senado Federal em Brasília.

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LEBANESE REPUBLIC

NATIONAL ASSEMBLY

Vice-President                                                                         Beirute, 14 de abril de 2021     

       

Excelentíssimo Presidente da Câmara dos Deputados,

Deputado Federal Sr. Arthur Lira,

Excelentíssimo Presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional –

CREDN da Câmara dos Deputados,

Deputado Federal Sr. Aécio Neves.

Ao cumprimentá-los cordialmente e estendendo nossas cordiais saudações à todos os membros dessa digníssima casa legislativa e prestigiada comissão,

Informamos que recebemos com extrema preocupação, informações que o Deputado Federal Sr. Eduardo Bolsonaro, enviou à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o requerimento nº 8/2021, de 15 de março de 2021, tão logo retornou de uma visita à Israel, requerendo a aprovação de moção de repúdio contra o Hezbollah, após varias tentativas pretéritas de enquadramento do mesmo como “organização terrorista” no Brasil, colidindo com o basilar entendimento e tradição brasileira, de que uma organização, partido, movimento, agremiação, etc., não pode assim ser rotulado em detrimento do deliberado pela ONU, tornando-se, portanto, medida unilateral e que ofende a soberania nacional de outro país.

A extrema preocupação e perplexidade se dá especialmente porque o Brasil e seu povo abrigam a maior diáspora libanesa do mundo, constituindo mais de 12.000.000 (doze milhões) de pessoas, o que equivale a quase 7% da população da República Federativa do Brasil. O Brasil abraçou e acolheu com amor e fraternidade há mais de 150 anos e continua abraçando e acolhendo os avós, pais e gerações subsequentes dessa massa que se tornou parte da população brasileira, sendo leais ao Brasil como seu país original, contribuindo para a sua construção e o seu desenvolvimento em diversos campos, a se dizer, da medicina, engenharia, arquitetura, indústria, comércio, agricultura, cultura, turismo, política, etc., tornando-se, portanto, parte integrante e ativa da sociedade brasileira.

Prova dessa assertiva é que grande parte dos Excelentíssimos Deputados e Senadores e não menos centenas de Prefeitos, Vereadores e Magistrados brasileiros são de origem libanesa.

Com base nas distintas relações fraternas que há mais de um século se constituíram entre o Brasil e o Libano, seja na esfera institucional e/ou popular, é de registro dos libaneses que o Brasil é presença permanente na ajuda ao Líbano, o que tem sido demonstrado recentemente pela contribuição ativa do Brasil na missão da UNIFIL em monitorar e proteger a costa libanesa nos últimos 10 anos, bem como através da assistência enviada pelo Brasil ao Líbano na esteira da explosão que teve como alvo o porto de Beirute em 4 de agosto de 2020, missão essa encabeçada pelo Ex Presidente Sr. Michel Temer, além da solidariedade brasileira permanente com o Líbano em fóruns internacionais.

Reconhecendo que o Brasil sempre foi um país irmão e amigo do Líbano, um defensor da paz entre todas as nações e que sempre seguiu no âmbito internacional uma política de neutralidade em relação à crise do Oriente Médio, especialmente no conflito entre o Líbano e Israel, temos como nosso dever legal, como representantes do povo libanês e membros do seu Parlamento, esclarecer a extensão do abuso infligido a comunidade libanesa se essa digna comissão endossar esta proposta e ao Líbano no cenário internacional.

Cumpre esclarecer que o Hezbollah representa uma grande parcela do povo libanês e é um partido político legítimo libanês, com representantes na Câmara dos Deputados eleitos diretamente pelo povo e por uma maioria reconhecida.

Vários Prefeitos e Vereadores libaneses pertencem a essa agremiação e a mesma tem uma extensa e capilar base popular.

Com base no acima exposto, gentilmente rogamos ao digno Parlamento e Comissão que apreciem o assunto em tela com o cuidado e zelo exigidos, em consonância com os interesses mútuos das nossas nações irmãs, com isso afastando o constrangimento dos cidadãos de origem libanesa, bem como evitando o prejuízo e risco de suas instituições, interesses e força de trabalho, em virtude de um requerimento totalmente desgarrado de veracidade e ancorado em dados falsos e não confirmados.

Srs. Presidentes e Excelentíssimos Parlamentares, antecipadamente agradecemos pela atenção necessária dispensada a essa sensível questão e que rogamos seja apreciada amparada na inabalável herança e sabedoria da neutralidade brasileira em suas políticas externas, balizadas pelo direito internacional, bem como esperamos que a estreita e fraterna cooperação continue entre nossos países irmãos, a fim de salvaguardar os interesses de nossos povos e países e que o Líbano continue sendo a porta de entrada do Brasil para o Oriente.

Queiram aceitar nossos protestos de elevada estima e consideração!

Cordialmente,

vice-presidente do parlamento libanês.

