Bye Bye Palestina, Viva Grande Gaza.

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Por Assad Frangieh.

A Comissão Prawer foi instaurada pelas recomendações da Comissão Goldberg de resolver as questões de disputa de terra entre os beduínos do Deserto de Negev e o Estado de Israel. A comissão presidida pelo Ministro de Planejamento de Benyamin Natanyahu, Ehud Prawer publicou suas recomendações em 2 de junho de 2011.

A Comissão constatou que 22 das 39 aldeias árabes não são reconhecidos no Negev e estão localizadas dentro das áreas de planejamento dos assentamentos do Estado de Israel e que seria necessário deslocar o total de 30 mil habitantes (40% do total de beduínos no Negev) para novas áreas construídas especificamente para eles. A comissão sugeriu uma indenização entre 1,7 e 2,4 bilhões de dólares incluindo 365 milhões para a expansão dos planos de tais municípios. A indenização seria reduzida a zero após cinco anos e caso não houver acordo por parte dos beduínos, as terras seriam anexadas e declaradas propriedades do Estado de Israel. A Comissão recomendou que todos os herdeiros legais, precisam apresentar os documentos comprobatórios de suas posses para conseguirem as novas terras.

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A votação da proposta apresentada pelo Governo foi adiada por mais de uma vez em razão de vários deputados acreditarem ser uma “proposta muito generosa”. Em 11 de setembro de 2011, o Governo adotou oficialmente as recomendações da Comissão enquanto se elaborava uma lei para deslocar os beduínos. A Anistia Internacional e a Autoridade Nacional Palestina criticaram a lei que foi aprovada pelo Parlamento de Israel em 24 de junho de 2013.

Segundo analistas políticos, o Projeto Prawer contempla entendimentos entre a Irmandade Muçulmana Egípcia e o Hamas sob a tutela dos Estados Unidos e Aliados para que esses novos municípios ou distritos sejam ocupados por uma parcela importante da população palestina de Gaza. Haveria também a anexação de territórios originalmente pertencentes ao Egito no intuito de formar o Estado da Grande Gaza no formato teológico da Irmandade Muçulmana, reconhecido pelo Ocidente e Israel. Em paralelo, as fronteiras de 1967 deixariam de ser uma reivindicação do novo Governo Islâmico.

De fato, para a Irmandade Muçulmana, as fronteiras são definidas pelo princípio religioso de Califatos sem definições de fronteiras reconhecidas hoje como Estados Independentes. As ações militares antigoverno no Sinai, desafiando o poder central no Cairo e recebendo apoio de terceiros, são demonstrações que o Projeto Prawer não é apenas uma teoria de conspiração e que a retomada súbita das negociações entre palestinos e israelenses, claramente sem compromisso de manter o princípio das fronteiras de 1967, pode ser um novo capítulo da História em redesenhar o destino do Oriente Médio… e bye bye Causa Palestina.

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