Barrados no Baile

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Por Assad Frangieh.

A Arábia Saudita rodou a baiana e virou piada diplomática. A aproximação dos Estados Unidos com a República do Irã não provém de um sentimentalismo súbito pela paz. Por trás, há grandes interesses econômicos e significativas reformulações geopolíticas. O Programa Nuclear é apenas a máscara usada pelo EUA para cobrir as sanções contra o potencial polo econômico com poder de influenciar e dissuadir do Irã. As mudanças começaram e é isso que incomoda a Arábia Saudita.

Há 50 tanques de guerra no Afeganistão que a França não consegue retirá-los apesar de ter suas tropas fora em 2012. Entraram pelo Paquistão, mas hoje, a via de volta tornou-se insegura. Apenas o Irã e a Rússia poderão ajudá-la a fazer isso, sem risco de serem destruídos pelos rebeldes locais. O mesmo se aplica às tropas norte-americanas que marcaram a data de saída para 2014. Quem diria que os EUA precisariam da Rússia e do Irã para uma saída segura do pantanal afegã?

A Arábia Saudita é uma fonte pagadora e financiadora dos projetos do Ocidente. Nunca uma formadora de opinião. No máximo uma executora. Falhou em liderar as massas árabes, reprimiu os anseios de luta pela justiça social e apelou pelo sectarismo que demonstrou ser incontrolável no tempo e na geografia. A “Primavera Árabe” apenas estabeleceu a divisória entre o laicismo árabe e o fundamentalismo islâmico. O Ocidente, por mais maldoso e maquiavélico que seja, sabe que o fundamentalismo islâmico é incontrolável e inconfiável. O Ocidente é racional, dá valor as coisas do mundo e coloca seus interesses como guia.

Os EUA sabem que dificilmente seus súditos irão à Genebra dois para admitirem suas derrotas. Talvez seja isso mesmo que o Tio Sam quer. Assim, fica mais fácil estabelecer as novas regras com seus parceiros russos e chineses: Reconhecer que a Síria luta contra o terrorismo, que Israel não terá paz sem concessões aos Palestinos, que o Egito é difícil de domar e que a Turquia fica na Ásia, nunca será na Europa.

Os acontecimentos apontam que a solução da crise na Síria será militar a favor do Bashar Al-Assad, do Exército Sírio e do Povo Sírio que o apoia. A qualquer momento, o financiamento da guerra será interrompido, a mídia internacional receberá novos direcionamentos e a luta redirecionada para dizimar os fundamentalistas e impedir seus regressos e suas migrações à terra dos súditos do Golfo ou às cidades do Velho Continente.

O dinheiro compra desejos e bajulações. Não compra respeito.

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