Elie El Ferzli


LEBANESE REPUBLIC

NATIONAL ASSEMBLY

Vice-President                                                                           Beirute, 14 de abril de 2021     

       

Excelentíssimo Presidente da Câmara do Senado Federal Brasileiro ,

Senador Senhor Rodrigo Pacheco,

Excelentíssima Presidente da Comissão de Relações Exteriores,

Senadora Senhora Kátia Abreu  

Ao cumprimentá-los cordialmente e estendendo nossas cordiais saudações à todos os membros dessa digníssima casa legislativa e prestigiada comissão,

Informamos que recebemos com extrema preocupação, informações que o Deputado Federal Sr. Eduardo Bolsonaro, enviou à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o requerimento nº 8/2021, de 15 de março de 2021, tão logo retornou de uma visita à Israel, requerendo a aprovação de moção de repúdio contra o Hezbollah, após varias tentativas pretéritas de enquadramento do mesmo como “organização terrorista” no Brasil, colidindo com o basilar entendimento e tradição brasileira, de que uma organização, partido, movimento, agremiação, etc., não pode assim ser rotulado em detrimento do deliberado pela ONU, tornando-se, portanto, medida unilateral e que ofende a soberania nacional de outro país.

A extrema preocupação e perplexidade se dá especialmente porque o Brasil e seu povo abrigam a maior diáspora libanesa do mundo, constituindo mais de 12.000.000 (doze milhões) de pessoas, o que equivale a quase 7% da população da República Federativa do Brasil. O Brasil abraçou e acolheu com amor e fraternidade há mais de 150 anos e continua abraçando e acolhendo os avós, pais e gerações subsequentes dessa massa que se tornou parte da população brasileira, sendo leais ao Brasil como seu país original, contribuindo para a sua construção e o seu desenvolvimento em diversos campos, a se dizer, da medicina, engenharia, arquitetura, indústria, comércio, agricultura, cultura, turismo, política, etc., tornando-se, portanto, parte integrante e ativa da sociedade brasileira.

Prova dessa assertiva é que grande parte dos Excelentíssimos Deputados e Senadores e não menos centenas de Prefeitos, Vereadores e Magistrados brasileiros são de origem libanesa.

Com base nas distintas relações fraternas que há mais de um século se constituíram entre o Brasil e o Libano, seja na esfera institucional e/ou popular, é de registro dos libaneses que o Brasil é presença permanente na ajuda ao Líbano, o que tem sido demonstrado recentemente pela contribuição ativa do Brasil na missão da UNIFIL em monitorar e proteger a costa libanesa nos últimos 10 anos, bem como através da assistência enviada pelo Brasil ao Líbano na esteira da explosão que teve como alvo o porto de Beirute em 4 de agosto de 2020, missão essa encabeçada pelo Ex Presidente Sr. Michel Temer, além da solidariedade brasileira permanente com o Líbano em fóruns internacionais.

Reconhecendo que o Brasil sempre foi um país irmão e amigo do Líbano, um defensor da paz entre todas as nações e que sempre seguiu no âmbito internacional uma política de neutralidade em relação à crise do Oriente Médio, especialmente no conflito entre o Líbano e Israel, temos como nosso dever legal, como representantes do povo libanês e membros do seu Parlamento, esclarecer a extensão do abuso infligido a comunidade libanesa se essa digna comissão endossar esta proposta e ao Líbano no cenário internacional.

Cumpre esclarecer que o Hezbollah representa uma grande parcela do povo libanês e é um partido político legítimo libanês, com representantes na Câmara dos Deputados eleitos diretamente pelo povo e por uma maioria reconhecida.

Vários Prefeitos e Vereadores libaneses pertencem a essa agremiação e a mesma tem uma extensa e capilar base popular.

Com base no acima exposto, gentilmente rogamos ao digno Parlamento e Comissão que apreciem o assunto em tela com o cuidado e zelo exigidos, em consonância com os interesses mútuos das nossas nações irmãs, com isso afastando o constrangimento dos cidadãos de origem libanesa, bem como evitando o prejuízo e risco de suas instituições, interesses e força de trabalho, em virtude de um requerimento totalmente desgarrado de veracidade e ancorado em dados falsos e não confirmados.

Srs. Presidentes e Excelentíssimos Parlamentares, antecipadamente agradecemos pela atenção necessária dispensada a essa sensível questão e que rogamos seja apreciada amparada na inabalável herança e sabedoria da neutralidade brasileira em suas políticas externas, balizadas pelo direito internacional, bem como esperamos que a estreita e fraterna cooperação continue entre nossos países irmãos, a fim de salvaguardar os interesses de nossos povos e países e que o Líbano continue sendo a porta de entrada do Brasil para o Oriente.

Queiram aceitar nossos protestos de elevada estima e consideração!

Cordialmente,

vice-presidente do parlamento libanês.

Elie El Ferzli


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