A Primavera Judia na Síria

Share Button

Por Chauke Stephan Filho.

Por ledo engano, parecia não ser possível acontecesse outra vez. Aconteceu. Os Estados Unidos ultrapassam de novo todos os limites. Barack Obama à frente de tudo. O campeão da paz, reconhecido pelo Prêmio Nobel da “honrosa” Academia de Estocolmo, prepara-se para apertar o gatilho. Morte e destruição serão disparadas, desgraçando milhares de vidas. Assim age Obama, o nobel da paz. Paz incomum, na verdade. Paz feita de violência. Paz das armas. Paz colonial. Paz ianque, paz do imperialismo, paz europeia. Paz de Estocolmo. A paz deles. A paz dos milordes. A paz da mídia. A paz do mundo em guerra. Paz de mentira. A paz dos cemitérios.  A paz de Israel. A paz da primavera: flores judias, flores vermelhas de sangue palestino. O nobel da paz vai matar gente. Ele pode. Eles podem. Eles fodem com tudo. Agora, talvez só o nobel da guerra possa salvar o mundo da primavera neocolonial.

A terceira guerra mundial floreja. Que tenha por cenário o Oriente Médio, onde está o berço da civilização, cujo fim ela pode trazer, é fato significativo e irônico. Significativo porque agora a camarilha ocidental aventura-se em covarde ataque a país de multimilenar história, a Síria, ponto de equilíbrio geopolítico regional. Irônico porque aquela é uma terra “santa”, que agora assiste ao que pode ser uma das mais diabólicas agressões militares já perpetradas pela aliança imperialista ocidental. A ofensiva tem por comandante-chefe o preto que se fez orgulho de sua raça, ao ascender ao posto de lacaio-mor dos anglo-saxões. Ele tem na mão o Nobel da Paz, que usará para quebrar os ossos de suas vítimas. Fa-lo-á em nome da paz! Sob essa “paz” escondem-se inconfessáveis interesses. Sobre estes só fala a voz saída da boca das armas. Nunca a raça negra fez serviço tão sujo. Sua mão está suja de estrume. Mãos brancas colherão as flores a desabrochar desse adubo.

A sanguinária quadrilha europeia de neocolonialistas com sede na Casa Branca, onde age por meio de seu serviçal Obama, marechal-do-mato, prepara-se para mais um hediondo crime de lesa-humanidade. Por incrível que pareça, os bandidos mais uma vez põe em prática o modus operandi tantas vezes verificado antes, no Afeganistão, na Líbia, no Mali… Assim fazem onde quer que tenham interesses a defender e haja gente sem meios de defesa tão poderosos quanto as armas de ataque dos ofensores.  Aqui, ali e acolá abrem covas onde depositam corpos de insubmissos e as sementes de seu futuro.

Para os agressores gringos, não há limites. Assim é por razão muito simples: suas armas não têm limites. Seus aviões, submarinos, navios e porta-aviões podem se aproximar de quaisquer alvos e contra eles disparar os mísseis que espalham a dor e o dano. Eis como dizem “castigar” os seus inimigos. O discurso oficial alega que não atacam por ser fraco o inimigo, mas por ser forte o direito internacional encarnado nos atacantes. Vê-se pois que neles se encarna, além do direito, o cinismo, em que são imbatíveis. E quanta hipocrisia vai neles! Como poderiam os invasores europeus agir em nome da liberdade, da democracia, da paz, sem cinismo, sem a interface pública da mentira? Arranjos florais escondem a face de um monstro.

A nossa escravidão está no fim do caminho por que seguem em marcha, destruindo país após país, onde depois instalam lacaios, que tudo administram conforme o ditado dos assoladores. Instalações petrolíferas são especialmente bem zeladas. E só temos o navio-aeródromo Minas Gerais para nos defender. Nossa fraqueza, nossa inferioridade, nossa impotência faz a impunidade deles. Depois da Síria, depois do Irã, será a nossa vez. Afinal, água vale mais do que petróleo. Estejamos pois com a Rússia, com a China, com o Hezbollah. Flores precisam de água. Ianques e judeus plantam sua primavera.

Nós não nos devemos esquecer de que os inimigos de nossos inimigos são nossos amigos. Evidentemente os usamericanos adorariam receber do Brasil uma declaração de guerra. O nosso Estado democrático de direito antes disso deve vencer a batalha contra o mosquito da dengue, os corruptos, os traficantes e outros bandidos que infestam as ruas. Ainda não o fez, nem se mostrou capaz de fazê-lo. Não obstante, grupos e indivíduos entre os nossos compatriotas devem e podem agir. A nova agressão ianque é um convite indeclinável à reação. Não precisamos sair do Brasil, nem sequer usar armas, necessariamente, embora outros devam fazê-lo. Em muitos casos, inteligência basta. O campo de batalha está em cada casa onde penetram ondas eletromagnéticas carregadas de propaganda inimiga, bonita como uma rosa.

Quem suportar assistir às cínicas “reporcagens” dos telejornais sobre a guerra saberá que hospitais, escolas, prédios residenciais, asilos foram atingidos “por engano”. Então ouvirá o porta-voz da Casa Branca pedir “desculpas” pelo “erro” que tantas vítimas terá causado. E verá as cenas de “libertação” da Síria: o povo saudando os agressores, a estátua do dirigente inimigo sendo derrubada, a multidão agradecida a gritar “Alá aquebar”, uma criança sem braços poderá ser levada para hospital londrino, onde receberá próteses, provando-se  com isso a humanidade do assalto e dos assaltantes. Esses e outros factóides consistirão na operação psicológica de apoio à guerra levada a cabo pelos aparelhos midiáticos sob controle gringo. A máquina de mentir é ainda mais bem azeitada do que a máquina de matar. Nas televisoras, as notícias divulgadas  são escolhidas assim como as flores a serem levadas à vitrina de uma floricultura.

Bashar Al-Assad já foi transformado em figura pior do que o Hitler de Hollywood. Em Hollywood, Hitler gaseava milhões de seus inimigos nos campos de concentração. Assad faz pior. O Assad da mídia deles lança gás “contra seu próprio povo” antes mesmo de reunir suas vítimas em campos específicos para esse fim. A mídia idiotiza: Assad é o lobo mau, Obama é o caçador que salva as vovozinhas do mundo. O fato de todos os lobos maus se concentrarem ao lado dos inimigos do Ocidente não deve levantar suspeitas. Trata-se de uma coincidência como a de todos os caçadores do bem estarem do lado ocidental, segundo dão a entender os manipuladores. Estes operam sobre as mentes como quem se serve de plantas de que se esperam flores e frutos, agradáveis sempre  e exclusivamente ao próprio paladar do cultivador.

Repete-se a grande farsa das armas de destruição de massa. Quais serão, agora, os infames países que se reunirão numa nova “Cimeira dos Açores” para sacramentar a guerra de conquista? Parece ter sido naturalizado o fato de os Estados Unidos poderem atacar sem aval de quem quer que seja. O próprio nobel da paz teria “autoridade” para “justiçar” lobos maus onde quer que se escondam. Isso indica que a guerra agora não precisa ser embelecada com mandatos diplomáticos, acordos multilaterais, referência à legislação internacional etc. Basta diabolizar o inimigo pela mídia. Pratica-se ato insano qualquer, a propaganda de guerra atribui a brutalidade ao inimigo e… pronto: o nobel da paz pode começar a guerra que mais atenda aos interesses de seus financiadores, senhores e padrinhos brancos. E na comemoração da vitória, quantas flores no salão!

A intervenção ianque direta na Síria será uma bênção para Israel. Os sionistas controlam o congresso usamericano, não lhes será difícil dar o sinal verde para a maquinaria da morte. Com isso, ainda que supérflua, a sanção democrática do parlamento será dada à grande agressão. E o mundo assistirá a mais uma vitória da democracia ianque contra um mundo de ditadores obscurantistas que insistem em não reconhecer que o mundo se divide entre o bem e o mal, estando o bem a ocidente, e o mal, a oriente do planeta conforme a propaganda que faz a cabeça de idiotas pelo mundo afora. De quando em vez, expõem parte selecionada de alguma verdade, para que deles não se diga que só falam de flores.

As bombas ianques semearão a primavera judia no Oriente Médio. O caminho da dominação sionista estará aberto e pavimentado do Jordão ao Eufrates. Então o Estado judeu reinará em território árabe, e será a “polícia” a combater bandidos comuns, traficantes, alguns “delinquentes” políticos aqui e ali, estes incapazes de resistir aos vencedores da Síria que terá lutado sozinha. Com a queda da Síria, não haverá mais Estados árabes autenticamente soberanos. A pátria do Profeta restará como campo de ruínas, algumas até luxuosas, e de petróleo. E os últimos árabes serão homens de negócios subalternos, agentes de uma economia dependente, prepostos de seus patrões ianques, intermediários da ocidentalização, simples lacaios de cuja miséria o ianque fará sua glória e a glória de Israel.  E do mundo terá sido feita gigantesca Palestina, ocupada, mas sem resistência. E massas de proletários europeus converter-se-ão ao judaísmo, para também usurpar a terra árabe. E a história será a autobiografia deles. E sua eterna primavera.

Essas são as flores da primavera judia que os Estados Unidos e a Europa colherão para Israel no  Oriente Médio, outrora tão digno e tão poderoso, agora no limiar de sua humilhação e impotência eternas. Oxalá tenha Alá misericórdia de nós e ódio de nossos inimigos. Amém

Share Button

Deixar um comentário

  

  

  

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.